"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

29 fevereiro 2012

A Morte de um Ente Querido: a Dor de Ambos


Não, o coração que amou de fato jamais esquece.
Mas continua amando até o fim, como o girassol volta para o seu Deus, quando ele se põe, o mesmo olhar que lhe dirigiu quando ele nasceu.
(Thomas Moore)

* * *

Uma das maiores dores que podem atingir a um coração na Terra é a separação de pessoas que se amam.

É humano sofrer com a morte física de alguém.

É necessário, no entanto, que não se faça do fim natural a que chega a vida física, um palco de revolta contra Deus.

A vida física tem seu início, meio e fim. Término esse que todos sabem que um dia chegará.

Por que não se preparar?

Não a esperando para qualquer momento, mas se conscientizando de que nada na vida lhes pertence, posto que "são depositários e não proprietários".

Apegam-se às pessoas, tornando-se delas donas, razão pela qual chega a revolta da separação.

Como alguém que é meu me pode ser tirado, sem o meu consentimento?

A saudade fará com que suas lágrimas caiam para sempre, diminuindo com o tempo, mas estarão sempre em sua face.

Mas, creia, o dia do reencontro chegará.

Aguarde com confiança e sem qualquer precipitação. Não chantageie a vida se entregando à autodestruição, isto só o levará a se afastar mais e mais das vibrações de refazimento e reequilíbrio.

Não retenha quem se foi além do necessário para que tenha boas recordações.

Desfaça-se dos excessos de correntes que podem aprisionar o seu amor ao seu lado. A vida dele prosseguirá em outras paragens, não mais na que você se encontra. Não o chame para ajudá-lo diante das suas dificuldades de vida. Elas são suas.

Deus não é cruel.

Jamais o faria reencontrar ou encontrar um amor para depois o lançar fora de sua vida, eternamente.

Seu sofrimento não é o maior do mundo, portanto não agrida a quem quer que seja com a justificativa de que o seu coração está de luto.

Alguém partiu, não faça com que os outros partam também, afastando-se de sua companhia.

Ore, pedindo pela paz do que se foi, lembrando-se que ele também sofre a saudade da separação.

Mas em suas preces nunca se esqueça de dizer: "Vá adiante amor, aqui ficaremos bem e, quando Deus assim quiser, nós nos veremos..."

(Carlos Murion)

Local: "Centro Espírita Cavaleiros da Luz" - Salvador (BA)

Médium : José Medrado

(do livro "Construção Interior", Ed. Mundo Maior)





Meu tesouro


Guardo o meu amor por dentro.
É precioso.
Pensar nele faz com que eu tenha vontade de cuidar de mim mesmo – então é bom.
Guardando, guardando, feito jóia.
Precioso, delicado.

(Caio F. de Abreu)



O Renascimento


Nós não precisamos esperar morrer e nascer novamente para estabelecer uma meta de mudança em nossa maneira de ser.

Podemos decidir isso aqui, na Terra, enquanto ainda vivos.

Não é necessário morrer, subir para o Mundo Espiritual, voltar para cá, escolher o próximo útero, instalar-se lá dentro por 9 meses, nascer, passar por tudo aquilo que passa um neném recém-nascido, mamar, usar fraldinha, fazer xixi, fazer cocô, aprender a firmar a cabeça, a sentar, a caminhar, a falar, entrar na escolinha, ir na pracinha, nos colocarem para assistir os programas infantis na televisão, ir no pediatra, fazer vacina, ir crescendo, olhando em volta como é esse mundo dos grandes, aquela agitação toda, gente bebendo, gente fumando, ficando grandinho, virando um mocinho ou uma mocinha, entrando no Colégio, querendo ser igual aos outros, vestindo as roupas da moda, escutando as músicas da moda, achando que está tudo certo, ou tudo errado, procurando a nossa identidade, ficando grande, querendo ser igual aos outros, ou querendo ser diferente, a vida passando, a gente tentando se entender, parece que é tudo de novo, a nossa personalidade aflorando, as virtudes, os defeitos, os traumas surgindo, as alegrias, as tristezas, os encantos, os desencantos, as vitórias, as derrotas.

Vamos ficando maiores, adolescentes, depois adultos, casamos ou não, temos filhos ou não, ficamos velhos, se não morremos antes, nos sentimos bem ou não, parece que falta algo, não sabemos bem o que é, parece que está tudo certo ou tudo errado, e vamos indo, depois morremos, subimos para o Mundo Espiritual, lá chegamos, aí vamos lembrando que foi apenas mais uma viagem, e que a finalidade dela, e de todas as outras, é o encontro conosco mesmo, saber o que já está bom, o que ainda precisa ser melhorado, o que necessita realmente de mudança, de transformação.

