02 junho 2011

Reforma íntima


Você já ouviu falar em reforma íntima?

Quase sempre, o termo desperta nas pessoas a idéia de que tudo em si está errado e necessita ser reformulado, que é portador somente de coisas negativas, ruins, que devem ser modificadas.

O termo reforma quer dizer retificação, mudança. Mas, também, melhoria, aprimoramento, dar melhor forma a alguma coisa.

Quando dizemos que vamos fazer uma reforma em nossa casa, isto não significa que ela esteja ruim. Pode simplesmente querer dizer que desejamos melhorá-la, ampliá-la, torná-la mais confortável.

Assim, a reforma pode compreender uma nova pintura externa, porque a atual está começando a descascar ou se encontra desbotada, pelo longo tempo de exposição às intempéries.

Durante uma inspeção para reforma, poderemos descobrir que precisamos substituir o assoalho de um cômodo, uma parede, um pedaço do teto. Talvez substituir algumas telhas quebradas ou consertar as calhas.

Com certeza, haveremos de encontrar na casa que nos dispomos a reformar, um cômodo quase ideal, que, ao menos no momento, não precisa nenhum retoque.

É um lugar aconchegante, com boa iluminação, móveis bem colocados, pintura excelente. Enfim, ali tudo está bem e não necessitará ser tocado, por enquanto.

Pois assim também é quando se fala em reforma íntima. Analisando as nossas disposições individuais, a nossa forma de ser, de pensar e de agir, vamos descobrir que temos defeitos, sim. Entretanto, também temos virtudes.

Os defeitos são aqueles dos quais devemos nos libertar.

Naturalmente, a pouco e pouco.

Exatamente como a reforma de qualquer casa, quer seja por condições financeiras, quer seja por condições técnicas, não se faz de um dia para o outro.

Tempo, esforço, atenção é do que precisamos para nos liberar de pequenos e grandes defeitos.

É o ciúme que teima em aparecer, a impaciência que nos faz explodir por quase nada, o egoísmo falando mais alto.

Como toda reforma tem a ver com uma certa desarrumação, sujeira de caliça, madeira e pó, quando iniciamos a reforma íntima, por vezes vamos nos sentir como se tudo estivesse muito mal.

Parecer-nos-á que só temos defeitos e não os iremos superar nunca.

Devemos ter paciência conosco! A natureza não dá saltos. Vícios de muitos anos precisam de tempo para ser modificados.

Um dia, quando a reforma estiver completa, tudo estará arrumado, bem disposto, no lugar correto.

E, é claro, nossa alma estará enfeitada com flores viçosas nos vasos delicados das virtudes conquistadas.[...]

(Redação do Momento Espírita)





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