"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

28 fevereiro 2014

Trabalhando no Carnaval


A caridade não tem hora nem lugar.
Por isso estava eu ali presente,
Pronto para trabalhar,
Em meio àquela festa incoerente.

Cantorias, bebidas e dança sensual!
Esta era a ordem para toda gente!
Estava num baile de carnaval,
Para cumprir missão diferente.

Deveria ajudar um rapaz,
Não acostumado com aquele tipo de ambiente.
Era de boa família e era de paz,
Mas, à energia sexual, não estava indiferente.

Fora levado por amigos,
Todos ainda adolescentes.
Contudo, Roberto devia ser bem protegido,
Através de meus esforços ingentes.

Em outra vida, eu o havia prejudicado,
Tornando-me seu devedor.
Agora, o Jesus abençoado
Proporcionava-me um momento redentor.

Deveria bem inspirá-lo,
Superando a presença de um obsessor.
No entanto, como poderia ajudá-lo
Num lugar tão perturbador?

Tudo estimulava aos sentidos!
O baile era um teste para Roberto.
Seguiria os ensinos de seus pais queridos,
Ou se entregaria a rumo incerto?

Felizmente ele não gostava de beber.
Porém alguém, agora, lhe oferecia uma droga.
Hesitou, mas preferiu não ceder.
Queria, mesmo, uma namorada de última hora.

O obsessor atuava na sua mente,
Intensificando o desejo sensual.
Eu, invisível à entidade insistente,
Lembrava ao rapaz a sua prática espiritual.

Roberto freqüentava um centro,
Juntamente com os pais.
Já era seu intento,
Dedicar-se a boas causas sociais.

Recordei-lhe a nobre luta,
Que deve se travar no íntimo,
Para que, nesta dura disputa,
O Cristo Interno vencesse o ser humano ínfimo.

O jovem, agora, dava sinais de remorso.
No fundo, sabia do iminente desvio.
Num arroubo pensou: resistir eu posso!
Este lugar não é um bom caminho!

Naquele momento, grande confusão se formou.
Uma briga estava configurada.
O sangue de Roberto gelou,
Frente aos socos, pontapés e garrafadas.

A refrega começara no Plano Astral,
Devido aos choques de falanges contrárias.
Logo se refletiu no mundo material,
Por entre aquelas quase-crianças alcoolizadas.

Para mim, foi ótima oportunidade.
A Providência Divina se fazia presente,
Naquele momento de insanidade.
Inspirei uma rápida retirada a sua mente.

Roberto desvinculara-se do obsessor
De forma abrupta, de repente.
Saiu da festa com horror,
Entendendo que ali não era bom ambiente

Vencida estava uma batalha,
Mas não toda a guerra.
Hoje Roberto trabalha,
Na boa seara fraterna.

Ainda luta interiormente,
Contra vícios de outrora.
Porém, sua alma já sente
Grande e real melhora.

De vez em quando o visito
Na escola do mundo material,
Que é um jardim com espinhos, mas bendito,
Para este Trabalhador do Umbral.


(Extraído do livro "O TRABALHADOR DO UMBRAL" - médium Pablo de Salamanca) 



*  *  *

26 fevereiro 2014

O Nascimento de uma Nova Humanidade


No alvorecer de um novo milênio e de uma Nova Humanidade, a velha humanidade passa por grandes e profundas transformações, tanto internas como externas.

A Nova Humanidade está aí, constituída pela maioria de nossas crianças, nossos jovens e de muitos adultos.

Desde o princípio do século XIX ela está nascendo, com maior predominância na segunda metade.

Das cinzas deste caos que tem assolado o mundo, ela está surgindo na maioria das nações, mais sensível, intuitiva, mais inteligente e consciente, com as energias masculinas e femininas mais equilibradas e harmonizadas, o que tem acarretado interpretações errôneas tanto para o novo homem como para a nova mulher.

Hoje, a velha e a nova humanidade ainda estão muito misturadas, mas no decorrer do terceiro milênio a separação entre “o joio e o trigo” será marcante.

Este novo ser humano está mais preocupado com a natureza e seus ecossistemas, com a poluição das águas, do ar, dos oceanos, com a extinção dos animais, buscando, por vezes, desesperadamente,
formas alternativas para corrigir os erros das gerações passadas, para salvaguardar o futuro das próximas gerações e do próprio planeta.

Mais espiritualizado, procura aprender novas técnicas que tragam uma maior expansão dos sentimentos, da mente, da consciência e da alma, e que lhe possibilite encontrar seu verdadeiro
caminho interior, aquele que está além de todos os sistemas humanos e que lhe ajude a atingir a sua realização material e espiritual.

Este novo homem busca retornar ao Caminho da Luz , procura encontrar os meios para penetrar no imenso “portal interior”, que o conduzirá a estágios superiores da mente e da consciência e o possibilitará abrir seus canais de comunicação com outros seres que se encontram em outros planos dimensionais.

O novo ser humano não se deixará arrastar por correntes emocionais religiosas que, movimentando ainda a alma animal presente em torno do plexo solar (chakra umbilical), arrastam multidões para “o cercado”, onde todos devem obedecer às determinações do pastor ou do padre, se desejam ir para “o céu” do imaginário religioso ou para não serem punidos com o inferno das fantasias das crenças humanas.