Vamos ficando melhores, mais calmos, mais lúcidos, como que acordando de um sono, preparando à nossa volta, para mais uma descida para cá, escolher um novo útero, aquela mãe que precisamos, o pai que Deus nos dá, a família adequada aos nossos interesses (evolutivos), a classe social, a cor da pele, o país, o que nos ajudará a aflorar o que é positivo de dentro de nós e o que ainda não é, e um dia vamos diminuindo e vamos nos instalando dentro da nova casinha, e recomeça tudo de novo.

Mas não precisamos esperar nascer de novo para tentar melhorar mais do que viemos melhorando nesses últimos séculos ou milênios.

Não precisamos fazer tudo isso para, durante a próxima descida, passar por um novo teste, para despertar, perceber o que somos e onde estamos, quem somos e o que parecemos ser, não precisamos mais perder tempo, embora o tempo nem exista, não precisamos sofrer mais do que o necessário, não precisamos continuar nos deixando dominar pelas palavras convincentes do nosso eu temporário.

A Psicoterapia Reencarnacionista chegou na Terra, ela é a mesma Terapia utilizada no Mundo Espiritual, no período inter-vidas, quando lá estamos, nos libertando de nós mesmos, percebendo que somos todos iguais, entendendo o que é estar encarnado, qual a função disso tudo, o que é descer para encontrar a libertação, o que é subir para perceber que ainda não foi dessa vez...

Podemos fazer um renascimento aqui, agora, a partir desse momento, sem necessidade de morrer e voltar e tentar de novo.

Mas para promovermos um renascimento durante a vida encarnada, é necessário uma profunda análise do que somos e do que até agora achávamos que éramos.

É preciso a coragem de admitir que estivemos enganados esse tempo todo e que a maioria das pessoas quando na Terra, ainda estão.

É obrigatória a disposição de desapegar-se de si mesmo, de seus rótulos estabelecidos, é imprescindível deixar de sentir-se um alguma coisa e começar a perceber-se um no todo.

Morrer a casca e voltar em nova casca, é com grande possibilidade, cair novamente dentro da Grande Armadilha, nos próximos rótulos, nas próximas aparentes verdades.

Podemos iniciar o Renascimento agora, vendo o que antes não víamos, lembrando que somos eternos, somos Luz, e que podemos nos libertar, sair de dentro dessa casca, sem precisar morrer para isso. [...]

Quando morre a nossa casca, a nossa Consciência sai de dentro dela e vemos que estivemos todo esse tempo acreditando que aí era o nosso lugar e começamos a perceber que era apenas a nossa prisão, sem portas, sem janelas, sem grades, a auto-prisão de viver na ilusão de ser um só, quando somos todos e Tudo.

Com a Psicoterapia Reencarnacionista e o Telão aqui na Terra, podemos recordar encarnações passadas, podemos recordar nossas subidas para o Mundo Espiritual, como fomos enquanto aqui estávamos, como nos sentimos quando para lá voltamos, o que avaliamos de nossas passagens pela crosta, do que nos sentimos satisfeitos, em que nos frustramos, o que descobrimos (no sentido real de des/cobrir), do que nos envergonhamos, o que decidimos, como seria da próxima vez, e da próxima vez, e da próxima vez... e desta vez.

O Renascimento é possível, mas exige uma disposição, e essa disposição requer libertação e isso é o que mais nos amedronta.

Todos queremos ser livres, sem nada nos segurando, mas todos optamos pela incerta segurança do estabelecido.

Queremos voar mas ainda nem sabemos caminhar. Ansiamos por enxergar mas não abrimos os olhos. Queremos escutar mas tapamos os ouvidos com a gritaria e a barulheira do mundo externo e, principalmente, do nosso interno. Queremos sentir paz, mas não nos permitimos parar de pensar e senti-la.

É possível renascer agora, dizendo melhor, começar a renascer.

Mas, como uma lâmpada que há muito tempo está ali, acesa, no meio da vida, adquiriu muita fuligem e a sua luz está fraquinha, é necessário pegarmos um paninho, bem suave, delicadamente, e começarmos a retirar a fuligem, e quanto mais limpa, mais luz vem ressurgindo, vai limpando, vem mais luz, tirando a fuligem, mais luz.

