Há muito se fala da importância do ser humano se desenvolver em todas as suas dimensões- física, mental, emocional e espiritual – para ser feliz e conquistar qualidade de vida pessoal e profissional.
Independentemente, dessa abordagem ser defendida por muitos autores de renome, no âmbito nacional e internacional e do discurso já estar presente no mundo corporativo, há ainda uma defasagem muito grande em relação à sua consciência e prática.
Nos planos físico e mental, as ações são mais visíveis e concretas. Na parte emocional, a trajetória é um pouco menor e na espiritual, quase inexistente.
Paira no ar uma distorção do verdadeiro conceito de Espiritualidade, confundindo-o com religião.
Segundo Brian L. Seaward, não deveria haver essa duvida, visto que espiritualidade é algo inclusivo, enquanto que as religiões tendem a ser exclusivas e baseadas na fé.
Aliado a esta percepção errônea, pode-se afirmar que existe ainda um receio de abordar o tema com mais amplitude, como se ele fosse incompatível com o mundo do trabalho, onde o objetivo maior é ter produtividade e resultados.
Está mais do que na hora de trazer o tema espiritualidade ao nosso cotidiano, como parte das nossas ações e reflexões, e, principalmente, como algo que permeia o dia-a-dia das empresas e dos líderes, facilitando a qualidade dos relacionamentos, o comprometimento da equipe com os objetivos da empresa e resultados.
Conforme Brian L. Seaward, “caminhar passo a passo para garantir a saúde do espírito humano é tão importante quanto almejar saúde física. Para algumas pessoas, é até mais essencial, na medida em que o bem-estar espiritual é a base do paradigma da qualidade de vida como um todo”.
Segundo Barchifontaine, Espiritualidade é respeito ao próximo, solidariedade e pode estar presente no estilo de liderança e no trabalho de equipe.
Podemos ampliar este conceito, agregando o que fala Dalai Lama: “A Espiritualidade está relacionada com as qualidades do espírito humano – amor, compaixão, paciência, perdão, noção de responsabilidade e harmonia – que trazem felicidade tanto para a própria pessoa como para os outros.”
Como podemos perceber, praticar espiritualidade é falar da nossa essência de ser humano.
É saber como acionar o eixo interno da felicidade e também aprender como ele funciona no nosso próximo.
Outra forma de exercitar espiritualidade é trazer à tona um de seus pilares básicos, que é o sistema de Valores.
São os valores que dirigem os nossos comportamentos, como também são os valores da empresa que definem sua filosofia e representam a base da sua missão.
Logo, falar de algo conhecido como valores, missão, é uma prática de espiritualidade. Tanto pessoal, como corporativa.
Segundo Jack Welch, no livro “Paixão por Vencer”, “quando a empresa vivencia seus valores, aumenta a satisfação dos empregados e melhora os resultados financeiros”.
Jack Welch também afirma : “A missão anuncia, com exatidão, para onde a empresa está indo. E os valores descrevem os comportamentos que a levarão até lá”.
Ao decodificar o conceito de Espiritualidade e associá-lo a nossa realidade, podemos constatar que essa dimensão está muito mais presente na nossa vida e no cenário empresarial do que temos noção e consciência.
(Bete D’Elia e Graciete Cavalcante)
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