As religiões se tornaram impotentes para conduzir este novo homem, que luta para não deixar que sua consciência e também seu subconsciente e inconsciente sejam invadidos por dogmas absurdos, por ordens escravizadoras e manipuladoras.

Se as religiões tivessem cumprido suas verdadeiras funções de “re-ligar” as almas às suas personalidades, o eu inferior ao eu superior, se cada ser humano tivesse alcançado o enorme manancial que reside em sua alma para, assim, tornar-se livre, certamente, não estaríamos neste caos e violência, criados à imagem e semelhança dos egos e carências humanas; tantos povos não teriam caminhado para a miséria e para a fome, tantas injustiças não teriam ocorrido, tantas ilusões não seriam mascaradas de verdades.

Por sua vez, cada um dos sistemas político-econômicos vigentes, apresenta suas “fórmulas mágicas” para resolver os problemas humanos, cada um julga ter a melhor fórmula mas, só
privilegiam alguns, mesmo falando em nome do povo.

Esquecem-se que os povos também têm espírito, alma, mente, consciência e sentimentos, se lhes derem seus direitos, as mesmas oportunidades e igualdade de condições, eles são suficientemente inteligentes para direcionar suas próprias vidas, não precisando de tuteladores.

Do caos do velho mundo, uma nova humanidade está surgindo e, certamente, renovará e inovará a política, a economia, a ordem social, as ciências e as religiões; será mais justa, com mais amor e menos egoísmo, mais igualitária, mais libertária, mais fraternal e mais verdadeira; ultrapassará a barreira dos sentidos humanos e se fixará muito além dos sentidos.

Se observarmos o cenário mundial em todos os setores da vida, constataremos que, gradualmente, um novo ser humano está surgindo, trazendo uma Nova Luz que está despertando as mentes e os corações de todos os outros homens, fazendo com que questionem os velhos sistemas e lutem para renovar e inovar a própria vida.

Aquele ser humano que ainda pertence à velha humanidade, normalmente, está mais centralizado abaixo do diafragma, ou seja, sua vida ainda gira em torno de seu próprio prazer, suas energias
estão voltadas para comer, beber e se reproduzir, utilizando mais os centros energéticos do umbigo, do baço e os relacionados ao sexo.

Além disso, há outro fator perturbador: sua vida também está girando em torno do dinheiro como se fosse a questão principal a ser conquistada.

É mais fácil seguir fantasias; o homem ainda dá muito crédito e atenção a elas, muito mais do que à verdade que transforma, sublima e o ajuda a se tornar verdadeiramente livre e eterno.

Enquanto a vida for encarada como uma fantasia, algo que morre com o corpo físico e não como algo eterno em nós, continuaremos a nos distanciar das nossas verdadeiras origens, sem saber de onde viemos, o que estamos fazendo aqui na Terra e para onde vamos.

Disso decorre a enorme violência do homem, as inúmeras guerras e o caos que provocou e continua a ocasionar injustiças de todos os tipos, o egoísmo, o ódio, o desamor.

O homem continua gerenciando a sua vida, abaixo do diafragma, seu lado instintivo e emocional ainda está falando mais alto, por isso, é facilmente arrastado por tudo que movimenta a parcela mais inferior do seu emocional, seja o que for. É fácil observarmos os grandes movimentos de massa e como eles atuam, seus processos e suas técnicas; as emoções mais inferiores são provocadas e movimentadas, as fantasias facilmente correm soltas dentro e fora deles.

O novo ser humano está cada vez mais resistente às emoções inferiores, muito embora, às vezes, se sinta arrastado por elas, porém, luta para se centralizar acima do diafragma e hoje já começa a saber ouvir e falar de uma forma mais justa e amorosa, a saber expor e não impor; dialoga porque não quer a guerra mas sim a paz, não quer a justiça apenas para um pequeno grupo selecionado
mas para todos, não quer o ódio mas o amor.

O trabalho grupal para este novo ser humano chega a ser mais importante que ele próprio.

Compreende que a vida é algo muito sério e transcendente, muito mais do que a maioria imagina, que a vida não é o corpo mas sim a habitante do corpo, ou seja, não é a forma mas sim a alma que, temporariamente, habita uma forma.

Existem múltiplos problemas para o novo homem enfrentar.

Um deles é que a sua vida interior e espiritual foi invadida pelos antigos “vendilhões do templo”, que são mais numerosos do que na antigüidade.

Hoje, eles negociam aquilo que é verdadeiramente sagrado, ou seja, a alma e a consciência.

Vendedores de ilusões e fantasias estão por toda a parte, basta ligar a televisão para constatar que eles invadem imediatamente nossos lares e, mesmo contra nossa vontade, se instalam em nossos inconscientes, o que é mais perigoso.

O novo homem e a nova mulher começam a saber sentir e ouvir, estão aprendendo a discernir aquilo que é mais útil para a sua evolução material e espiritual, procuram ouvir e seguir mais a voz de seu coração, de sua alma, como também a voz de seus irmãos mais velhos, os Mestres de Luz, que lhes ensinam que:

Só o amor pode unir, só a verdade pode libertar.