Não precisamos buscar luz fora de nós, só precisamos tirar a fuligem.

E isso agora, quando os nossos Mentores Espirituais nos deram esse presente: a Psicoterapia Reencarnacionista.

Se não agradecermos a Eles, resolvermos aproveitar esse presente e pegar o paninho, quando o receberemos novamente?

(Mauro Kwitko)




Dica de Livro: "Como aproveitar a sua Encarnação" - Mauro Kwitko


O autor Mauro Kwitko, que é psicoterapeuta, defende a necessidade da psicologia ter seu limite expandido em direção às encarnações passadas e futuras, voltando-se para nossas vivências em outros planos e dimensões.

Ele afirma que tem como missão a criação e divulgação de uma nova visão psicológica, baseada na reencarnação, à qual ele deu o nome de psicoterapia reencarnacionista.

Kwitko deu início à sua carreira médica como pediatra, posteriormente tornando-se homeopata e se interessando pela terapia floral. Nessa época, também trabalhava como médium em centros espíritas e espiritualistas, e começou a fazer um curso de formação em Terapia de Regressão com a dra. Maria Júlia Prietto Peres, uma das grandes conhecedoras do assunto no Brasil.

Resolveu seguir esse caminho, o que lhe possibilitou entender cada vez melhor o que significa a reencarnação.

* * *
Recomendo a leitura!


27 fevereiro 2012

Onde estão os nossos amores?


Quando as sombras da morte arrebatam nossos amores, um punhal se crava em nosso coração.

A dor moral é tamanha, a sensação de perda é tão grande que o corpo inteiro se retesa e sente dores.

À medida que os dias se sucedem e as horas avançam, tristonhas, acumulando dias, a ausência da presença amada mais se faz dolorida.

Então, revolvemos nossas lembranças e no Banco de Dados da nossa memória, vamos recordar dos momentos felizes que juntos desfrutamos.

Recordamos das viagens, das pequenas coisas do dia a dia, dos aniversários, das tolices.

E até das rusgas, dos pequenos embates verbais que, por convivermos tão próximos, aconteceram, ao longo dos anos.

Se o ser amado é um filho, ficamos a rememorar os primeiros passos, as palavras iniciais, os balbucios. E a noite da saudade vai se povoando de cenas que tornamos a viver e a sentir.

Recordamos o dia da formatura, as festas com os amigos, as ansiedades antes das entrevistas do primeiro emprego. Tantas coisas a rememorar...

Acionamos as nossas recordações e, como um filme, as cenas vão ali se sucedendo, uma a uma, enquanto a vertente das lágrimas extravasa dos nossos olhos.

Se se trata do cônjuge, vêm-nos à lembrança os dias do namoro, os tantos beijos roubados aqui e ali, as mãos entrelaçadas, os mil gestos da intimidade...

Na tela mental, refazemos passos, atitudes, momentos de alegria e de tristeza, juntos vividos e vencidos.

Pais, irmãos, amigos, colegas. A cada partida, na estatística de nossa saudade, acrescentamos mais um item.

E tudo nos parece difícil, pesado.

A vida se torna mais complexa sem aqueles que amamos e que se constituíam na alegria de nossos dias.

Vestimo-nos de tristeza e desaceleramos o passo da própria existência.

Como encontrar motivação para a continuidade das lutas, se o amor partiu?

Como prosseguir caminhando pelas vias da solidão e da saudade?

* * *

Nossos amores vivem e nos vêem, nos visitam. Não estão mortos, apenas retiraram a vestimenta a que nos habituáramos a vê-los.

Substituíram as vestes pesadas por outras diáfanas, vaporosas. Mas continuam conosco.

Por isso, não contribuamos para a sua tristeza, ficando tristes.

Eles, que nos amaram, continuam a nos amar com a mesma intensidade e nos desejam felizes.

Por isso nos visitam nas asas do sonho, enquanto o sono nos recupera as forças físicas.

Por isso nos abraçam nos dias festivos. Transmitem-nos a sua ternura, com seus beijos de amor.

Sim, eles nos visitam.

Eles nos acompanham a trajetória e certamente sofrem com nossa inconformação, nosso desespero.

Eles estão libertos da carne porque já cumpriram a parte que lhes estava destinada na Terra: crianças, jovens, adultos ou idosos.

Cada qual tem seu tempo, determinado pelas sábias Leis Divinas.

