"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

31 outubro 2010

Eu gosto de Halloween...


O Halloween é uma festa comemorativa celebrada todo ano no dia 31 de outubro, véspera do dia de Todos os Santos.

Ela é realizada em grande parte dos países ocidentais, porém é mais representativa nos Estados Unidos. Neste país, levada pelos imigrantes irlandeses, ela chegou em meados do século XIX.


A história desta data comemorativa tem mais de 2500 anos.

Surgiu entre o povo celta, que acreditavam que no último dia do verão (31 de outubro), os espíritos saiam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos. Para assustar estes fantasmas, os celtas colocavam, nas casas, objetos assustadores como, por exemplo, caveiras, ossos decorados, abóboras enfeitadas entre outros.

Por ser uma festa pagã foi condenada na Europa durante a Idade Média, quando passou a ser chamada de Dia das Bruxas. Aqueles que comemoravam esta data eram perseguidos e condenados à fogueira pela Inquisição.

Com o objetivo de diminuir as influências pagãs na Europa Medieval, a Igreja cristianizou a festa, criando o Dia de Finados (2 de novembro).


Esta festa, por estar relacionada em sua origem à morte, resgata elementos e figuras assustadoras. São símbolos comuns desta festa: fantasmas, bruxas, zumbis, caveiras, monstros, gatos negros e até personagens como Drácula e Frankestein.

As crianças também participam desta festa. Com a ajuda dos pais, usam fantasias assustadoras e partem de porta em porta na vizinhança, onde soltam a frase “doçura ou travessura”. Felizes, terminam a noite do 31 de outubro, com sacos cheios de guloseimas, balas, chocolates e doces.


No Brasil a comemoração desta data é recente. Chegou ao nosso país através da grande influência da cultura americana, principalmente vinda pela televisão. Os cursos de língua inglesa também colaboram para a propagação da festa em território nacional, pois valorização e comemoram esta data com seus alunos: uma forma de vivenciar com os estudantes a cultura norte-americana.

Muitos brasileiros defendem que a data nada tem a ver com nossa cultura e, portanto, deveria ser deixada de lado. Argumentam que o Brasil tem um rico folclore que deveria ser mais valorizado.
Para tanto, foi criado pelo governo, em 2005, o Dia do Saci (comemorado também em 31 de outubro).

30 outubro 2010

Lilith - curiosidade


Através de antigos relatos hebraicos Lilith teria sido a primeira mulher de Adão. Foi criada a partir do próprio corpo de seu amado.

Vários textos históricos citam uma variante, a criação de Lilith, a primeira mulher, feita em igualdade de condições com o primeiro homem, e expulsa do Paraíso por tentar fazer valer essa igualdade.

Por seu temperamento indomável, ousado e questionador, Lilith não tardou a desentender-se com seu apaixonado Adão e com o próprio Criador. Sendo assim rapidamente substituída por uma jovem não menos bela contudo, de temperamento mais passivo de nome Eva.

Não se sabe com certeza de que forma a lenda de Lilith, esta primeira companheira de Adão, foi banida da versão Bíblica da Igreja. Relata-se que foi banida do Paraíso em direção ao Mar Vermelho e mais tarde retirada definitivamente das atuais versões da Bíblia Cristã.

Lilith representa antes de tudo a busca de sua própria afirmação. É também a mulher tentadora, sedutora, e que fascina por seus poderes perturbadores. Ela é silenciosa, secreta, cortante. É aquela que os homens temem embora se sentindo atraídos por ela.

Encarnando o feminino negativo, Lilith transfigura-se, posteriormente, em inúmeras deusas lunares (Ihstar, Astarte, Isis, Cibele, Hécate), arquétipos das forças incontroláveis do submundo – a Lua Negra. 

Até ser personificada pela bruxa, na Idade Média, contra a qual o homem moveu uma das mais sangrentas perseguições de toda a sua história.

Ironicamente o mito de Lilith, antes visto como um demônio, hoje é símbolo das lutas femininas.

27 outubro 2010

Victor Hugo - Viajantes da imortalidade


Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara. 

O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor. Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.

Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: "já se foi". Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós.

Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo. E talvez, no exato instante em que alguém diz: já se foi", haverá outras vozes, mais além,a afirmar: "lá vem o veleiro".

Assim é a morte. Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: "já se foi". Terá sumido? Evaporado? Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.

O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado. Conserva o mesmo afeto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado. E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: já se foi", no mais além, outro alguém dirá feliz: "já está chegando".

Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena. A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos. Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.

A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada. Um dia partimos do mundo espiritual na direção do mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual, num constante ir e vir, como viajores da imortalidade que somos todos nós.
(Victor Hugo - "A reencarnação através dos séculos")

Desejo que...


Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar. 
(Victor Hugo)

25 outubro 2010

A morte não é nada...


A morte não é nada.
Apenas passei ao outro mundo.
Eu sou eu. Tu és tu.
O que fomos um para o outro ainda o somos.

Dá-me o nome que sempre me deste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom a um triste ou solene.
Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos.
Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo.
Que o meu nome se pronuncie em casa
como sempre se pronunciou.

Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.
A vida continua significando o que significou:
continua sendo o que era.

O cordão de união não se quebrou.
Porque eu estaria fora de teus pensamentos,
apenas porque estou fora de tua vista ?

Não estou longe,
Somente estou do outro lado do caminho.
Já verás, tudo está bem.
Redescobrirás o meu coração,
e nele redescobrirás a ternura mais pura.

Seca tuas lágrimas e se me amas,
não chores mais.
(Oração de Santo Agostinho)

Se você me ama, não chore.