Só o coração e a mente podem libertar o Cristo Interno prisioneiro e crucificado nas personalidades, fruto do casuísmo religioso do passado.

Só o presente constrói o futuro.

Só a expansão da mente, do sentimento e da consciência libertará a alma e traçará seus novos rumos.

Só o amor elimina a violência.

Só a união combate a fome.

Só a libertação do Cristo Interno, no Santuário Cardíaco de cada ser, reacenderá a Chama Trina que iluminará outros Santuários Internos.

Em cada um reside o sagrado e o divino, sois o Templo do Deus Vivo e não do Deus morto.

Se não houver renovação, o novo não poderá surgir, as idéias mortas e cristalizadas dirigirão a vida, e então, não haverá expansão, progresso, evolução e não podereis chegar à parcela da verdade
que reside na vossa alma.

Assim, estareis impossibilitados para saber de onde viestes, quem fostes, o que fazeis na Terra, para
onde ireis e também não podereis ser livres.”


Pela primeira vez na história da humanidade, está surgindo um novo ser humano que, cada vez mais, está centralizando sua vida acima do diafragma ou seja, no autêntico sentimento e cada vez menos nas emoções, na racionalidade e não na irracionalidade.

Ele usa mais sua intuição, está permitindo que a alma assuma o comando de sua evolução, trabalha e luta para ultrapassar a barreira dos cinco sentidos que criou um espesso e grande bloqueio do
qual se encontra prisioneiro.

Ele quer renascer para uma outra realidade da vida mais aberta, mais livre, sublime e transcendente, por isso, procura partir a casca do materialismo, muitas vezes disfarçado de religião, para voar como um grande pássaro com as asas de sua mente, consciência e de sua alma, por outros mundos e planos dimensionais da vida e da evolução universal.

O novo homem e a nova mulher preocupam-se com a natureza e buscam uma união mais profunda e real com todos os seus aspectos, a fim de melhor auxiliar àqueles que ainda não compreendem porque o planeta e sua natureza devem ser preservados.

São conscientes de que novas ações conscientizam mais do que muitas palavras. Essas ações estão voltadas para o respeito para com os semelhantes e para com todos os seres vivos.

Sua consciência ecológica não fere ninguém, apenas tenta reeducar aqueles que estão alienados quanto à importância da vida em todos os reinos da natureza.

Suas atitudes demonstram paciência e tolerância.

São verdadeiros amantes da natureza e sabem manifestar isso zelando por ela, seja recolhendo o lixo que outros deixaram, incentivando sua preservação aonde quer que estejam e, principalmente, integrando-se a ela.

Eles sabem que é preciso que ocorra uma grande transformação na velha humanidade, que todos devem se sublimar, transformar e expandir seus sentidos, seus sentimentos, sua consciência e sua mente.

Sabem que o ser humano necessita remover de dentro de si mesmo os dogmas, os tabus, o medo, os preconceitos e as velhas teorias que sempre limitaram e continuam limitando a sua expressão e expansão espirituais.

Tanto o novo homem como a nova mulher estão voltados para uma contínua expansão interna e externa, ou uma evolução real.

A nova mulher é mais dinâmica e mais guerreira na conquista de seus objetivos como pessoa e de sua realização interna.

É uma mãe consciente da necessidade dos filhos de possuírem a própria experiência, sabe respeitar o direcionamento interno de cada um dos filhos sem deixar de cumprir a função de orientar. E isto não tem nada a ver com a concessão demasiada e falta de limites que se vê muito hoje em dia e que, fatalmente, resulta em desastre nas relações entre pais e filhos.

A nova mulher é firme e sabe disciplinar sem guerrear com os filhos porque dialoga com amor, incentivando a inteligência e a coerência.

Valoriza-se como mãe, como mulher e como pessoa porque dignifica a vida e seu lugar no mundo.

Busca o amor real, a união de almas e não apenas de corpos ou de personalidades. Quer se unir com quem tenha afinidades de alma e de espírito.

Seus valores transcendem aos interesses materiais e superficiais, sua visão dos horizontes da vida é mais ampla e mais profunda.

O novo homem possui esta mesma visão. Ele é mais sensível, mais compreensivo e mais voltado para a alma e o espírito de todos e de todas as coisas.

Mais humanista, busca a essência das coisas e de todos os seres. 

Luta contra o machismo e tenta preservar a igualdade entre os sexos. É companheiro da mulher, incentivador de seus projetos e parceiro incondicional.

Realiza-se sexualmente apenas numa união de amor, em que hajam afinidades muito fortes, principalmente de alma.

Ama sua família e procura crescer com ela. É um bom amigo dos filhos e jamais um repressor,
presa o diálogo e o respeito acima de tudo.

Busca expandir sua espiritualidade e seguir o caminho de sua alma, de seu espírito.

A Nova Humanidade traz uma Nova Luz que é libertadora, renovadora, inovadora e que, gradualmente, está despontando no interior de todos os que com o coração estão buscando se libertar e iluminar.

