"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

28 março 2013

O café pendente




Entramos em um pequeno café, pedimos e nos sentamos em uma mesa. Logo entram duas pessoas:

- Cinco cafés. Dois são para nós e três “pendentes”.

Pagam os cinco cafés, bebem seus dois e se vão. Pergunto:

- O que são esses “cafés pendentes”?

E me dizem:

- Espera e vai ver.

Logo vêm outras pessoas. Duas garotas pedem dois cafés – pagam normalmente. Depois de um tempo, vêm três advogados e pedem sete cafés:

- Três são para nós, e quatro “pendentes”.

Pagam por sete, tomam seus três e vão embora. Depois um rapaz pede dois cafés, bebe só um, mas paga pelos dois. 
Estamos sentados, conversamos e olhamos, através da porta aberta, a praça iluminada pelo sol em frente à cafeteria. 
De repente, aparece na porta, um homem com roupas baratas e pergunta em voz baixa:

- Vocês têm algum “café pendente”?


Esse tipo de caridade, apareceu pela primeira vez em Nápoles.
As pessoas pagam antecipadamente o café a alguém que não pode permitir-se ao luxo de uma xícara de café quente.
Deixavam também nos estabelecimentos, não só o café, mas também comida.
Esse costume ultrapassou as fronteiras da Itália e se difundiu em muitas cidades de todo o mundo.
O hábito do “café pendente” surgiu por conta do livro The Hanging Coffee, onde um personagem toma seu café e ao pagar a conta deixa pago dois cafés: o seu e um pendente para o próximo cliente que vier.




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