Se você me ama, não chore.
Se você conhecesse o mistério insondável do céu onde me encontro...
Se você pudesse ver e sentir o que eu sinto e vejo nesses horizontes sem fim e nesta luz que tudo alcança e penetra, você jamais choraria por mim.
Estou agora absorvido pelo o encanto de Deus, pelas suas expressões de infinita beleza.
Em confronto com esta nova vida, as coisas do tempo passado, são pequenas e insignificantes.
Conservo ainda todo meu afeto por você, e uma ternura que jamais lhe pude, em verdade revelar.
Amamo-nos ternamente em vida, mas tudo era então muito fugaz e limitado.
Vivo na serena expectativa de sua chegada, um dia...entre nós.
Pense em mim assim: nas suas lutas pense nesta maravilhosa morada onde não existe a morte e onde, juntos, viveremos no enlevo mais puro e mais intenso, junto à fonte inesgotável da alegria e do amor.
Se você verdadeiramente me ama, não chore mais por mim. Eu estou em Paz.
Não há Adeus
Mãe, teu filho não é somente teu...
Deus, que premiou as estrelas, o firmamento, que encheu de luz a terra que abençoou a natureza com os pássaros canoros, também fez o teu coração amoroso, mãezinha querida!!!
Envolveu-me em teu ventre, numa jornada de experiências inesquecíveis.
Possibilitou-me a ternura dos teus gestos, a carícia do teu olhar.
Ensinou-me o teu coração, a amar,a escrever, a sonhar...
Mas a lei, lei bendita que dá o começo e o fim de etapas, marcou o meu retorno.
Não compreendeste, querida.
Busca-me tantas vezes nas coisas que eu gostava, nas brincadeiras que apreciavas,nas pequeninas travessuras...
E quando eu cresci, achava-me distante de ti, como se o mundo ensaiasse o treinamento para a grande e inexorável separação.
Parti do teu regaço, mas aqui estou, no regaço amoroso do Nosso Pai, que me ensina que a vida é a continuidade numa nova dimensão, que o amor continua sendo amor, e que o entendimento das Leis Benditas é a única forma de aliviar-te, para vestir de esperança os teus gestos, aconchegando ao teu peito outras mães que ainda não tem a ventura que tu já tens agora, de poder guardar nos teus anelos a certeza de que de cá e de lá, nesta nova dimensão, nossas mãos podem se estreitar novamente e dizer:


— Eu amo a Vida! A Vida é Bela!
A vida vivida com Deus
traça caminhos de união e gratidão,descobrindo que;
Com Jesus não há Adeus

Demétrius - Com gratidão, Meimei
(Mensagem psicografada pela médium Miltes Aparecida S. de Carvalho Bonna, em 05-09-2000, no Centro Espírita Obreiros do Senhor)

23 outubro 2010

O poder da oração - Com a palavra, um Nobel de Medicina


O Dr. Alexis Carrel (1873-1944), Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia (1912), famoso autor de "O homem, esse desconhecido" , escreveu a respeito do assunto que alenta as almas:

"A oração é (...) a forma de energia mais poderosa que o homem é capaz de gerar. Trata-se de uma força tão real como a gravidade terrestre.

Na minha qualidade de médico, tenho visto enfermos que, depois de tentarem, sem resultado, os outros meios terapêuticos, conseguiram libertar-se da melancolia e da doença, pelo sereno esforço da Prece.

É esta, pois, no mundo, a única força que parece capaz de superar as chamadas 'leis da Natureza'.

Há muitas pessoas que se limitam a ver na Prece (...) um refúgio para os tímidos, ou mero apelo infantil movido pelo desejo de coisas materiais. Concebê-la, entretanto, nestes termos, é menosprezá-la erroneamente.

(...) 'Ninguém jamais rezou', disse Emerson (1803-1882), 'sem que houvesse aprendido alguma coisa'. (...) O mais profundo manancial de energia e perfeição, que se acha ao nosso alcance, tem sido miseravelmente abandonado.

(...) Se a força da Prece for posta em ação na vida de homens e mulheres; se o Espírito proclamar os seus desígnios claramente, invictamente, haverá então confiança de que não sejam em vão os nossos anseios por um mundo melhor".

20 outubro 2010

Eu amo tudo que foi


Eu amo tudo o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

(Fernando Pessoa)

18 outubro 2010

Dica de Livro : "O Pretoriano" - Uma história de amor que desafiou o tempo


Sempre que vou a uma livraria , um sebo ou até mesmo uma locadora, peço ao Universo que o livro, o filme ou a mensagem que precisa chegar até mim, venha com o auxilio das forças da espiritualidade...e com isso venham as respostas aquilo que procuro...e eis que sempre a resposta vem - de uma forma mágica - e o livro chega de surpresa e o filme praticamente cai da prateleira no meu colo...

Desta forma meu coração se aquieta e confirma sempre que realmente não estamos sós...

Ontem o Universo trouxe até mim respostas a várias perguntas que vinham se avolumando dentro de minha alma...vieram através de um livro...que praticamente saltou da prateleira até meus braços...

O livro é "O Pretoriano" - Uma história de amor que desafiou o tempo"-  pelo Espírito de Caio Fábio Quinto - psicografado por Christina Nunes - Um romance narrado entre a época atual e a época de Roma Antiga, contando eventos vividos por um grupo de espíritos num contexto histórico e com personagens verídicos, expondo importantes tópicos do ensinamento da Doutrina Espírita. Conta o envolvimento de Caio em um triângulo amoroso onde continua envolvido em sentimentos de amor e ódio até o tempo presente, acaba por descobrir que as causas eram das vidas anteriores, as quais ele acaba por lembrar-se. Leitura envolvente, leve, interessante, prendendo a atenção do leitor e de acordo com as obras da codificação.

Uma história sobre almas gêmeas...almas irmãs...livro lindíssimo...indico enormemente.

15 outubro 2010

A medicina da alma - Os cientistas já admitem que as práticas espirituais fazem bem à saúde



Não importa o nome do deus ou se há deus. O fato é que a medicina começa a incluir cada vez mais em suas práticas o instrumento da espiritualidade no cuidado com os pacientes. 

Isso significa usar a favor do doente sua crença em uma religião ou sua busca de aprimoramento espiritual por meio de outros caminhos que não os religiosos. O tema, que sempre incomodou os homens da ciência, também começa a ganhar destaque na literatura científica, em eventos médicos e nas escolas de medicina.