O novo ser humano está num grande processo de mutação e renovação da vida, em todos os sentidos. Aos poucos, um novo estado de consciência está surgindo nele, despertando sua mente e
ampliando seus níveis de consciência.

Este novo ser humano, que faz parte da Nova Humanidade, está surgindo em todas as nações, em decorrência da Nova Luz que está despontando naqueles que, realmente, buscam o Espírito da Verdade, o Espírito Libertador, o Espírito da Paz.

Uma grande revolução da mente e da consciência está surgindo na humanidade e muitos buscam com o coração, a mente e a alma abertas se elevar aos novos patamares da vida e da evolução.

Não podemos ficar presos a dogmas e teorias fundamentadas em hipóteses criadas pelos homens, mesmo que estes tenham sido grandes personagens históricas do passado. Muitos só foram “grandes” nas fantasias dos próprios homens.

É preciso buscar o Cristo vivo no coração e na alma, e isto está além de qualquer religião, crença ou organização criada pelos homens.

É preciso mergulhar nas Forças do Terceiro Aspecto da Trindade, o Espírito Santo, a Grande Mãe Universal. Só através de Suas energias amorosas e revolucionárias a Nova Humanidade poderá
surgir em sua plenitude. Estas energias são transmutativas, transformativas, libertárias e unificativas, disto não podemos esquecer.

Sem renovação não haverá inovação e sem essas não haverá libertação, estagnaremos na vida e na evolução.

Não podemos ter medo de nos renovar interna e externamente, nem de olharmos para o futuro com o coração e a mente abertos.

Na alma de cada ser humano existe um imenso tesouro espiritual para ser descoberto; só através de um mergulho interno, na busca do nosso universo interno, é que poderemos desvendar os
incontáveis mistérios da eterna sabedoria que não é propriedade de ninguém.

A Luz da Alma, gradualmente, está procurando abrir caminho nas mentes e nos corações. Seus raios já se notam na grande mutação que se opera no interior do ser humano, com reflexos na vida de todos os povos.

Com a ajuda das Forças do Espírito Santo, que oculta o Aspecto de Deus Mãe, a Luz da Alma está tendo a oportunidade, como nunca teve, de despontar e de descer às mentes, sentimentos e consciências para que o novo homem possa despertar, crescer e se expandir, e o velho homem se transformar e pertencer também à nova humanidade.

Deste trabalho mundial de conscientização e de reeducação espiritual participam todas as almas de boa vontade que já despertaram ou que estão em processo de despertar para uma nova realidade da vida e da evolução, o que é mais transcendente do que até agora imaginamos.

Sri Aurobindo, hoje um Mestre de Luz, já no princípio do século XIX ensinava que:

Emergirá uma espécie de humanidade superior — um intermediário entre a presente humanidade degradada, mais ou menos animal, e a humanidade divina do futuro. As duas humanidades podem muito bem viver amigavelmente juntas e ser de ajuda e utilidade uma à outra.

Podemos mencionar aqui também a outra possibilidade extrema. Por exemplo, pode acontecer que a velha humanidade no todo rejeite o Novo Homem e não lhe ceda nenhuma polegada de terreno na terra, que agora mantém como seu feudo e domínio, como pode muito bem acontecer, em vista da evidência que temos da inveja, do ciúme, do ódio, da incompreensão que movem os homens normais, quando entram em contato com homens que não seguem seu modo de vida, que parecem se preocupar com coisas que são sem sentido e até mesmo injustas a eles.

Se tal for o caso, então, dizemos, significará o fim da humanidade, da mesma forma que algumas espécies se extinguiram, ou mesmo sua reversão a um estado de feroz selvageria, algo como aquele (ou talvez pior) do qual ele veio.”

O Novo Homem e a Nova Mulher buscam abrir os canais espirituais de comunicação com outros planos dimensionais, a fim de expandirem a experiência e a vivência de parcelas cada vez mais transcendentes da eterna sabedoria.

A Nova Humanidade não será prisioneira de sistemas baseados no materialismo e no egoísmo.

Ela implantará sistemas baseados na alma e no coração e que não atuarão na limitação dos cinco
sentidos mas sim, no desenvolvimento deles.


(Extraído do livro “Muito além dos sentidos”, de Henrique Rosa & Lourdes Rosa)


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Dica de vídeo: "Fumando espero" - Documentário de Adriana Dutra


Documentário que mostra a diretora e produtora Adriana Dutra, fumante há 20 anos, tentando abandonar o vício.

Adriana decidiu parar com o vício à meia-noite no dia de ano-novo.

A partir de 27 de dezembro, ela passou a ser filmada 24 horas por dia durante 15 dias em uma espécie de reality show para analisar suas reações sem o cigarro, mostradas em seu documentário Fumando Espero.

Além desta observação, o filme ainda apresenta a história do tabagismo nos séculos XX e XXI, além de colher relatos de diversos fumantes, ex-fumantes e especialistas.

Formadores de opinião, artistas, pesquisadores, publicitários, funcionários públicos, advogados, vítimas da dependência, crianças, além de médico especialista e psicólogo, também falam de sua relação com a nicotina.

Recomendadíssimo.