* * *

Quando as dores da ausência se fizerem mais intensas, ora e pede a Deus por ti e por teus amores que partiram.

E Deus, que é o amor por excelência, te permitirá o reencontro pelos fios do pensamento, pelas filigranas da prece, na intimidade da tua mente e do teu coração.

Utiliza essa possibilidade e vive os anos que ainda te faltam, com nobreza, sobre a Terra.


(Redação do Momento Espírita)



Arthur's Theme - Christopher Cross



Uma canção especial...

Atravessar sem medo...


Pense que a vida é apenas uma ponte.
Não construa a tua casa nela...apenas atravesse-a.
(Autor desconhecido)



Se Fosse um Homem de Bem...


Acidente grave!

O carro derrapou na pista molhada e capotou, caindo na ribanceira. Perda total.

Milagrosamente, o motorista escapou, ileso.

Em casa, após abraçar os familiares, orou, agra­decendo a proteção do Céu.

Espírita, buscou inspiração em O Evangelho segundo o Espiritismo, abrindo-o ao acaso. Leu, no capítulo V: Se fosse um homem de bem, teria morrido.

Dúvida atroz. Como deveria sentir-se:

Eufórico por não ter morrido?

Acabrunhado por não ser um homem de bem?

Interpretando literalmente o texto, poderíamos supor que os bons são mais suscetíveis de... morrer!

Os maus são preservados, tanto quanto possível, talvez para que sofram mais, purguem seus pecados e se danem!

Obviamente, não é assim, embora tenhamos Espíritos bons que vêm à Terra para jornada breve, retomando, sem delongas, ao Plano Espiritual.

A propósito, lembro-me de um mentor espiritual que, preocupado com seus pupilos, um casal que retardava o cumprimento de compromissos de trabalho junto à infância desvalida, reencarnou como seu filho.

Desde logo despertou nos pais imenso carinho, em sublime ligação afetiva.

Aos cinco anos adoeceu e desencarnou, conforme planejara.

A dor de perdê-lo anulou nos genitores todas as ilusões e despertou neles a vocação religiosa.

Ligando-se ao Espiritismo, logo se inspiraram no cumprimento da tarefa procrastinada, dedicando-se, amorosamente, às crianças de um orfanato.


***

Fénelon, um dos colaboradores de Kardec na codificação da Doutrina Espírita, assina a mensagem que tem por título aquela citação, que constitui equivocado ditado popular.

Ele adverte que seria uma blasfêmia assim considerar.

Há gente boa que vive bastante.

Há gente má que tem existência breve.

Basta lembrar os jovens que se envolvem com a criminalidade. A expectativa de vida para eles é de vinte anos, não por prêmio à bondade, mas por lamentável comprometimento com a maldade.

Poucos ultrapassam essa idade, habilitando-se a penosos reajustes no plano espiritual e atormentados resgates em futuras reencarnações.

***

Não há dia e horário determinados para morrer. Salvo circunstâncias excepcionais, a extensão da existência humana relaciona-se com nossas ações.

Regra básica: os que vivem para o Bem são protegidos, evi­tando-se, tanto quanto possível, lhes suceda algo não programado.

Podem ter vida breve (como ocorreu com o mentor que planejou desencarnar aos cinco anos), média ou longa, mas, normalmente, de conformidade com o prazo que lhes foi concedido.

Os que se comprometem com o erro, o vício, o crime, a irresponsabilidade, a imprudência e outros desvios, próprios da imaturidade humana, ficam à deriva, no encapelado mar em que se aventuram.

Correm riscos maiores.

Portanto, meu caro leitor, nossa única preocupação deve ser a de sustentar existência nobre e digna, cum­prindo nossos deveres.

Assim, quando partirmos, em qualquer circuns­tância, poderemos dizer que se cumpriu a vontade de Deus.


(Texto extraído do livro: “Abaixo a Depressão”, de Richard Simonetti)



Encerrando um ciclo

 
Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final.

Se insistirmos em permanecer nela mais que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos – não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.

Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus filhos, seus amigos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardio, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração – e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixa ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não tem data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”.

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa – nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

(Paulo Coelho)



26 fevereiro 2012

Léon Denis: descrevendo seu desencarne


Trecho de uma comunicação de Léon Denis, filósofo espírita e um dos principais continuadores do espiritismo após a morte de Allan Kardec, após o seu desencarne obtida em Tours, em 8 de julho de 1927, por incorporação:

“Minha prezada senhora Renée, a impressão que tivestes, pessoalmente, entre 8 horas e 9:15, na noite de 12 de abril é, naturalmente, em decorrência do êxtase, do desdobramento, da alegria, do deslumbramento e da luminosa vertigem que eu mesmo senti, trocando de mundo.