Esse fenômeno é resultado de várias circunstâncias. Uma delas diz respeito à demanda dos próprios pacientes por um tratamento que contemple sua saúde em dimensões mais amplas. Eles querem ter seu lado espiritual respeitado e incluído nas terapias. 

Um estudo da Universidade de Ohio (EUA) feito no ano passado com 798 pessoas deixa esse anseio patente. Segundo o trabalho, cerca de 85% dos voluntários gostariam de discutir sua fé com o médico e 65% deles esperavam compreensão desse desejo por parte dos doutores.


Outra razão que explica o crescimento da importância do assunto está ancorada na observação clínica dos efeitos positivos da espiritualidade. Já são muitos os médicos que fazem essa constatação no dia a dia. 

O oncologista Riad Yunes, do Hospital do Câncer de São Paulo, é um deles. “Os pacientes que têm religiosidade parecem suportar mais as dores e o tratamento. Também lidam melhor com a idéia da morte”, observa.


Esse tipo de informação já aparece em diversas pesquisas. Muitas estão sendo feitas sob a batuta do médico Harold Koenig, da Universidade de Duke (EUA). Entre seus achados estão resultados interessantes. 

Pessoas que adotam práticas religiosas ou mantêm alguma espiritualidade apresentam 40% menos chance de sofrer de hipertensão, têm um sistema de defesa mais forte, são menos hospitalizadas, se recuperam mais rápido e tendem a sofrer menos de depressão quando se encontram debilitadas por enfermidades. 

“Hoje há muitas evidências científicas de que a fé e métodos como a oração e meditação ajudam os indivíduos”, afirma Thomas McCormick, do Departamento de História e Ética Médica da Universidade de Washington (EUA).


Estimulados por essa realidade, os cientistas procuram respostas que elucidem de que modo esse sentimento interfere na manutenção ou recuperação da saúde. Há algumas explicações. 

Uma delas se baseia numa verdade óbvia: a de que quem cultiva a espiritualidade tende a ter uma vida mais saudável. “Os estudos comprovam que a religiosidade proporciona menos comportamentos auto-destrutivos como suicídio, abuso de drogas e álcool, menos stress e mais satisfação. 

A sensação de pertencer a um grupo social e compartilhar as dificuldades também contribuiria para manter o paciente amparado, com melhor qualidade de vida”, explica o psiquiatra Alexander Almeida, do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP).


Para os cientistas, essa explicação é só o começo. O que se quer saber é o que se passa na intimidade do organismo quando as pessoas oram, lêem textos sagrados e qual o impacto disso na capacidade de se defender das doenças. 

Embora não existam estudos conclusivos, acredita-se que esse plus esteja relacionado a mudanças produzidas pela fé na bioquímica do cérebro. “Setores do sistema nervoso relacionados à percepção, à imunidade e às emoções são alteráveis por meio das crenças e significados atribuídos aos fatos, entre outros fatores. 

Assim, um indivíduo religioso tem condições de atribuir significados elevados ao seu sofrimento físico e padecer menos do que um ateu ou agnóstico”, explica o psicólogo e clínico João Figueiró, do Centro Multidisciplinar da Dor do Hospital das Clínicas (HC/SP).


Para aprofundar as investigações, está surgindo até um novo campo de conhecimento, chamado de neuroteologia. Trata-se de uma área de pesquisa dedicada ao estudo da resposta das regiões cerebrais em face da fé e da espiritualidade. Um dos pesquisadores da área é o neurocirurgião Raul Marino Jr., chefe do setor de neurocirurgia do Hospital das Clínicas de São Paulo.


Em julho, ele lançará um livro dedicado ao estudo dessas reações (A religião do cérebro, Ed. Gente). “Práticas como a prece, a meditação e a contemplação modificam a produção de substâncias do cérebro que têm atuação em locais como o sistema límbico, envolvido no processamento das emoções”, garante o especialista. 

Marino reuniu estudos feitos com aparelhos de ressonância magnética, PET/Scan (equipamento de imagem de última geração) e dezenas de trabalhos mostrando as modificações no cérebro.


Médiuns – A abrangência dos estudos também está aumentando. Se antes a maioria das pesquisas estudava populações protestantes, católicas e adeptos do judaísmo, agora começam a surgir trabalhos com praticantes de outras religiões. 

O psiquiatra Almeida, da USP, verificou a saúde mental de 115 médiuns espíritas. Descobriu que a incidência de transtornos como ansiedade e depressão nessa população fica em torno de 8%, um porcentual menor do que a estimativa encontrada na população em geral, de 15% de incidência.


Todo esse movimento está levando muitas escolas de medicina a abrir espaço para debate. De acordo com um trabalho da Universidade de Yale (EUA) publicado no Jornal da Associação Médica Americana (Jama), em 1994 apenas 17 faculdades americanas ofereciam cursos sobre medicina e espiritualidade. 

Em 2004, já eram 84 instituições. No Brasil, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará inaugurou, também no ano passado, um curso opcional de 20 horas. Cem alunos já cursaram a disciplina. 

“A mudança está ligada a uma nova abordagem da escola médica, focada na humanização do relacionamento do médico com o paciente”, diz a criadora da disciplina, a professora de histologia e embriologia humana Eliane Oliveira.


Aos poucos, essa modificação começa a se desenhar nos hospitais brasileiros. Um dos médicos que fazem questão de estimular a prática da espiritualidade em seus pacientes é Eymard Mourão Vasconcelos, da Universidade Federal da Paraíba e com pós-doutorado em espiritualidade e saúde pela Fundação Oswaldo Cruz. 

Para ele, não restam dúvidas quanto ao poder da fé na recuperação dos doentes. “É preciso despertar a garra em portadores de enfermidades. Isso não se faz com conhecimento técnico, mas mexendo com a emoção profunda da espiritualidade”, frisa.


Outro que usa a ferramenta da fé é o cirurgião oncológico Paulo Cesar Fructoso, do Rio de Janeiro, integrante da Sociedade Brasileira de Cancerologia. “Mas nenhum tratamento médico deve ser interrompido”, ressalta.