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25 fevereiro 2014

Depoimento de um guerreiro



Glória ao Pai pelo dia de hoje. Bendito sejas Senhor Jesus, por permitir minha humilde comunicação.

Em épocas passadas, sofri amargas desilusões quando caminhei pela Terra. 

Somente desejei as conquistas guerreiras pelo mundo, mas sucessivos bloqueios fizeram-se presentes contra meus intentos. 

Guerreiro de espírito mordaz, eu era a personificação do deus
Marte.

Amava a batalha e o espírito belicoso estava sempre pronto para dar vazão a sentimentos hostis.

Quando enverguei um alto posto de chefia de um grande exército na Antiga Grécia, almejávamos, primeiramente, conquistar cidades próximas a minha Esparta. Dominamos populações de menor vigor, mas de grande cultura. 

Estas populações, não vergando-se totalmente sob a força da espada, trataram de influenciar-nos pela cultura. Assim, os domínios conquistados logo passaram da submissão completa à colaboração para a manutenção do império. Era apenas ilusão querer subjugar, completamente, espíritos que eram livres por
natureza.

Um dia, encontramo-nos com tribos de origem persa. Estes homens, com outro tipo de índole, eram adversários mais difíceis de combater. 

Davam-me prazer as batalhas travadas com eles. Porém, fui ferido mortalmente em determinada oportunidade. Por conseqüência,
encontrei-me com a morte, a suprema realidade. 

Desnudado em meus receios e fraquezas, caminhei necessitando de ajuda para meus ferimentos que não cessavam de sangrar. 

Hordas de soldados enlouquecidos exigiam-me ordens e conduta de comando, como chefe militar que era. Reaprumei-me como pude e arrebanhei, a muito custo, homens em estado não tão ruim.

Planejava um período de breve recuperação, para organizar um contra-ataque aos persas, que haviam vencido a última batalha. Não entendia que a morte havia me atingido.

Permanecemos longos anos desta forma, digladiando contra os nossos inimigos, também desencarnados e semi-enlouquecidos como nós. Lutávamos até a exaustão para, depois, retornarmos à carga contra os adversários, num círculo vicioso terrível.

Após longo tempo, cansado demais, resolvi buscar o diálogo com o chefe inimigo. Ele, para minha surpresa, havia tido a mesma idéia. 

Acordo feito, buscamos todos retornarmos para as nossas respectivas terras.

Qual não foi o meu espanto quando, atingindo Atenas e outras cidades gregas, bem como a minha adorada Esparta, ninguém nos reconhecia ou parecia enxergar. Onde as honras militares? Onde o respeito das cidades gregas menores?

Pensei que havia perdido a razão. Então, um luminar de nosso país, de repente apareceu à frente de meu exército combalido e discursou. 

Belas palavras tocaram nosso íntimo e entendemos que não mais estávamos entre os vivos. 

Mudos pela surpresa, recapitulamos vários momentos de nossa vida terrena. Em seguida, entramos em forte torpor que nos tirou a
consciência.

Reencarnamos todos, como um grupo que éramos, em terras banhadas pelo sol do deserto. Dura vida se nos descortinou. O ambiente hostil favoreceu-nos a índole guerreira e novamente vivemos uma vida baseada na espada.

Nômades, caminhamos a esmo em busca de conquistas e riquezas. 

Algo em mim, porém, bradava interiormente. 

Onde eu chegaria? Não haveria um oásis onde pudesse descansar? Água fresca para dessedentar o espírito? Sim, eu necessitava de algo mais que aquela vida sem rumo e sem finalidade.

Assim, atingi a maturidade e novamente conheci o vale das sombras, vitimado por uma moléstia devida à insalubridade. 

Cheguei ao outro lado da vida e, amargurado, continuei à busca de um oásis.

Minha alma era um deserto. Nada havia senão sangue e dor. Não desejava mais tão dura forma de vida e queria paz. O Senhor, dono dos destinos humanos, atendendo aos meus anseios, concedeu-me nova oportunidade na Terra.

Renasci sob papel diverso daquele que tinha representado no passado. Era, agora, um pobre enjeitado que se fez mendigo.

O valente guerreiro estava sendo obrigado a humilhar-se para sobreviver. 

Nasci com as mãos tortas para não mais empunhar a espada. Estas mãos, agora frágeis e sem bom movimento, só podiam aceitar esmolas.

Dura vida tive novamente, porém não mais manchada com o sangue do próximo. 

Desencarnei em idade avançada, após difíceis provações e sob o guante de doença perniciosa, que me fez ser rejeitado pela sociedade.

Morri só, mas, ao despertar do outro lado, minhas mãos estavam perfeitas e meu corpo não apresentava as manchas e deformidades típicas da lepra.

Fui recebido por luminoso espírito, que deu-me a mensagem de que estava mais purificado. Eu poderia, após estágio de descanso e aprendizado, retornar à Terra com a missão do sacerdócio.

Pela primeira vez, desde tenra idade no mundo material, receberia instrução religiosa adequada.

Rejubilei-me com a chance e desejei ardentemente absorver a idéia de Deus em mim.

A busca interior delineava-se, agora, com maior clareza. O que antes era indefinível, naquele momento tomava corpo e conteúdo.