Da vida terrestre, com seu movimento orgânico, à vida do espaço, com sua sensação radiosa, há forçosamente, na mudança das situações, um ponto morto que fica em suspensão, em maior ou menor tempo, conforme a evolução, estado da alma e a observação do indivíduo.

Após o momento em que pararam os órgãos que animavam meu pensamento humano, no minuto em que despertei para a luz do Além, tive uma espécie de sonolência, de sono hipnótico.

Sentia-me como que entorpecido por condensações de vapor, que formavam em torno de mim algo como um casulo fluídico.

Meus queridos e bons guias trabalhavam; depois, minha respiração deixou meu envoltório carnal e, como um débil fio, desligou-se sem choque.

Senti, então, todo o meu ser dilatado, vaporoso, atraído como por mãos invisíveis, que não eram senão os pensamentos de meus guias.

Esses pensamentos se concretizavam e tocavam meu espírito sob a forma de emanações luminosas, refletidas pelo perispírito de meus entes queridos desencarnados.

Eu flutuava em derredor deles como o pássaro que sai do ovo, mas que é frágil e dá seus primeiros passos em vossa Terra.

Havia deixado minha casa carnal e ensaiava as primeiras evoluções no Mundo da Luz, domínio maravilhoso criado por Deus.

Mais do que nunca, meus amigos, sei agora que todo ser humano rompe sua carcaça física com maior ou menor dificuldade, de acordo com a sua evolução e conforme o grau de fé e de confiança que tenha na bondade e na justiça de Deus.”

Léon Denis
(Revue Spirite, outubro de 1927)



Os fantasmas em nossas vidas


Durante toda a nossa vida, procuramos e criamos os nossos próprios fantasmas.

Com isso criamos para nós, muitos medos internos e nos amarramos às nossas próprias ilusões.

Tudo porque ainda acreditamos que o mundo invisível pode nos prejudicar, enquanto nós mesmos nos prejudicamos, com nossos pensamentos ruins e sentimentos que podem nos levar a adoecer o corpo e o espírito.

Não nos preocupemos com o invisível.

Se fizermos a nossa parte de forma que nossos pensamentos, sentimentos e ações estiverem direcionados para o bem, com certeza teremos o amparo necessário da espiritualidade amiga que nos olha e nos protege diariamente dos nossos próprios fantasmas internos.

Não crie fantasias sobre o mundo invisível, não se apegue a dogmas e misticismos.

Viva a sua vida terrena com o objetivo de cumprir seu papel e chegar ao seu objetivo maior que é o aperfeiçoamento e crescimento espiritual, melhorando assim todos os medos internos que carregamos.

Desta forma teremos muito mais coragem e força para seguirmos a nossa trajetória.

Os fantasmas não estão no mundo invisível, os fantasmas nós mesmos os criamos para a nossa vida.








Deixar partir é preciso


A tristeza de ir embora confunde-se com a alegria de ter plantado uma semente.
(Jane Fishmann)

For once in my life - Tony Bennett & Stevie Wonder




A Fábula dos Porcos Assados



Após um incêndio num bosque onde havia porcos, os homens, acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada.

Desde então, sempre que desejavam comer porco assado, incendiavam um bosque!

Houve problemas, que foram sendo resolvidos com aperfeiçoamentos, criando-se um grande SISTEMA.

Mas as coisas não iam lá muito bem: às vezes os animais ficavam queimados demais, em outras muito crus. O processo preocupava a todos, porque se o SISTEMA falhava, as perdas eram grandes - milhões se alimentavam de carne assada e milhões se ocupavam da tarefa de assá-los.

Portanto o SISTEMA não podia falhar.

Mas quanto mais crescia a escala do processo, tanto mais parecia falhar e tanto maiores eram as perdas causadas.

Em razão das inúmeras deficiências, aumentavam as queixas.

Era clamor geral a necessidade de reformar profundamente o SISTEMA. Congressos passaram a ser realizados anualmente para encontrar uma solução. Mas não acertavam na melhoria do SISTEMA.