Risco – O médico toca em um ponto importantíssimo. Quando a religiosidade toma o lugar da medicina, as coisas se complicam. Quem leva a fé a ferro e fogo e decide depositar tudo nas mãos de Deus corre o sério risco de perder a vida. 

Um estudo feito pelo médico Riad Yunes com três mil pacientes de câncer de mama no Hospital do Câncer de São Paulo mostra o quanto essa possibilidade é real. Segundo o trabalho, 20% das mulheres preferiram fazer tratamentos espirituais antes de se submeter à cirurgia e tomar os medicamentos indicados pelos médicos. 

“Quando voltaram ao hospital, três ou quatro meses depois, os tumores tinham dobrado de tamanho”, diz Yunes. Como se vê, o equilíbrio entre as necessidades da alma e as do corpo é um dos segredos de uma boa saúde. 

É o que busca, por exemplo, a atriz Lucélia Santos, 47 anos. “O desenvolvimento espiritual me traz harmonia. A saúde do organismo e do espírito andam juntas”, diz.
(Celina Côrtes, Cilene Pereira e Mônica Tarantino - Revista IstoÉ - N° Edição: 1859)

12 outubro 2010

Dica de filme espiritualista - "Linha Mortal"

Hoje revi o filme Linha Mortal (Flatliners) de 1990.
Muito bom!..Indico.
Sinopse: Você te medo de morrer? Kiefer Sutherland não. Ele é um ambicioso e carismático estudante de medicina que convence os colegas de classe Julia Roberts e Kevin Bacon a tomarem parte de uma perigosa experiência. Para ver se há vida após a morte, eles irão "desligar" seus próprios corpos: temporariamente sem vida ("flatline"), suas funções cardíacas e cerebrais experimentarão uma breve morte clínica.

11 outubro 2010

Como ouvir as gravações de Transcomunicação Instrumental ?


As vozes dos espíritos gravadas por meios eletrônicos, método denominado como Transcomunicação Instrumental, têm, geralmente, qualidade inferior, o que dificulta a compreensão do que ouvimos. Os próprios espíritos dizem, insistentemente, que é muito difícil, para eles, falarem conosco.

O mundo espiritual não é um lugar restrito, como um planeta qualquer perdido no cosmos, mas uma dimensão diferente da nossa, com “matéria” própria e invisível aos nossos olhos, apesar de ocupar os espaços infinitos do Universo, inclusive o mesmo espaço que ocupamos agora.

Podemos comparar a coexistência do mundo de matéria bruta, onde vivemos no momento, e o mundo quintessenciado dos espíritos, com a existência mútua de um gás qualquer, dentro de uma garrafa de vidro transparente, e a luz que atravessa este gás. A luz interage com o gás, mas não o desloca nem ocupa espaço no interior da garrafa e se a frequência das ondas luminosas for maior do que a frequência que configura a luz de cor violeta, este feixe luminoso se torna invisível a olho nu, mas perceptível por meio de aparelhos adequados.

Essa diferença dimensional torna indispensável a existência de um meio que possibilite aos espíritos falarem, escreverem ou se mostrarem para nós. As entidades desencarnadas denominam este meio condutor entre os dois planos, de lá para cá, de ectoplasma. O ectoplasma é uma, digamos, substância sutil que permeia todos os seres vivos e pode ser exteriorizada com maior ou menor dificuldade pelos mesmos. Alguns médiuns conseguem eliminar grandes quantidades de ectoplasma e são, por isso, chamados de médiuns de efeitos físicos, já que servem de facilitadores às materializações, aos transportes, ao movimento de objetos e às vozes diretas dos espíritos.

Embora não seja habitualmente visível a olho nu, o ectoplasma pode ser fotografado, em filmes comuns, apresentando-se qual uma substância esbranquiçada exonerada pela boca, narinas, ouvidos e poros de médiuns em transe, principalmente, como dissemos, dos médiuns de efeitos físicos, conforme evidencia a fotografia abaixo, onde se vê o ectoplasma sendo eliminado pelas narinas de um médium.


Uma vez que a liberação de quantidades apreciáveis de ectoplasma, necessárias à ponte entre o mundo espiritual e o nosso mundo, envolve perda temporária de vitalidade dos médiuns, não se pode, salvo condições especialíssimas, ou não se deve, por este e por outros motivos, promover, amiúde, reuniões de materialização ou mais efeitos físicos fora de ambientes muito bem preparados para este fim.

Entretanto, com o uso de aparelhos eletrônicos, aparentemente está sendo possível aos espíritos falarem conosco com um consumo muitíssimo menor de ectoplasma, por mecanismos que nossa Ciência ainda desconhece. Mesmo assim, em grande parte das gravações e também por motivos que desconhecemos, ora as vozes paranormais estão mais claras e com maior volume, ora não passam de sussurros.


O pesquisador em Transcomunicação, pela frequência com que ouve as gravações paranormais, educa seus ouvidos para escutar melhor as vozes pouco audíveis e, apesar disso, algumas palavras se tornam indecifráveis nas frases sussurradas e mal articuladas. Seria como o músico cujo cérebro identifica cada instrumento atuando em uma grande orquestra, porém, não consegue perceber um acorde de certa guitarra situada no meio de violinos vibrantes. Se é assim com os ouvidos treinados, imaginem com aqueles pouco afeitos à música.

Outra interferência à boa qualidade das vozes dos espíritos é o quase sempre indispensável ruído de fundo, seja ele qual for, o qual o Dr. Bezerra de Menezes define com "muito importante" para a TCI As vozes surgem mescladas ao ruído de fundo, o que torna, ora mais, ora menos, difícil distingui-las. Assemelha-se a ouvir uma conversa telefônica ao lado de um motor barulhento. Complicado, não?

Uma terceira dificuldade, embora menos comum, é aquela que um dos espíritos comunicantes no NUBEM definiu como “o conflito do tempo”. Parece que o tempo, no mundo espiritual, passa de maneira diversa à do nosso “lado” e, umas tantas vezes, a locução dos espíritos é tão rápida que só nos é possível entender algo quando desaceleramos bastante esses registros, através de programas específicos de computador.

