"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

22 março 2013

Extensão da alma




“... Amai, pois, vossa alma, mas cuidai também do corpo, instrumento da alma; desconhecer as necessidades que são indicadas pela própria Natureza é desconhecer a lei de Deus.
Não o castigueis pelas faltas que o vosso livre-arbítrio fê-lo cometer, e das quais ele é tão irresponsável como o é o cavalo mal dirigido, pelos acidentes que causa...”


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Ele se densificou moldado por nossos pensamentos, obras e crenças mais íntimas.

Extensão da própria alma, ele é a parte materializada de nós mesmos e que nos serve de conexão com a vida terrena.

Há quem o despreze, dizendo que todas as tentações e desastres morais provêm de suas estruturas intrínsecas, e o culpe pelas quedas de ordem sexual e pelos transtornos afetivos, esquecendo-se de que ele apenas expressa a nossa vida mental.

Foi considerado, particularmente na Idade Média, como o próprio instrumento do demônio, que impunha à alma, nele encarcerada, o cometimento dos maiores desatinos e desastres morais.

Se cuidado e bem tratado, era isto atribuído aos vaidosos e concupiscentes; se macerado e flagelado, era motivo de regozijo dos tementes a Deus e cultivadores da candidatura ao reino
dos céus. 

Essas crenças neuróticas do passado afiançavam que, quanto maiores as cinzas que o cobrissem e quanto mais agudas as dores que o afligissem, mais alto o espírito se sublimaria, alcançando assim os píncaros da evolução.

Porém, não é propriamente nosso corpo o responsável pelas intenções, emoções e sentimentos que ressoam em nossos atos e atitudes, mas nós mesmos, almas em processo de aprendizagem e educação.

Nossos pensamentos determinam nossa vida e, conseqüentemente, são eles que modelam nosso corpo. Portanto, somos nós, fisicamente, o produto do nosso eu espiritual.

A crença em anjos rebeldes destinados eternamente a induzir as almas a pecar, tira-nos a responsabilidade pelas próprias ações, e ficamos temporariamente na ilusão de que os outros é que comandam nossos feitos, atuações e inclinações, e não nós mesmos, os verdadeiros dirigentes de nosso destino.

Corpo e alma unidos a serviço da evolução, eis o que determina a Natureza.

Nosso físico não é apenas um veículo usável, mas também a parte mais densa da alma. 

Não o separemos, pois, de nós mesmos, porque, apesar de sua matéria ficar na Terra no processo da morte física, é nele que avaliamos as sensações do abraço de mãe, do ósculo afetivo e das
mãos carinhosas dos amigos.

Através dele é que podemos identificar angústias e aflições, que são bússolas a nos indicar que, ou quando, devemos mudar nossa maneira de agir e pensar, para que possamos percorrer caminhos mais adequados do que os que vivemos no momento.

A lei divina não nos pede sofrimento para que cresçamos e evoluamos; pede-nos somente que amemos cada vez mais.

Cuidemos, pois, de nosso corpo e o aceitemos plenamente. 

Ele é o instrumento divino que Deus nos concede para que possamos aprender e amar cada vez mais.


(in "Renovando Atitudes" - Francisco do Espírito Santo Neto / ditado pelo Espírito Hammed)


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