As causas do fracasso do SISTEMA, segundo especialistas, eram atribuídas à indisciplina dos porcos, que não ficavam onde deveriam, ou à natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda às árvores, excessivamente verdes, ou à umidade da terra, ou ao serviço de informações meteorológicas, que não acertava no lugar, no momento e na quantidade das chuvas...

Como se vê as causas eram difíceis de determinar; na verdade, o sistema para assar porcos era complexo.

Montou-se uma grande estrutura: maquinaria diversificada, indivíduos dedicados exclusivamente a acender o fogo - incendiários - que eram também especializados: incendiários da Zona Norte, da Zona Oeste, etc., noturnos e diurnos, com especialização em matutino e vespertino, de verão, de inverno, etc.

Havia especialistas também em ventos - os anemotécnicos.

Havia um Diretor Geral de Assamento e Alimentação Assada (DGAAA), um Diretor de Técnicas Ígneas (DTI, com o seu Conselho Geral de Assessores), um Administrador Geral de Reflorestamento (AGR), uma Comissão Nacional de Formação Profissional em Porcologia (CNFPP), um Instituto Superior de Cultura e Técnicas Alimentícias (ISCUTA) e o Bureau Orientador da Reforma Ígneo-Operativa (BORI).

Encontrava-se em plena atividade a formação de bosques e selvas, de acordo com as mais recentes técnicas de implantação, utilizando-se regiões de baixa umidade e onde os ventos não soprariam mais do que três horas seguidas.

Milhões de pessoas trabalhavam na preparação dos bosques, que depois seriam incendiados.

Especialistas estrangeiros estudavam a importação das melhores árvores e sementes, fogo mais potente, etc.

Havia grandes instalações para manter os porcos antes do incêndio, além de mecanismos para deixá-los sair apenas no momento oportuno. Formaram-se professores especializados na construção destas instalações.

Pesquisadores trabalhavam para as universidades que preparavam os professores especializados na construção das instalações; fundações apoiavam os pesquisadores que trabalhavam para as universidades que preparavam os professores especializados na construção das instalações, etc.

As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar o fogo de forma triangular, depois de atingida determinada velocidade do vento, soltar os porcos 15 minutos antes que a temperatura média da floresta atingisse 47 graus, posicionar ventiladores gigantes em direção oposta à do vento, de forma a direcionar o fogo, etc.

Poucos especialistas estavam de acordo entre si; cada um baseava as suas idéias em dados e pesquisas específicos.

Um dia, um incendiário categoria AB/SODM-VCH (Acendedor de Bosques especializado em Sudoeste Diurno, Matutino, com bacharelato em Verão Chuvoso), chamado João Bom-Senso, pensou e disse que o problema era muito fácil de ser resolvido - bastava matar o porco escolhido, limpar e cortar adequadamente o animal, colocando-o então sobre uma armação metálica sobre brasas, até que o efeito do calor - e não as chamas - assasse a carne.

Informado sobre as idéias do funcionário, o DGAAA mandou chamá-lo ao seu gabinete e depois de ouvi-lo pacientemente, disse:

– Tudo o que o senhor disse está muito bem, mas, na prática, não funciona. O que faria o senhor, por exemplo, com os anemotécnicos, caso viéssemos a aplicar sua teoria? Onde seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de diversas especialidades?

– Não sei – disse João. – E os especialistas em sementes? Em árvores importadas? E os projetistas de instalações para porcos, com as suas novas máquinas purificadoras automáticas de ar?

– Não sei.

– E os anemotécnicos que levaram anos especializando-se no estrangeiro, e cuja formação custou tanto dinheiro ao país? Vou mandá-los limpar porquinhos? E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano têm trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos? Que lhes faço, se a sua solução resolver tudo? Hein?

– Não sei – repetiu João, encabulado.

– O senhor percebe agora que a sua idéia não vem ao encontro daquilo de que necessitamos? Não vê que, se tudo fosse tão simples, os nossos especialistas já teriam encontrado a solução muito tempo atrás? Com certeza compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemotécnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brasinhas ... sem chamas!
O que espera que eu faça aos quilômetros e quilômetros de bosques já preparados, cujas árvores são tão especializadas que não dão frutos nem têm folhas para dar sombra? Vamos, diga-me.

– Não sei não, senhor.

– Diga-me, em relação aos nossos três engenheiros em Suino-Piro-Tecnia, o senhor não considera que sejam personalidades científicas do mais extraordinário valor?

– Sim, parece que sim.

– Pois então?! O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Suino-Piro-Tecnia indica que o nosso sistema é muito bom. O que faria eu com indivíduos tão importantes para o país?