Vê-se, portanto, que não são poucos os empecilhos no campo da Transcomunicação Instrumental, mas, apesar disto, é gratificante estudá-la porque, entre outros benefícios, lança uma luz sobre a temida e mal-entendida morte, comprovando, cientificamente, que apenas o corpo morre, nossa consciência sobrevive à sepultura e passa a viver em outra dimensão, que está em torno de nós e mais além, nos espaços imensuráveis.

Além disso, joga por terra a propalada incomunicabilidade dos espíritos, pois são eles que falam conosco e assim se apresentam através dos aparelhos ou de médiuns. Li no sítio do pesquisador espanhol de transcomunicação, José Ignacio Carmona Sánchez, que determinado espírito lhe disse:
“Sou uma pessoa! Por que nos chama de vozes?”.

Perfeita definição. Essa entidade não diz: “Sou um espectro”, ou: “Sou um fantasma”. Identifica-se como um ser humano, vivendo em outra dimensão.



Tudo o que escrevemos acima tem, por objetivo, preparar os ouvintes neófitos para mais facilmente entenderem o que é falado nas gravações aqui veiculadas. As orientações são as seguintes:

1º Usem, se possível, fones de ouvidos, de preferência esses bi-auriculares, que cobrem toda a orelha, ou caixas de som de melhor qualidade, pois as mais simples têm um som distorcido demais.

2º Leiam a frase antes de escutá-la. Assim, fica muito mais simples perceber o conteúdo de cada gravação.

3º Ouçam as gravações mais de uma vez e com o volume melhor adequado à sensibilidade auditiva de cada um. Quanto mais se escuta, mais fácil se torna compreendê-la.

4º Procurem ouvir o som que está “atrás” do ruído de fundo. É lá que estão as vozes dos espíritos.

Como o ruído de fundo é, às vezes, mais exuberante do que as vozes, há uma tendência em se concentrar a atenção nele, perdendo-se o que realmente interessa – come-se a casca e joga-se fora o fruto.
Esta é a parte mais difícil da ausculta – habituar o cérebro a separar o joio do trigo. Depois de criado o hábito, tudo fica mais simples.

Entretanto, por favor, lembrem-se sempre:

O pesquisador em Transcomunicação Experimental tem pouca participação na qualidade das gravações, ele pode melhorar apenas algumas variáveis nas mesmas. A maior parte do trabalho é dos espíritos e eles estão até mais interessados do que nós em divulgar suas mensagens, apenas também são tolhidos por dificuldades técnicas que nem sequer imaginamos.

Todos nós gostaríamos de obter vozes paranormais de altíssima qualidade, como aquelas que escutamos nos CDs profissionais. Entretanto, gravamos o que recebemos da espiritualidade, nada mais, nada menos.

Portanto, não se irritem e nem nos achem alucinados quando não conseguirem ouvir alguma voz mesclada ao ruído de fundo. Garantimos que ela está lá e basta um pequeno esforço a mais para percebê-la.
(texto de Luiz Augusto Bonacossa Caldas)

50 Anos de Transcomunicação Instrumental: Onde estamos e onde queremos chegar


Comemorou-se em Junho de 2009 o aniversário de 50 anos da moderna Transcomunicação Instrumental (TCI). O marco da era moderna aconteceu em 12 de Junho de 1959, quando Friedrich Jurgenson, artista sueco, gravou as primeiras vozes na sua casa de campo, utilizando seu gravador de rolo. Desde então, a TCI tem evoluído para diversas modalidades de comunicação e em crescente número de pessoas interessadas. Apesar de 50 anos de história, ainda não chegamos a um consenso plenamente aceitável: Essas vozes e imagens são realmente de pessoas falecidas que outrora viveram no planeta Terra? Essa pergunta pode parecer antiquada para alguns, que já aceitaram a TCI como uma comunicação irrevogavelmente comprovada de seres espirituais.

Mas, não é bem assim. Já faz muitas décadas que o leque de possibilidades se abriu. A aceitabilidade que a comunicação seja apenas de espíritos se estendeu para outras categorias. Não mais seriam apenas espíritos. Englobar-se-ia, também, seres espirituais que nunca habitaram o planeta Terra (seres extraterrestres, por definição) e altas entidades de profundo saber e conhecimento, não humanas (também seres extraterrestres, por definição).

Isto tudo é ainda uma grande incógnita e, para falar a verdade, ainda se conhece muito pouco sobre a verdadeira natureza desse fenômeno. É certo que o debate sobre outros mundos ou outros universos paralelos não é mais nenhuma heresia nos dias atuais. E não digo que essa aceitação ao tema se restrinja aos campos da fronteira da ciência ou de filosofias mirabolantes.


A discussão de universos paralelos ou realidades coexistentes com a nossa, é plenamente bem discutida dentro do mundo científico, principalmente no campo da física teórica. Se existe um universo paralelo ao nosso – que, sob nosso ponto de vista, é não físico - o óbvio pensamento é sabermos se nessa realidade existem seres pensantes e inteligentes e, caso existam, haverá a possibilidade de uma comunicação conosco?

Para outros pensadores, a comunicação pela TCI nada mais seria do que uma ação parapsicológica sobre os aparelhos, ou seja, o produto das vozes, imagens e textos - atribuídos a um mundo espiritual - nada mais seria do que nossa própria natureza em ação. As vozes seriam nada mais do que uma criação produzida por nossa mente. É o que a Parapsicologia chama de psicocinese, a ação da mente sobre a matéria. Também não há explicação concreta e resultados experimentais satisfatórios para que aceitemos completamente essa hipótese como elucidação última do fenômeno da TCI.

Passados 50 anos, em se tratando de aparelhagem usada, ainda utilizamos largamente aparelhos que não foram projetados especificamente para este tipo de pesquisa. Os pesquisadores e experimentadores, em geral, costumeiramente ainda usam aparelhos comuns, como gravadores de fita cassete ou digitais, computadores, microfones, câmaras de vídeo e televisores.