Voltei ao plano terreno em localidade cristã, onde, abandonado pelos pais, fui recolhido a mosteiro afastado da área urbana. Na vida agreste e dura, mas saudável, aprendi a orar e a olhar para o céu com a esperança do paraíso celeste.

A vida à minha volta era simples e o céu era o meu estímulo e objetivo maior. 

Almejei à santificação, mas, nos dias que iam, a guerra ainda era irmã do homem. E ela bateu à porta da minha vida, exigindo-me o corpo de carne. Morri pela espada e não acordei no céu. Contudo, fui amparado por um seu enviado.

Com ele recapitulei vidas passadas e, assim, adquiri compreensão maior sobre a vida, a morte e o caminho evolutivo da alma para Deus.

Recebi nova oportunidade, renascendo novamente num meio que propiciou-me o sacerdócio.

Desta feita, pude concluir minha tarefa integralmente, tendo êxito, apesar das limitações do pensamento reinante na época, podendo realizar um vôo maior em direção ao Pai.

Hoje, regenerado e em busca de nova oportunidade de experiências edificantes na Terra, rogo a Deus que a Sua Luz uma vez mais possa me inspirar.

Que as duras provas do passado não mais sejam necessárias para o burilamento do meu espírito.

Espero, agora, com novas convicções na alma, viver uma encarnação plena e consciente.



Otávio  


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Fonte: "Depoimentos do Além", de Pablo de Salamanca (médium)


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Torne o invisível visível


Sobre a violência invisível, que infelizmente está se reproduzindo de várias formas...

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É isto que amamos nos outros: o lugar vazio que eles abrem para que ali cresçam as nossas fantasias.
Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe…
Como seria bom se as outras pessoas fossem vazias como o céu, e não tão cheias de palavras, de ordens, de certezas.
Só podemos amar as pessoas que se parecem com o céu, onde podemos fazer voar nossas fantasias como se fossem pipas.

(Rubem Alves)



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O colar de turquesas azuis


O homem por detrás do balcão olhava a rua de forma distraída enquanto uma garotinha se aproximava da loja. Ela amassou o narizinho contra o vidro da vitrine. 

Seus olhos da cor do céu brilharam quando viu determinado objeto.
Ela entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesas azuis. Então, disse ao balconista:

– É para minha irmã, você pode fazer um pacote bem bonito?

O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e perguntou:

– Quanto dinheiro você tem?

Sem hesitar ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão e disse:

– Isso dá, não dá?
Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa.

– Sabe, eu quero dar este presente para minha irmã mais velha. Desde que nossa mãe morreu ela cuida de mim e não tem tempo para ela. Hoje é seu aniversário e tenho certeza de que ela ficará feliz com o colar que é da cor dos seus olhos.

O homem foi para o interior da loja, colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita azul.

– Tome, disse para a garotinha. Leve com cuidado.

Ela saiu feliz saltitando pela rua abaixo.

Ainda não acabara o dia quando uma linda jovem de cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis adentrou a loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e interrogou:

– Este colar foi comprado aqui?
– Sim senhora - respondeu o dono da loja.
– E quanto custou?
– Ah, o preço de qualquer objeto em minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o cliente.
– Mas minha irmã tinha somente algumas moedas. E este colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagar por ele.

O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e devolveu à jovem dizendo:

– Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar. Ela deu tudo que tinha.

O silêncio encheu a pequena loja e lágrimas rolaram pela face da jovem enquanto suas mãos tomavam o embrulho.


"A verdadeira doação é dar-se por inteiro, sem restrições.”


(Autor desconhecido)



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22 fevereiro 2014

Condenados - Fatima Guedes



Depois de tudo te amarei 
como se fosse sempre antes 
como se de tanto esperar 
sem que te visse nem chegasses 
estivesses eternamente 
respirando perto de mim. 

Perto de mim com teus hábitos, 
teu colorido e tua guitarra 
como estão juntos os países 
nas lições escolares 
e duas comarcas se confundem 
e há um rio perto de um rio 
e crescem juntos dois vulcões. 

Perto de ti é perto de mim 
e longe de tudo é tua ausência 
e é cor de argila a lua 
na noite do terremoto 
quando no terror da terra 
juntam-se todas as raízes 
e ouve-se soar o silêncio 
com a música do espanto. 

O medo é também um caminho. 
E entre suas pedras pavorosas 
pode marchar com quatro pés 
e quatro lábios, a ternura. 
Porque sem sair do presente 
que é um anel delicado 
tocamos a areia de ontem 
e no mar ensina o amor 
um arrebatamento repetido.


(Pablo Neruda)



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Depoimento de um suicida


No Hospital de Maria, no plano espiritual.

Não existe olhar mais tristonho que o de remorsos, e por ali era só o que víamos. 

Aproximei-me de uma jovem que se havia atirado do alto de um edifício. 

Ela caminhava devagar; observando-a, pareceu-me estranha: era como se ela fosse de porcelana e houvesse trincado. 

Nas partes em que sofrera fratura no corpo físico, apresentava ainda dificuldade de movimentos.