– Não sei.

– Percebeu? O senhor tem é que trazer soluções para certos problemas específicos – por exemplo: como melhorar as anemotécnicas atualmente utilizadas, como obter mais rapidamente acendedores de Oeste (a nossa maior carência), como construir instalações para porcos com mais de sete andares.
Temos que melhorar o SISTEMA, e não transformá-lo radicalmente, entende? Ao senhor, falta-lhe sensatez!

– Realmente … eu estou perplexo! – respondeu o João.

– Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não ande por aí dizendo que pode resolver tudo. O problema é bem mais sério e complexo do que imagina.
Agora, aqui entre nós: devo recomendar-lhe que não insista nessa sua idéia. Isso poderia trazer-lhe graves problemas a si e ao seu cargo. Não por mim … o senhor entende. Eu digo isto para o seu próprio bem, porque eu o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o senhor bem sabe que pode apanhar outro superior menos compreensivo, não é assim?

João Bom-Senso, coitado, não disse nem mais um "a", sobre o assunto.

Sem se despedir, meio atordoado, meio assustado, com a sensação de estar caminhando de cabeça para baixo, saiu de fininho e nunca mais ninguém o viu.

(Autor desconhecido)


Desenvolva sua espiritualidade


Há muito se fala da importância do ser humano se desenvolver em todas as suas dimensões- física, mental, emocional e espiritual – para ser feliz e conquistar qualidade de vida pessoal e profissional.

Independentemente, dessa abordagem ser defendida por muitos autores de renome, no âmbito nacional e internacional e do discurso já estar presente no mundo corporativo, há ainda uma defasagem muito grande em relação à sua consciência e prática.

Nos planos físico e mental, as ações são mais visíveis e concretas. Na parte emocional, a trajetória é um pouco menor e na espiritual, quase inexistente.

Paira no ar uma distorção do verdadeiro conceito de Espiritualidade, confundindo-o com religião.

Segundo Brian L. Seaward, não deveria haver essa duvida, visto que espiritualidade é algo inclusivo, enquanto que as religiões tendem a ser exclusivas e baseadas na fé.

Aliado a esta percepção errônea, pode-se afirmar que existe ainda um receio de abordar o tema com mais amplitude, como se ele fosse incompatível com o mundo do trabalho, onde o objetivo maior é ter produtividade e resultados.

Está mais do que na hora de trazer o tema espiritualidade ao nosso cotidiano, como parte das nossas ações e reflexões, e, principalmente, como algo que permeia o dia-a-dia das empresas e dos líderes, facilitando a qualidade dos relacionamentos, o comprometimento da equipe com os objetivos da empresa e resultados.

Conforme Brian L. Seaward, “caminhar passo a passo para garantir a saúde do espírito humano é tão importante quanto almejar saúde física. Para algumas pessoas, é até mais essencial, na medida em que o bem-estar espiritual é a base do paradigma da qualidade de vida como um todo”.

Segundo Barchifontaine, Espiritualidade é respeito ao próximo, solidariedade e pode estar presente no estilo de liderança e no trabalho de equipe.

Podemos ampliar este conceito, agregando o que fala Dalai Lama: “A Espiritualidade está relacionada com as qualidades do espírito humano – amor, compaixão, paciência, perdão, noção de responsabilidade e harmonia – que trazem felicidade tanto para a própria pessoa como para os outros.”

Como podemos perceber, praticar espiritualidade é falar da nossa essência de ser humano.

É saber como acionar o eixo interno da felicidade e também aprender como ele funciona no nosso próximo.

Outra forma de exercitar espiritualidade é trazer à tona um de seus pilares básicos, que é o sistema de Valores.

São os valores que dirigem os nossos comportamentos, como também são os valores da empresa que definem sua filosofia e representam a base da sua missão.

Logo, falar de algo conhecido como valores, missão, é uma prática de espiritualidade. Tanto pessoal, como corporativa.

Segundo Jack Welch, no livro “Paixão por Vencer”, “quando a empresa vivencia seus valores, aumenta a satisfação dos empregados e melhora os resultados financeiros”.

Jack Welch também afirma : “A missão anuncia, com exatidão, para onde a empresa está indo. E os valores descrevem os comportamentos que a levarão até lá”.

Ao decodificar o conceito de Espiritualidade e associá-lo a nossa realidade, podemos constatar que essa dimensão está muito mais presente na nossa vida e no cenário empresarial do que temos noção e consciência.