Entretanto, ao longo dos anos, muitos aparelhos ou sistemas de aparelhos foram desenvolvidos para fins específicos, como o Psicofone. Mas, eles ficaram abandonados no tempo, por não oferecerem maiores resultados expressivos como antigamente. Além disso, alguns sistemas deram resultados para alguns, mas ao serem replicados por outros, tornaram-se um retumbante fracasso. A parcela humana de contribuição para o êxito das gravações parece estar mais do que clara em alguns casos de maior expressão do fenômeno.

O computador é um forte aliado nas pesquisas de TCI.
A era do computador chegou e tem auxiliado as pesquisas de TCI de modo indispensável. Softwares foram criados com o objetivo específico de melhorar as gravações de “vozes”. O pós-processamento do áudio gravado, nos experimentos, tem clareado substancialmente as amostras, e funcionam hoje como “lapidadores de diamantes”.

Fazendo uma analogia, uma amostra de voz gravada em uma sessão de TCI, muitas vezes é como um diamante em estado bruto e que só depois de vários processamentos (filtros diversos), brilha e mostra toda sua clareza e beleza. Softwares têm sido usados também para estudar a arquitetura da construção das vozes e demonstrá-las que, de fato, elas contêm um componente de mistério em sua formação. Contém anomalias na estrutura do sinal de voz, que até o momento segue sem explicação.


Quais serão os próximos caminhos da TCI? Aonde queremos chegar? Como tornar o fenômeno mais evidente, claro e concreto e não um amontoado de ruídos dúbios ou de imagens abstratas? Não me refiro a que todas as gravações de áudio ou imagens, hoje, sejam dúbias e nebulosas, já que houve avanço em sua qualidade. Mas, uma fração ainda o é.

Em minha opinião, certamente um dos caminhos para se obter um grande êxito nesta área é a busca de se criar hardwares específicos para tal pesquisa. Já na parte de software, trará a validação necessária e, certamente, também, será útil com a criação de aplicativos específicos para tal objetivo. Aparelhagens construídas para tal fim serão um dos pilares para o avanço na área. Notadamente, pela observação nos experimentos, o fenômeno envolve algum tipo de energia ainda desconhecida. A busca pelo avanço na área certamente também encontrará essa incógnita a ser decifrada.

A área de áudios só se tornará um fenômeno inegável quando chegarmos no dia em que, após a realização de um experimento, não mais precisarmos voltar a gravação ao início, para se procurar a voz paranormal incrustada em algum trecho. Ela terá que ser clara, inteligível, audível no ambiente (por todos), e que possibilite um diálogo em tempo real. Isso já foi obtido por alguns pesquisadores no passado e hoje poucos o conseguem. Para esses casos em particular, que ocorreram no passado e ocorrem atualmente, parece haver o fator humano como facilitador.

Chamamos hoje tais pessoas de médiuns de efeitos físicos ou psíquicos. Entretanto, a Transcomunicação Instrumental é um fenômeno de massa e não um privilégio restrito a um grupo que detém um conhecimento secreto ou que possua supostos dons extragalácticos. Está claro que o fenômeno, em alto nível de qualidade, terá que ocorrer com todos e não apenas com segmentos restritos de pessoas privilegiadas.

Dito isso, observamos que continuar usando hoje um gravador de fita cassete, nos experimentos, nunca trará um resultado desse nível citado, simplesmente porque ele não foi projetado para tal finalidade. Além do mais, a fita cassete é uma tecnologia ultrapassada e já sepultada faz tempo. Na verdade, tecnologias ultrapassadas ainda funcionam com a TCI, mas seus procedimentos operacionais têm sido mais trabalhosos. Então, porque se agarrar ao passado? Provavelmente, a maioria das “vozes” que são gravadas hoje, já poderia estar em um nível de qualidade altíssima.

Refiro-me a “vozes” audíveis em tempo real e de clareza unânime. Provavelmente, o problema está no impasse de que o mecanismo de formação das “vozes” não encontrou suporte necessário no nível de um sistema, em nossas aparelhagens, que pudesse possibilitar isso. Seria como se o fenômeno já estivesse completamente disponível e acessível por aí, bastando apenas que disponibilizássemos um captador específico ou realizássemos uma transdução do sinal (transformação de uma energia em outra energia, de natureza diferente).

E vamos além. Continuar usando o aparelho de rádio comum, seja ondas curtas ou qualquer freqüência, dificilmente trará validação e comprovação para o fenômeno. O rádio foi primeiramente usado pelo pioneiro, Friedrich Jurgenson, e desde então tem sido utilizado largamente. Entretanto, sempre haverá o componente de dúvida ao se usar um rádio, e ele está sujeito a inúmeras interferências, mesmo entre estações (quando apenas está chiando). Seu uso nos experimentos de Transcomunicação, sempre acompanhará da seguinte pergunta: Será que essa voz é mesmo uma ação paranormal ou uma interferência qualquer, uma captação comum e que interpretei erroneamente? 


Sei que existem algumas técnicas de se contornar isso, como, por exemplo, a observação da menção constante ao nome do experimentador nas captações ou ao registro da gravação ser pertinente ao conteúdo das perguntas realizadas pelo experimentador. Nestes casos, evidencia-se uma ação não aleatória ou casual de uma onda terrestre qualquer viajando pelo espaço, mas sim uma ação direta direcionada ao pesquisador. Há também as Vozes Diretas de Rádio (VDR) que também oferecem um impacto mais real de sua natureza paranormal, mas, mesmo assim, em média, os aparelhos de rádio comuns vão oferecer o componente da dúvida para suas pesquisas.

Continua a dificuldade na distinção das “transimagens” verdadeiras das falsas.
É verdade que, em qualquer tipo de gravação de áudio, podemos averiguar a suposta voz paranormal e analisá-la no nível de sua estrutura, de verificarmos anomalias que ali não deveriam existir.

Ou, também, no caso da amostra ser de qualidade apreciável, e se suspeitar que tenha sido de uma entidade conhecida, poderá compará-la com um registro de voz dessa pessoa, quando em vida. Entretanto, essas análises são mais demoradas, mais trabalhosas e não acessíveis a todos. Elas são fundamentais para a comprovação do fenômeno e seriam ideais de ser obtidas em metodologias e meios confiáveis, coisa que o rádio não oferece plenamente.

