11 outubro 2010

50 Anos de Transcomunicação Instrumental: Onde estamos e onde queremos chegar


Comemorou-se em Junho de 2009 o aniversário de 50 anos da moderna Transcomunicação Instrumental (TCI). O marco da era moderna aconteceu em 12 de Junho de 1959, quando Friedrich Jurgenson, artista sueco, gravou as primeiras vozes na sua casa de campo, utilizando seu gravador de rolo. Desde então, a TCI tem evoluído para diversas modalidades de comunicação e em crescente número de pessoas interessadas. Apesar de 50 anos de história, ainda não chegamos a um consenso plenamente aceitável: Essas vozes e imagens são realmente de pessoas falecidas que outrora viveram no planeta Terra? Essa pergunta pode parecer antiquada para alguns, que já aceitaram a TCI como uma comunicação irrevogavelmente comprovada de seres espirituais.

Mas, não é bem assim. Já faz muitas décadas que o leque de possibilidades se abriu. A aceitabilidade que a comunicação seja apenas de espíritos se estendeu para outras categorias. Não mais seriam apenas espíritos. Englobar-se-ia, também, seres espirituais que nunca habitaram o planeta Terra (seres extraterrestres, por definição) e altas entidades de profundo saber e conhecimento, não humanas (também seres extraterrestres, por definição).

Isto tudo é ainda uma grande incógnita e, para falar a verdade, ainda se conhece muito pouco sobre a verdadeira natureza desse fenômeno. É certo que o debate sobre outros mundos ou outros universos paralelos não é mais nenhuma heresia nos dias atuais. E não digo que essa aceitação ao tema se restrinja aos campos da fronteira da ciência ou de filosofias mirabolantes.


A discussão de universos paralelos ou realidades coexistentes com a nossa, é plenamente bem discutida dentro do mundo científico, principalmente no campo da física teórica. Se existe um universo paralelo ao nosso – que, sob nosso ponto de vista, é não físico - o óbvio pensamento é sabermos se nessa realidade existem seres pensantes e inteligentes e, caso existam, haverá a possibilidade de uma comunicação conosco?

Para outros pensadores, a comunicação pela TCI nada mais seria do que uma ação parapsicológica sobre os aparelhos, ou seja, o produto das vozes, imagens e textos - atribuídos a um mundo espiritual - nada mais seria do que nossa própria natureza em ação. As vozes seriam nada mais do que uma criação produzida por nossa mente. É o que a Parapsicologia chama de psicocinese, a ação da mente sobre a matéria. Também não há explicação concreta e resultados experimentais satisfatórios para que aceitemos completamente essa hipótese como elucidação última do fenômeno da TCI.

Passados 50 anos, em se tratando de aparelhagem usada, ainda utilizamos largamente aparelhos que não foram projetados especificamente para este tipo de pesquisa. Os pesquisadores e experimentadores, em geral, costumeiramente ainda usam aparelhos comuns, como gravadores de fita cassete ou digitais, computadores, microfones, câmaras de vídeo e televisores.

Entretanto, ao longo dos anos, muitos aparelhos ou sistemas de aparelhos foram desenvolvidos para fins específicos, como o Psicofone. Mas, eles ficaram abandonados no tempo, por não oferecerem maiores resultados expressivos como antigamente. Além disso, alguns sistemas deram resultados para alguns, mas ao serem replicados por outros, tornaram-se um retumbante fracasso. A parcela humana de contribuição para o êxito das gravações parece estar mais do que clara em alguns casos de maior expressão do fenômeno.

O computador é um forte aliado nas pesquisas de TCI.
A era do computador chegou e tem auxiliado as pesquisas de TCI de modo indispensável. Softwares foram criados com o objetivo específico de melhorar as gravações de “vozes”. O pós-processamento do áudio gravado, nos experimentos, tem clareado substancialmente as amostras, e funcionam hoje como “lapidadores de diamantes”.

Fazendo uma analogia, uma amostra de voz gravada em uma sessão de TCI, muitas vezes é como um diamante em estado bruto e que só depois de vários processamentos (filtros diversos), brilha e mostra toda sua clareza e beleza. Softwares têm sido usados também para estudar a arquitetura da construção das vozes e demonstrá-las que, de fato, elas contêm um componente de mistério em sua formação. Contém anomalias na estrutura do sinal de voz, que até o momento segue sem explicação.


Quais serão os próximos caminhos da TCI? Aonde queremos chegar? Como tornar o fenômeno mais evidente, claro e concreto e não um amontoado de ruídos dúbios ou de imagens abstratas? Não me refiro a que todas as gravações de áudio ou imagens, hoje, sejam dúbias e nebulosas, já que houve avanço em sua qualidade. Mas, uma fração ainda o é.

Em minha opinião, certamente um dos caminhos para se obter um grande êxito nesta área é a busca de se criar hardwares específicos para tal pesquisa. Já na parte de software, trará a validação necessária e, certamente, também, será útil com a criação de aplicativos específicos para tal objetivo. Aparelhagens construídas para tal fim serão um dos pilares para o avanço na área. Notadamente, pela observação nos experimentos, o fenômeno envolve algum tipo de energia ainda desconhecida. A busca pelo avanço na área certamente também encontrará essa incógnita a ser decifrada.