(Bete D’Elia e Graciete Cavalcante)



Momento Extraordinário


Compreendemos que estamos vivendo num extraordinário momento da história onde uma grande Era, que durou milhares de anos, está morrendo e uma Nova Era Misteriosa está nascendo.
Que instante para se Viver!
É necessário compreender que deverão acontecer coisas muito mais extraordinárias do que quaisquer outras que já tenham acontecido antes.
O progresso e a transformação sempre prosseguiram, mas nos últimos tempos tomaram-se mais velozes, mais intensificados e de alcance mundial.
Com extrema rapidez, eles nos conduzirão a profundas modificações não somente nas condições exteriores da vida do homem, mas no próprio homem.

(“A Quinta Dimensão” – Vera Stanley Alder)

(extraído do livro “O Governo Oculto do Mundo” - Henrique Rosa)


Por dentro do cérebro


(Parte da entrevista da Revista PODER com o neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho)

* * *

PODER: O que fazer para melhorar o cérebro ?

PN: Você tem de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício. Se está deprimido, reclamando de tudo, com a auto-estima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora; 90% das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto, desestímulo. 
Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter alegria. Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a auto-estima no ponto.

PODER: Cabeça tem a ver com alma?

PN: Eu acredito que a alma está na cabeça. Quando um doente está com morte cerebral, você tem a impressão de que ele já está sem alma... Isso não dá para explicar, o coração está batendo, mas ele não está mais vivo. Isto comprova que os sentimentos se originam no cérebro e não no coração.

PODER: O que se pode fazer para se prevenir de doenças neurológicas?

PN: Todo adulto deve incluir no check-up uma investigação cerebral. Vou dar um exemplo: os aneurismas cerebrais têm uma mortalidade de 50% quando rompem, não importa o tratamento. Dos 50% que não morrem, 30% vão ter uma sequela grave: ficar sem falar ou ter uma paralisia. Só 20% ficam bem. Agora, se você encontra o aneurisma num checkup, antes dele sangrar, tem o risco do tratamento, que é de 2%, 3%. É uma doença muito grave, que pode ser prevenida com um check-up.

PODER: Você acha que a vida moderna atrapalha?

PN: Não, eu acho a vida moderna uma maravilha. A vida na Idade Média era um horror. As pessoas morriam de doenças que hoje são banais de ser tratadas. O sofrimento era muito maior. As pessoas morriam em casa com dor. Hoje existem remédios fortíssimos, ninguém mais tem dor.

PODER: Existe algum inimigo do bom funcionamento do cérebro?

PN: Todo tipo de exagero. Na bebida, nas drogas, na comida, no mau humor, nas reclamações da vida, nos sonhos, na arrogância,etc.
O cérebro tem de ser bem tratado como o corpo. Uma coisa depende da outra.
É muito difícil um cérebro muito bom num corpo muito maltratado, e vice-versa.

PODER: Qual a evolução que você imagina para a neurocirurgia?

PN: Até agora a gente trata das deformidades que a doença causa, mas acho que vamos entrar numa fase de reparação do funcionamento cerebral, cirurgia genética, que serão cirurgias com introdução de cateter, colocação de partículas de nanotecnologia, em que você vai entrar na célula, com partículas que carregam dentro delas um remédio que vai matar aquela célula doente que te faz infeliz. Daqui a 50 anos ninguém mais vai precisar abrir a cabeça.

PODER: Você acha que nós somos a última geração que vai envelhecer?

PN: Acho que vamos morrer igual, mas vamos envelhecer menos. As pessoas irão bem até morrer. É isso que a gente espera. Ninguém quer a decadência da velhice. Se você puder ir bem mentalmente ,com saúde, e bom aspecto, até o dia da morte, será uma maravilha.

PODER: Hoje a gente lida com o tempo de uma forma completamente diferente. Você acha que isso muda o funcionamento cerebral das pessoas?

PN: O cérebro vai se adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades. Você vê pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles têm de fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa rapidez. Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar para trás. Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o cérebro vai correndo atrás, se adaptando.

PODER: Você acredita em Deus?

PN: Geralmente depois de dez horas de cirurgia, aquele estresse, aquela adrenalina toda, quando acabamos de operar, vai até a família e diz: "Ele está salvo".
Aí, a família olha pra você e diz: "Graças a Deus!".
Então, a gente acredita que não fomos apenas nós, que existe algo mais independente de religião.