Com referência ao campo de imagens e vídeos, a técnica de retroalimentação, em canal aberto de TV, segue defasada pelo mesmo motivo: da possibilidade de se obter registros espúrios, absolutamente terrenos. Este campo de experimentação segue ainda bem difícil. A pareidolia está fortemente presente em inúmeras imagens registradas.

Nossa mente continua a procurar padrões onde muitas vezes não existe absolutamente nada, ou melhor, existem apenas abstrações aleatórias e desconexas. É verdade que há exceções, apesar de olhos externos à TCI observarem que nossas técnicas atuais ainda estão se desvencilhando do amadorismo. Há dificuldades que esperamos superar nos próximos anos, com o avanço e amadurecimento das pesquisas que já seguem atualmente.

O futuro da TCI estará provavelmente na construção de novos sistemas de aparelhagens. São muitas as áreas que ainda necessitam pesquisa, além dos clássicos modos de comunicação por som e imagens. As pesquisas prosseguem, mesmo sem nenhum tipo de investimento oficial.
(texto de Alexandre de Carvalho Borges)

Chico Xavier Fala Sobre Transcomunicação


Programa Pinga Fogo, na antiga TV Tupi, e gravado em 1972. O entrevistado era Chico Xavier. Este vídeo mostra o momento que Chico responde a pergunta sobre Transcomunicação Instrumental, formulada pelo parapsicólogo Hernani Guimarães Andrade .

Transcomunicação instrumental


A transcomunicação instrumental (TCI) estuda a comunicação entre vivos e mortos através de aparelhos eletrônicos como por exemplo rádio, televisão, telefone e computador.

Por vezes o termo é confundido com o "Electronic Voice Phenomena" (EVP) que, por se tratar apenas da manifestação de vozes em aparelhos, está contido dentro da TCI.

Curiosidade histórica: a possibilidade de comunicações com o mundo espiritual sem a interferência direta de um médium, foi considerada por diversos cientistas. Como exemplo, Thomas Alva Edison, nos Estados Unidos da América, patenteou uma máquina para esse fim. No Brasil, o português naturalizado Augusto de Oliveira Cambraia, inventor da cambraia, patenteou, em 1909, o "Telégrafo Vocativo Cambraia" e um aparelho destinado a possibilitar o intercâmbio entre os chamados "planos da vida".

A moderna fase da TCI iniciou-se com o crítico de arte sueco Friedrich Jüergenson (1903-1987) que, em seus momentos de lazer, em sua casa de campo em Molbno, tinha o hábito de gravar o canto dos pássaros da região. Em 1959, ao escutar uma dessas gravações, deparou-se com vozes humanas entre os cantos gravados. Estranhou o fato, uma vez que estivera absolutamente só ao realizar a gravação, no meio de um bosque.

Ao ouvir com mais cuidado, notou que se tratava de vozes de pessoas e que podiam ser percebidas palavras em vários idiomas, o que descartava a hipótese de interferência de alguma emissora de rádio. Aprofundando-se em novas gravações, assombrou-se ao perceber que as vozes o chamavam pelo nome, por apelidos e que podiam responder a perguntas feitas no local, o que também descartava a hipótese de captação de rádio amador ou outro tipo de transmissão à distância. Indagando de quem seriam aquelas vozes, a resposta não tardou: "Somos os mortos...".

O Brasil sediou um Congresso Internacional de Transcomunicação em Maio de 1992, na cidade de São Paulo, com a participação dos pesquisadores Hernani Guimarães Andrade e Sônia Rinaldi. No país, à época, a maioria das comunicações era registada através de gravadores de fita magnética.

Hoje existem vários grupos de estudo tentando contactar com o “outro lado”, com softwares específicos para facilitar a obtenção de vozes através de computador, como EVP Studio, Adobe Audition (antigo Cool Edit) e o Sound Forge, ou alguns baixados de forma gratuita na internet como: EVP maker e Audacity.

Importante: solicitar sempre a proteção dos espíritos superiores ao iniciar projetos desta natureza.

08 outubro 2010

A verdadeira função do mal


O mal, seja qual for a forma pela qual se insinue, está a serviço do bem para exaltar-lhe a grandeza. O objetivo da morte é a exaltação da vida e, sem a vida que exalta, careceria do menor fundamento e ninguém lhe perceberia sequer a existência fictícia.
O espinho destaca a beleza e a transcendência da rosa, e não o contrário...
Assim como o espinho existe em função da rosa, a morte existe em função da vida! 
( trecho do livro "Obsessão e Cura" - Dr. Inácio Ferreira  - psicografado por Carlos Bacelli )

A onda espírita no cinema



 Se você tem a impressão de ouvir falar muitas vezes sobre espiritismo ultimamente, saiba que não é mera coincidência a frequência crescente das citações. Pode-se dizer que há um levante espírita em curso no entretenimento brasileiro, coroado agora pelo êxito comercial de Nosso Lar, filme brasileiro que estabeleceu o recorde de levar mais de 3 milhões de espectadores aos cinemas em apenas três semanas e acumula quase 1,7 milhão de bilhetes vendidos nos primeiros dez dias em cartaz, desde a estreia em 3 de setembro.

O caminho tem sido pavimentado nessa direção desde pelo menos 2008, quando Bezerra de Menezes – O Diário de um Espírito levou mais de 500 mil espectadores aos cinemas, a partir de um orçamento modesto de R$ 2 milhões (Nosso Lar custou dez vezes mais), levantado pela produtora cearense independente Estação da Luz Filmes.


A Globo Filmes detectou o movimento mais ou menos subterrâneo e se associou à Estação da Luz na produção de Chico Xavier, que estreou em abril deste ano, demorou oito dias para vender 1 milhão de ingressos e levou ao cinema até hoje 3,4 milhões de espectadores. O espiritismo avançou também na tela da TV Globo,através da novela das 18h, Escrito nas Estrelas.

