A fé sincera e verdadeira, é sempre calma.
Tem a paciência que sabe esperar, porque, tendo o seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado.
A fé vacilante, ao contrário, sente a sua própria fraqueza.
Quando a estimula o interesse, torna-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece.
A calma na luta é sempre um sinal de força e confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.
Cumpre não confundir a fé com a presunção.
A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus.
A presunção é menos fé que orgulho, e este é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos.”
(...) A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer. E para crer não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender.
A fé cega já não é deste século, tanto assim que precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior número dos incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio.
É principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo, e dela é que se pode, com verdade, dizer que não se prescreve.
Não admitindo provas, ela deixa no espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida. A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa.
A criatura então crê, porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que não se dobra.
A esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encontra oposição sistemática e interesseira.
(Allan Kardec)
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