A área de áudios só se tornará um fenômeno inegável quando chegarmos no dia em que, após a realização de um experimento, não mais precisarmos voltar a gravação ao início, para se procurar a voz paranormal incrustada em algum trecho. Ela terá que ser clara, inteligível, audível no ambiente (por todos), e que possibilite um diálogo em tempo real. Isso já foi obtido por alguns pesquisadores no passado e hoje poucos o conseguem. Para esses casos em particular, que ocorreram no passado e ocorrem atualmente, parece haver o fator humano como facilitador.

Chamamos hoje tais pessoas de médiuns de efeitos físicos ou psíquicos. Entretanto, a Transcomunicação Instrumental é um fenômeno de massa e não um privilégio restrito a um grupo que detém um conhecimento secreto ou que possua supostos dons extragalácticos. Está claro que o fenômeno, em alto nível de qualidade, terá que ocorrer com todos e não apenas com segmentos restritos de pessoas privilegiadas.

Dito isso, observamos que continuar usando hoje um gravador de fita cassete, nos experimentos, nunca trará um resultado desse nível citado, simplesmente porque ele não foi projetado para tal finalidade. Além do mais, a fita cassete é uma tecnologia ultrapassada e já sepultada faz tempo. Na verdade, tecnologias ultrapassadas ainda funcionam com a TCI, mas seus procedimentos operacionais têm sido mais trabalhosos. Então, porque se agarrar ao passado? Provavelmente, a maioria das “vozes” que são gravadas hoje, já poderia estar em um nível de qualidade altíssima.

Refiro-me a “vozes” audíveis em tempo real e de clareza unânime. Provavelmente, o problema está no impasse de que o mecanismo de formação das “vozes” não encontrou suporte necessário no nível de um sistema, em nossas aparelhagens, que pudesse possibilitar isso. Seria como se o fenômeno já estivesse completamente disponível e acessível por aí, bastando apenas que disponibilizássemos um captador específico ou realizássemos uma transdução do sinal (transformação de uma energia em outra energia, de natureza diferente).

E vamos além. Continuar usando o aparelho de rádio comum, seja ondas curtas ou qualquer freqüência, dificilmente trará validação e comprovação para o fenômeno. O rádio foi primeiramente usado pelo pioneiro, Friedrich Jurgenson, e desde então tem sido utilizado largamente. Entretanto, sempre haverá o componente de dúvida ao se usar um rádio, e ele está sujeito a inúmeras interferências, mesmo entre estações (quando apenas está chiando). Seu uso nos experimentos de Transcomunicação, sempre acompanhará da seguinte pergunta: Será que essa voz é mesmo uma ação paranormal ou uma interferência qualquer, uma captação comum e que interpretei erroneamente? 


Sei que existem algumas técnicas de se contornar isso, como, por exemplo, a observação da menção constante ao nome do experimentador nas captações ou ao registro da gravação ser pertinente ao conteúdo das perguntas realizadas pelo experimentador. Nestes casos, evidencia-se uma ação não aleatória ou casual de uma onda terrestre qualquer viajando pelo espaço, mas sim uma ação direta direcionada ao pesquisador. Há também as Vozes Diretas de Rádio (VDR) que também oferecem um impacto mais real de sua natureza paranormal, mas, mesmo assim, em média, os aparelhos de rádio comuns vão oferecer o componente da dúvida para suas pesquisas.

Continua a dificuldade na distinção das “transimagens” verdadeiras das falsas.
É verdade que, em qualquer tipo de gravação de áudio, podemos averiguar a suposta voz paranormal e analisá-la no nível de sua estrutura, de verificarmos anomalias que ali não deveriam existir.

Ou, também, no caso da amostra ser de qualidade apreciável, e se suspeitar que tenha sido de uma entidade conhecida, poderá compará-la com um registro de voz dessa pessoa, quando em vida. Entretanto, essas análises são mais demoradas, mais trabalhosas e não acessíveis a todos. Elas são fundamentais para a comprovação do fenômeno e seriam ideais de ser obtidas em metodologias e meios confiáveis, coisa que o rádio não oferece plenamente.

Com referência ao campo de imagens e vídeos, a técnica de retroalimentação, em canal aberto de TV, segue defasada pelo mesmo motivo: da possibilidade de se obter registros espúrios, absolutamente terrenos. Este campo de experimentação segue ainda bem difícil. A pareidolia está fortemente presente em inúmeras imagens registradas.

Nossa mente continua a procurar padrões onde muitas vezes não existe absolutamente nada, ou melhor, existem apenas abstrações aleatórias e desconexas. É verdade que há exceções, apesar de olhos externos à TCI observarem que nossas técnicas atuais ainda estão se desvencilhando do amadorismo. Há dificuldades que esperamos superar nos próximos anos, com o avanço e amadurecimento das pesquisas que já seguem atualmente.

O futuro da TCI estará provavelmente na construção de novos sistemas de aparelhagens. São muitas as áreas que ainda necessitam pesquisa, além dos clássicos modos de comunicação por som e imagens. As pesquisas prosseguem, mesmo sem nenhum tipo de investimento oficial.
(texto de Alexandre de Carvalho Borges)

2 comentários:

  1. As pesquisas neste campo nunca são executadas ou financiadas por governos, o que, certamente, aceleraria em muito os resultados.
    Qual seria o motivo desse desinteresse demostrado pela ciência oficial?

    Acrescento que as explanações aqui apresentadas são muito ricas em detalhes, e dotadas de excelente didática, o que facilita à imediata compreensão por qualquer leigo interessado nesse apaixonante tema.
    Parabéns!

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