O médium mineiro Chico Xavier (1910-2002) é referência presente nos três filmes, principalmente na dramatização homônima dirigida por Daniel Filho e protagonizada por Nelson Xavier e Ângelo Antônio. Um dos espíritos que ele afirmava guiá-lo era o do médico e político cearense Bezerra de Menezes (1831-1900), que se tornaria um militante espírita do século XIX. Xavier aparece em pessoa ao final de Bezerra de Menezes, recebendo mensagens do mentor morto. E Nosso Lar é baseado em livro homônimo atribuído ao espírito André Luiz, mas lançado por Chico Xavier – o médium escreveu 412 livros baseados na psicografia, ou seja, na transcrição de mensagens enviadas pelos mortos.

 O êxito acumulado dos três filmes prenuncia uma avalanche de produções de temática parecida. O diretor de Nosso Lar, Wagner de Assis, fala de adaptar Os Mensageiros, também psicografado por Xavier. Um dos produtores de Chico Xavier, Tomislav Blazic, trabalha na adaptação cinematográfica de Ninguém É de Ninguém, da escritora espírita Zíbia Gasparetto. E a Estação da Luz já tem mais duas produções filmadas, As Mães de Chico Xavier e Área Q, que devem estrear em 2011.

Ponta-de-lança da voga espírita no cinema, essa produtora é braço cinematográfico da Associação Estação Luz. Essa ONG, fundada em 2004 no município cearense de Eusébio, esteve envolvida em controvérsia há um ano, ao captar recursos do Fundo Nacional de Cultura, do Ministério da Cultura (o MinC), que acabaram utilizados na realização da 3a Marcha Nacional da Cidadania pela Vida, na prática uma manifestação contra o aborto. Quando o caso foi revelado pela Folha de S.Paulo, o MinC determinou a devolução dos recursos pela Estação da Luz.

Dirigido por Glauber Filho (que foi presidente da TV Ceará, rede pública local) e Joe Pimentel (da produtora Trio Filmes), Bezerra de Menezes não trata de aborto, mas é explícito quanto ao tema em seu desfecho, quando um letreiro avisa: “Este filme é dedicado às milhares de vítimas de aborto provocado”. No mais, narra a trajetória do personagem interpretado por Carlos Vereza de modo sisudo, privilegiando os embates do espiritismo com a Igreja Católica e a intelectualidade. O tabu do suicídio também é referido de passagem, como “aquele que é considerado o crime mais afrontoso ao Criador”.

A repulsa ao suicídio, por sinal, é um dos fios condutores centrais de Nosso Lar. Desregrado e despreocupado com a própria saúde, o médico André Luiz (Renato Prieto) morre e é conduzido ao purgatório (chamado no filme de “umbral”), um pântano escuro e povoado por homens e mulheres maltrapilhos e dilacerados, em cenas que evocam vagamente o videoclipe "Thriller", de Michael Jackson. André sofre todo tipo de privação no umbral, antes de ser resgatado para o paraíso, batizado de “nosso lar”. Ali, descobrirá que passou pelo purgatório por ser um suicida, ainda que inconscientemente. Ao assimilar o proselitismo pelo trabalho incansável e ininterrupto e pela dedicação ilimitada aos outros espíritos, ele completará sua admissão ao “nosso lar”, até futura reencarnação.

O purgatório e o céu materializados na tela grande pelo diretor Wagner de Assis dá a Nosso Lar tom mais fantasioso em comparação aos outros filmes. O espírito de André passa primeiro por um ambiente hospitalar, depois por um campo verde entre nuvens (o purgatório escuro fica na periferia do paraíso), enfim pelo lar definitivo. Trata-se de uma cidade feita de gramados, casas tipo condomínio norte-americano, prédios à moda de Oscar Niemeyer e veículos futuristas de transporte – em diversas cenas, faz lembrar o parque Ibirapuera, ou o plano-piloto de Brasília. Os espíritos mais devotados são promovidos e comandam grandes ministérios, em simbologia análoga à dos governos políticos cá da Terra.

Nosso Lar não cita o catolicismo ou outras religiões, nem as relações entre o espiritismo e a mídia expostas por Daniel Filho em Chico Xavier. Prefere se deter exclusivamente na doutrina espírita, sob trilha sonora etérea composta especialmente pelo norte-americano Philip Glass (na cinebiografia de Daniel Filho, o compositor Egberto Gismonti foi o encarregado da trilha). De certo modo, pode-se perceber uma escalada na sequência formada por Bezerra de Menezes (a luta pela aceitação do espiritismo), Chico Xavier (a conquista de notoriedade) e Nosso Lar (o espiritismo em si).

Além do evidente interesse comercial e de nutrir espectadores sedentos pelo tema, a atual onda espírita vem trazer holofote àquelas práticas religiosas para além dos circuitos habituais, muitas vezes subterrâneos para o resto da sociedade. De quebra, provoca algo como uma saída do armário da crença e de alguns de seus praticantes. Dos diretores em questão, apenas Daniel Filho não se assume como espírita. Alguns dos atores envolvidos dão depoimentos públicos sobre suas devoções, casos de Carlos Vereza, Ana Rosa (presente nos três filmes) e Paulo Goulart (que interpreta um ministro em Nosso Lar e o entrevistador do programa Pinga-Fogo em Chico Xavier).

A presença de membros da família Goulart nas três produções remete a outra época do cinema nacional, quando foi lançado o bem mais modesto Joelma, 23º Andar (1979), de Clery Cunha. O filme dramatizava o incêndio do edifício Joelma, ocorrido em São Paulo, em 1974, sob o ponto de vista de uma jovem médium que morria no acidente e vinha tranquilizar sua família após a morte.


Lucimar era interpretada pela então adolescente Beth Goulart, que décadas depois, nos extras do DVD de Joelma, se pronuncia espírita e fala da concordância da família da Lucimar verdadeira com o filme. A história de Joelma, 23º Andar se baseava no livro Somos Seis, mais uma psicografia do onipresente Chico Xavier, e na época esteve longe de reanimar o cinema nacional.
(Fonte: www.ultimosegundo.ig.com.br)