"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

09 junho 2011

Os Espíritos durante os combates


Durante uma batalha, há Espíritos assistindo aos combates, amparando cada um dos exércitos e lhes estimulando a coragem.

Os antigos figuravam os deuses tomando o partido deste ou daquele povo. Esses deuses eram simplesmente Espíritos representados por alegorias.

Estando, numa guerra, a justiça sempre de um dos lados, os Espíritos que tomam o partido dos que lutam por uma causa injusta são aqueles que só se comprazem na discórdia e na destruição. Para esses, a guerra é a guerra. A justiça da causa pouco os preocupa.

Alguns Espíritos podem influenciar o general tanto na concepção de seus planos de campanha, como com relação a todas as concepções.

Os maus Espíritos poderiam suscitar ao general planos errôneos com o fim de levá-lo à derrota, mas o general tem o livre-arbítrio. Se ele não tiver critério bastante para distinguir uma idéia falsa, sofrerá as conseqüências e melhor faria se obedecesse, em vez de comandar.

O general pode ser guiado por uma espécie de dupla vista, por uma visão intuitiva, que lhe mostre de antemão o resultado de seus planos. [...] É o que ele chama inspiração e o que faz que obre com uma espécie de certeza. Essa inspiração lhe vem dos Espíritos que o dirigem, os quais se aproveitam das faculdades de que o vêem dotado.

No tumulto dos combates, alguns dos Espíritos que sucumbem continuam a se interessar pela batalha, outros se afastam.

Dá-se, nos combates, o que ocorre em todos os casos de morte violenta: no primeiro momento, o Espírito fica surpreendido e como que atordoado. Julga não estar morto. Parece-lhe que ainda toma parte na ação. Só pouco a pouco a realidade lhe surge.

Pode acontecer que, nos primeiros instantes depois da morte, o Espírito ainda odeie o seu inimigo e mesmo o persiga. 

Quando, porém, se lhe restabelece a serenidade nas idéias, vê que nenhum fundamento há mais para sua animosidade. Contudo, não é impossível que dela guarde vestígios mais ou menos fortes, conforme o seu caráter.

O Espírito que desencarna durante um combate continua a ouvir perfeitamente o rumor da batalha.

Raras são as mortes verdadeiramente instantâneas. Na maioria dos casos, o Espírito, cujo corpo acaba de ser mortalmente ferido em uma batalha, não tem consciência imediata desse fato.

Somente quando ele começa a reconhecer a nova condição em que se acha, é que os assistentes podem distingui-lo, a mover-se ao lado do cadáver.

Parece isso tão natural, que nenhum efeito desagradável lhe causa a vista do corpo morto. Tendo-se a vida toda concentrado no Espírito, só ele prende a atenção dos outros. É com ele que estes conversam, ou a ele é que fazem determinações.





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