Sorri. Meio envergonhada, retribuiu-me o sorriso, iniciando a conversação:

- És suicida?

- Não, não sou. Aqui me encontro em estudo.

Com triste expressão, falou:

- Deve ser muito bom vir até aqui na condição de estudante.

- Por que se suicidou?

- Fui abandonada pelo namorado e julguei que sem ele não suportaria viver.

- Irmã, há quanto tempo isso aconteceu?

- Há dez anos. O remorso me corrói o espírito. Muitas vezes me apalpo, procurando em mim algo que possa interromper a vida. Parece-me que desde aquele terrível dia jamais minha mente cessou de trabalhar; é um desespero constante. 
Por mais que eu receba ajuda, sinto-me consciente a cada momento do meu gesto impensado. 
Como é mesmo o teu nome?

- Luiz Sérgio – falei, estendendo minha mão em sinal de sincera amizade.

- Luiz Sérgio, não sei por que não existem na Terra campanhas de esclarecimento sobre o suicídio.
Fala-se tanto em aborto, em assassinato, em furto, mas ninguém se lembra de alertar sobre o pior dos crimes. 
Vamos até o jardim, sinto-me ainda muito cansada, lá saberás tudo.

Bem alojados sob um belo caramanchão florido, esperei pacientemente que ela iniciasse o relato:

- Tinha eu quinze anos quando conheci Alexandre. Foi amor à primeira vista: apaixonamo-nos, um pelo outro. Inebriante, entregamos-nos intimamente e, quando percebi, eu não era mais a querida namorada e sim a mulher da qual ele vinha se cansando. 

Fui ficando ciumenta, desesperada, insegura, e as minhas reclamações o cansavam cada vez mais. 

Um dia ameacei-o de contar tudo a meu pai. Olhando- me firmemente, redarguiu: “Não foste forte e cuca livre para assumir um caso? Então, tem agora dignidade pra compreender que tudo acabou. Foi belo enquanto durou”. 

Nem podes, Luiz, imaginar o que me aconteceu.
Ele tinha razão: eu não estava preparada para uma entrega tão íntima. 

Qualquer mulher, quando chega a uma situação como essa, precisa estar despojada de preconceitos e eu sempre sonhara entrar de braços dados com meu pai em uma igreja florida e o meu príncipe me esperando no altar com o olhar de homem apaixonado.

- Então, por que você iniciou essa aventura?

- Paixão e falta de coragem para negar.

- Mas hoje, Lucy, as menininhas estão indo nessa e, muitas se casando apenas por casar. 
Nem sempre a orientação sobre liberdade é a correta e assim vários jovens estão se vendo presos em uma rede de remorsos. 
Mas e depois? Conte minha irmã, eu a interrompi.

- Alexandre começou a me evitar. Bastava eu chegar onde ele estivesse, para que se retirasse. Um dia fui procurá-lo em sua casa e lá encontrei uma jovem de minha idade, que me foi apresentada como sua noiva. 
Abafei um grito em meu peito, tal a minha dor. 
Quando de lá saí, só desejava morrer. 

Chegando a casa, tomei a decisão e saltei, à procura da morte. 
Mas ela não existe e me vi estirada, toda moída, lá no asfalto. 
Perdi a noção do tempo; lembro-me apenas que uma velhinha sempre ficava ao meu lado, dando-me forca através da prece: era minha avozinha. 

Muitas vezes desejei levantar, mas podes imaginar alguém todo quebrado? Assim era a minha realidade. 

Pensei demais, ate que um dia minha avó ajudou-me a me erguer e, com dificuldade, conseguimos dali sair, chegando até um centro espírita. Graças às preces aos suicidas, recebemos um cartão que nos permitia um tratamento na própria casa. 

O meu sofrimento só cessaria quando eu tivesse setenta e cinco anos, época em que estava programado o meu desencarne natural.

- Irmã, por que tudo isso? Temos presenciado suicidas já conscientes, que não padeceram tanto.

- Luiz, muitos aprenderam a desencarnar, e depois, cada caso é um caso.

- E daí, Lucy? Pode continuar...

- Sim, faz-me muito bem recordar, principalmente os tratamentos nos grupos especializados. Ah, isso é ótimo! Gostaria de relatar. Éramos levados até o grupo mediúnico, pois que internados nos encontrávamos naquele Centro. 

Quando entrávamos na sala, muitos sentiam o odor forte, nós, principalmente, éramos atormentados com o cheiro dos nossos próprios corpos putrificados e, muitas vezes, tínhamos a impressão de que os vermes nos corroíam. 

O grupo mediúnico que prestava auxilio era composto de pessoas muito equilibradas, já que nós nos perdêramos por fraqueza. 

Não podes imaginar o alivio que experimentava o espírito de um suicida ao contato com um médium amoroso. 

Quando o mentor nos aproximava do médium, era como se o nosso espírito adormecesse, anestesiado pelos fluídos bons do encarnado, afastando-se de nós aquela desagradável sensação que vínhamos experimentando desde o instante do ato impensado. 

Muitos choravam quando eram retirados de juntos do médium; era como se nos tirassem o oxigênio. 

