"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

20 novembro 2015

A transição planetária à luz dos acontecimentos atuais



Os tempos atuais mostram-nos, de forma urgente, a necessidade de remodelação de todas as bases de nossa sociedade, pois a realidade nos mostra no nosso dia-a-dia, a superação das que aí estão.

A humanidade atual já não vive, mas, sobrevive, devido a um modelo econômico, político e social que a suga, indignifica-a, solapa-a em todas as suas aspirações.

Por sua vez, os modelos religiosos tradicionais cegam-na,
escondendo do homem o seu verdadeiro Eu e suas reais
possibilidades de Ser, na sua mais ampla acepção.

Dessa forma, o homem atual busca, de uma forma muitas vezes equivocada, “algo” que o leve de volta ao seu Eu Verdadeiro, sem, contudo, entender que, sem Deus em seu coração, todas as respostas que a ilusão terrena dá são falsas e, muitas vezes, muito perigosas.

Por outro lado, sua busca muitas vezes o leva para a espiritualidade, que o encaminha para o lado da renovação de princípios morais, que ele facilmente despreza.  

Afinal, é mais fácil dizer que “Jesus nos salva de todos os pecados”, ou, “Que Deus a tudo perdoa”, do que procurar a sua própria responsabilidade, nas decisões e consequências de
seus atos.

A história da presente humanidade é um registro dramático de guerras, revoluções, traições, conspirações, escravidão, assassinatos, corrupção, ciúme, arrogância e violências macabras, não esquecendo os crimes ambientais.

Mesmo depois da vinda de Jesus, não houve uma única geração, que tivesse ficado isenta dessas patologias espirituais.

Estas não desapareceram, apenas foram modernizadas, tristemente atualizadas.

É nesse momento, em que a humanidade se perde e se separa de si própria, que, então, os ciclos de renovação planetária acontecem, para fazê-la acordar.

É natural que revelações sobre os ciclos evolutivos da Terra suscitem inúmeros questionamentos. 

Um deles está relacionado ao fato de um determinado ciclo passado ter sido melhor do que ciclos mais recentes.

Pergunta-se, então, como isso é possível, se a evolução espiritual é contínua e irreversível?

Vamos entender, inicialmente, que ciclos estão associados às alternâncias de estado, não necessariamente sempre favoráveis, em termos de comportamento humano.

Dessa forma, um ciclo, verificado na época em que a Terra ainda não apresentava grandes conquistas tecnológicas, abrigou uma humanidade formada por espíritos encarnados pacíficos e cooperativos, que assimilaram grandes aprendizados, repassados para o ciclo seguinte da própria Terra, ou aplicados em outros orbes mais evoluídos, para os quais foram transferidos.

Por outro lado, um ciclo como o atual, com mais conquistas tecnológicas, pode abrigar espíritos rebeldes que pouco 
aprenderam, ou, contribuíram para a evolução espiritual global.

Tanto que, cerca de 67 % da atual humanidade será imantada por sintonia vibratória para o astro intruso.

Vamos entender também a questão da seguinte forma: um proprietário aluga sua casa humilde para uma família
comportada, honesta e que usa o imóvel em clima de paz, de estudos e de orações. 

Mas, com o decorrer do tempo, esse mesmo proprietário, através de inúmeras melhorias, transforma a casa numa mansão, com adaptações tecnológicas de vulto, a qual é alugada para outra família. 

Esta, de forma indisciplinada, usa o recinto para diversas
práticas desaconselháveis, embriaguez, drogas, orgias e maldades, não se importando com a conservação da casa e a danificando sem escrúpulos.

Pergunta-se, por conseguinte, quem demonstrou mais sabedoria e equilíbrio na ocupação da casa? 

Independente da fase em que a casa era mais modesta, seus habitantes, também mais modestos, foram mais competentes, no uso provisório do recinto.

Esse comportamento foi fruto do livre-arbítrio deles.

Situações similares são vistas hoje nas grandes cidades, considerando que algumas famílias humildes, seja qual for a
religião que praticam, são muito mais espiritualizadas do que outras, que vivem em mansões de luxo.

O mesmo acontece com a Terra.

A cada ciclo, a Espiritualidade Maior, através das sucessivas humanidades, implanta melhorias no campo material,
fazendo com que a casa, no princípio bastante humilde, seja transformada gradualmente numa mansão equipada.

No entanto, a cada ciclo, seus novos moradores podem ou não bem utilizar essa habitação passageira, sendo melhores ou piores do que os anteriores em termos de aprendizado, ou mesmo, de respeito pela conservação do local.

O aprendizado e a evolução sempre vão ocorrer.

Entretanto, a humanidade de um ciclo pode obter aprendizados mais relevantes do que a humanidade de outros ciclos adiante, por ter aproveitado melhor as chances.

Portanto, entendamos que os ciclos da Terra são como anos letivos de uma escola, em que cada humanidade, ou turma de alunos, pode ser mais ou menos aplicada do que as turmas anteriores, e até mais aplicada do que futuras turmas. 

Cada ciclo, assim, comporta uma humanidade diferente das demais.

Cada humanidade, ao final de um ciclo, tem seu destino definido pelos próprios atos cometidos.

Assim, muitos espíritos repetem o ano e continuam na Terra para o próximo ciclo, outros seguem com o astro intruso, para encarnações naquele orbe, e alguns são conduzidos para esferas planetárias mais evoluídas.

Chegam, então, à Terra, novas levas de alunos que migraram de outras escolas, bem como aqueles que desceram do astro intruso, quando de sua passagem pelo planeta.

Forma-se uma nova humanidade completamente diferente de qualquer outra que já esteve ou estará aqui.

Mas, acontece de certos “repetentes” freqüentarem ciclos seguidos, como ocorre atualmente, quando alguns espíritos já se encontram no orbe terrestre há cinco ciclos consecutivos.

Essa permanência insistente causa, nesses espíritos, certa revolta, pois, mesmo encarnados, sentem intuitivamente que já passaram por diversos carmas e provações nos vários ciclos, inclusive por cataclismos, advindo o cansaço das repetições.

Entretanto, não mudam, e conservam suas imperfeições, fato que os coloca no rol de novas reprovações no futuro.

Sem entender isso, começam a desejar uma Terra melhor, onde lhes será dado de graça tudo o que precisam de paz e de harmonia, sem provações ou doenças.

Como um aluno, que após repetir várias vezes a mesma série, passa a fazer campanha para que a escola se modifique por causa dele, tentando adaptá-la aos seus atributos inadequados, ao invés dele melhorar seu rendimento e adequar-se ao currículo estabelecido.

Tenta fazer com que os seus interesses sobrepujem as necessidades evolutivas de muitos outros, mais interessados do que ele, e que demonstram maior aplicação no assimilar dos ensinamentos.

Esquecendo que quem está desqualificado é ele, e não a escola inteira.

Daí a necessária compreensão de que a Terra foi construída, pela espiritualidade, para ser uma Escola, aonde muitos espíritos vindos de outros orbes menos ou mais evoluídos, e que irão formar as diversas humanidades, tenham a chance de freqüentá-la e cumprir seus estágios evolutivos e missões.

Como todo ambiente material, ela é uma mera habitação provisória, um internato, onde cabe aos alunos, pelo livre-arbítrio, aproveitarem bem ou mal o ano letivo.

É preciso, pois, voltarmo-nos ao Pai Criador e relembrarmos de nossa verdadeira origem, como chispas divinas que somos e permitirmos que a Nova Era, que já está nascendo, neste Planeta, possa fazê-lo em nossos corações. 







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