02 novembro 2011

Finados na visão Espírita


O hábito de visitar os mortos, como se o cemitério fosse sala de visitas do Além, é cultivado desde as culturas mais remotas.

Mostra a tendência em confundir o indivíduo com seu corpo.

Há pessoas que, em desespero ante a morte de um ente querido, o "visitam" diariamente. Chegam a deitar-se no túmulo. Desejam estar perto do familiar.

Católicos, budistas, protestantes, muçulmanos, espíritas - somos todos espiritualistas, acreditamos na existência e sobrevivência do Espírito.

Obviamente, o ser etéreo não reside no cemitério.

Muitos preferem dizer que perderam o familiar, algo que mostra falta de convicção na sobrevivência do Espírito.

Quem admite que a vida continua jamais afirmará que perdeu alguém. Ele simplesmente partiu.

Quando dizemos "perdi um ente querido", estamos registrando sérios prejuízos emocionais. Se afirmarmos "que ele partiu", haverá apenas o imposto da saudade, abençoada saudade, a mostrar que há amor em nosso coração, o sentimento supremo que nos realiza como filhos de Deus.

Em datas significativas, envolvendo aniversário de casamento, de morte, finados, Natal, Ano Novo, dia dos Pais, dia das Mães, sempre pensamos neles.

Como podemos ajudar os que partiram antes de nós?

Envolvendo o ser querido em vibrações de carinho, evocando as lembranças felizes, nunca as infelizes; enviando clichês mentais otimistas; fazendo o bem em memória dele, porque nos vinculamos com os Espíritos através do pensamento.

Além disso, orando por ele, realizando caridade em sua homenagem, tudo isso lhe chegará como sendo a nossa contribuição para a sua felicidade; a prece dá-lhe paz, diminui-lhe a dor e anima-o para o reencontro futuro que nos aguarda.

Podemos chorar? Podemos chorar, é claro. Mas saibamos chorar. 

Que seja um choro de saudade e não de inconformação e revolta.

O choro, a lamentação exagerada dos que ficaram causam sofrimento para quem partiu, porque eles precisam da nossa prece, da nossa ajuda para terem fé no futuro e confiança em Deus.

Tal comportamento pode atrapalhar o reencontro com os que foram antes de nós. Porque se eles nos visitarem ou se nós os visitarmos (durante o sono) nosso desequilíbrio os perturbará. 

Se soubermos sofrer, ao chegar a nossa vez, nos reuniremos a eles, não há dúvida nenhuma.

Então os espíritas não visitam o cemitério? Nós espíritas não visitamos os cemitérios, porque homenageamos os “vivos desencarnados” todos os dias.

Mas a posição da Doutrina Espírita, quanto às homenagens (dos não espíritas), prestadas aos "mortos" neste Dia de Finados, ao contrário do que geralmente se pensa, é favorável, desde que sinceras e não apenas convencionais.

Os Espíritos, respondendo a perguntas de Kardec a respeito (em O Livro dos Espíritos), mostraram que os laços de amor existentes entre os que partiram e os que ficaram na Terra justificam esses atos.

E declaram que no Dia de Finados os cemitérios ficam repletos de Espíritos que se alegram com a lembrança dos parentes e amigos. 

Há espíritos que só são lembrados nesta data, por isso, gostam da homenagem.

Há espíritos que gostariam de serem lembrados no recinto do lar. Porque, se ele desencarnou recentemente e ainda não está perfeitamente adaptado às novas realidades, irá sentir-se pouco à vontade na contemplação de seus despojos carnais.

Espíritos com maior entendimento, pedem que usemos o dinheiro das flores em alimento aos pobres. Portanto, usemos o bom senso em nossas homenagens. Com a certeza que ELES VIVEM.

E se eles vivem, nós também viveremos.

E é nessa certeza que devemos aproveitar integralmente o tempo que estivermos encarnados, nos esforçando para oferecer o melhor de nós em favor da edificação humana.

Só assim, teremos um feliz retorno à pátria espiritual.

(Compilação de Rudymara)









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