Luiz Sérgio existem tão poucos grupos que prestam ajuda aos suicidas! Para esses grupos, não são necessários médiuns de psicofonia, pois muitas vezes o suicida não deseja falar, almeja, apenas, deixar de sentir o desespero. 

Enganam-se aqueles que organizam grupo de auxilio ao suicida, somente com os chamados médiuns de incorporação. 

Os encarregados devem aproveitar aqueles que são ótimos auxiliares do Cristo, mas ainda esquecidos na Doutrina – os médiuns doadores. Só o contato do doente com um médium equilibrado já o beneficia. 

E ali, Luiz Sérgio, permaneci muitos meses, até que um dia fui trazida até aqui, onde já me sinto curada. 

Sei, entretanto, que levarei de volta, quando reencarnar, um corpo doente, porque eu mesma o destruí e só o meu coração regenerado poderá curar-me.


Esforçava-se para não chorar. Segurei a mão de Lucy e, com os olhos orvalhados de lágrimas, falei-lhe:

- Minha querida irmã, jamais a esquecerei; sempre que eu puder, virei revê-la. Você representa também para mim uma mão estendida. Mão esta que precisou ser marcada pela dor, para voltar à vida.

- Obrigada, Luiz Sérgio, fico contente por ter-te conhecido. És muito bacana; a tua alegria me fez lembrar o passado, quando eu sonhava em ser feliz.

- Sonhava não, Lucy, sonha, porque como diz Ocaj: “Não assassinemos as nossas realidades para não distanciarmos nossos sonhos”.

Ela me fitou e pela primeira vez vi a esperança naqueles belos olhos azuis. 

Apertando bem forte sua mão, despedi-me. 

Caminhei, pensando: 

“Deus, como sois poderoso em tão bem nos compreender. Se hoje nada desejamos, amanhã, em busca de algo nos encontraremos e assim, Pai, ides compreendendo as nossas fraquezas e não nos ofertando por ofertar e sim, quando já adultos, soubermos o que desejamos. 
Hoje, Senhor, peço-Vos por todos aqueles que vivem duras e cruéis realidades e estão em vias de deixar tudo para trás através do suicídio. 
Fortalecei, Senhor, os Seus protetores para que possam segurar bem firme essas almas em desespero”.

Que estas linhas possam chegar às mãos de todos aqueles que desesperados se encontram e que eles saibam que deste lado do horizonte existe alguém que todos os dias pede a Deus muita paz e muito amor para todos os seus irmãos.

Eu amos todos vocês, meus queridos amigos.


(Mãos Estendidas – Luiz Sérgio – cap. V – pág. 29)



Fonte: http://avidanoalem.blogspot.com.br/2010/04/depoimentos-de-suicidas.html



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Onde estaria o espírito de Hitler?


Texto de autoria de Geraldo Lemos Neto baseado em suas conversas com Chico Xavier.

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(...) Perguntei ao Chico sobre Hitler. Onde estaria o espírito de Hitler ? 

Chico então me contou uma história muito interessante. 

Segundo ele, imediatamente após a sua desencarnação, o espírito de Hitler recebeu das Altas Esferas uma sentença de ficar 1.000 anos terrestres em regime de solitária, numa prisão espiritual situada no planeta Plutão. 

Chico explicou-me que esta providência foi necessária não somente pelo aspecto da pena que se lhe imputara aos erros clamorosos, mas também em função da Misericórdia Celeste em protegê-los da horda de milhões de almas vingativas que não o haviam perdoado os deslizes lamentáveis. 

Durante este período de 10 séculos em absoluta solidão ele seria chamado a meditar mais profundamente sobre os enganos cometidos e então teria nova chance de recomeçar na estrada evolutiva.

Quando o espírito de Gandhi desencarnou, e ascendeu aos Planos Mais Altos da Terra pela iluminação natural de sua bondade característica, ao saber do triste destino do algoz da humanidade na II Grande Guerra Mundial, solicitou uma audiência com Jesus Cristo, o Governador Espiritual da Terra, e pediu ao Cristo a possibilidade de guiar o espírito de Hitler para o Bem, o Amor e a Verdade. 

Sensibilizado pelo sacrifício de Gandhi, Nosso Senhor autorizou-o na difícil tarefa e desde então temos Gandhi como dos poucos que se aproximam do espírito de Hitler com compaixão e amor...

Impressionado, perguntei ao Chico : Então Chico, o Planeta Plutão é um planeta penitenciária ?

E ele me respondeu : É sim, Geraldinho. Em nosso Sistema Solar, temos penitenciárias espirituais em Plutão, em Mercúrio e na nossa Lua terrena. 
Eu soube por exemplo que o espírito de Lampião está preso na Lua. É por isso que alguns astronautas que lá pisaram, sentindo talvez um frio na alma, voltaram à Terra meio desorientados e tristes. Soube de um até que se tornou religioso depois de estar por lá !

Como vemos o nosso Chico era capaz de desvendar muitos mistérios em torno da organização da vida mais além ! E com que simplicidade e naturalidade ele nos falava dessas coisas ...


Fonte: http://grupoallankardec.blogspot.com.br/2013/04/onde-estaria-o-espirito-de-hither.html


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