21 fevereiro 2012

Tratamento Médico e Espiritual


-Então, doutor, descobriu algo?

Era o quarto médico que procurava, desde que seu filho de cinco anos começara a sofrer agitados desmaios.

O menino debatia-se e espumava, apavorando os familiares. 

Diagnóstico unânime: epilepsia, um distúrbio intermitente da função encefálica que pode provocar variadas reações, como desmaios, perda de consciência, lassidão, dificuldade de raciocínio ou, como ocorre freqüentemente, as convulsões.

-Não chegamos a nenhuma conclusão. O eletroencefalograma registra pequena disritmia, mas insuficiente para justificar o mal. A tomografia não acusou nenhuma lesão ou massa tumoral.
Fisicamente ele está ótimo, como confirmam os exames de laboratório.

-Mas certamente há uma causa.

-Sem dúvida. Em toda anomalia física forçosamente há um agente determinante.

-Como ficamos?

-O importante agora é evitar as convulsões. Elas poderão comprometer seu desenvolvimento mental. Deverá fazer uso de anticonvulsivos. Ajustaremos uma dose ideal evitando, tanto quanto possível, efeitos colaterais.

O pai não se conforma.

-Não sou rico, doutor, mas tenho algumas economias. Diga-me, por caridade: há algum recurso que eu possa buscar, ainda que em outro país?

-Bem, para ser franco, existe sim. Se fosse meu filho eu o encaminharia.

-Fale, doutor. Não importa quanto deva gastar. Venderei minha casa, meu automóvel, o que for preciso. A saúde do menino está em primeiro lugar.

-Não vai custar absolutamente nada.

-É um serviço de saúde pública?

-De certa forma está ligado aos poderes que nos governam.

-Como chegar lá?

-Não será difícil. Há vários núcleos de atendimento em nossa cidade.

-Mal posso esperar. Onde é esse abençoado centro de tratamento?

-Você disse bem. É um Centro Espírita.

-Ora, doutor, o senhor, um médico, um homem de ciência, encaminhando-me para o Espiritismo?

-Exatamente. Não sou espírita, mas tenho suficiente experiência para compreender que casos como o de seu filho não são resolvidos pela medicina da Terra. Seu problema é, como dizem os adeptos de Allan Kardec, espiritual. Eles lhe explicarão detalhadamente o porquê dessas crises.

* * *

Surpreendente, não é mesmo, amigo leitor?

Mas não é novidade.

Médicos espíritas e até mesmo aqueles que têm apenas vagas noções de Espiritismo, sabem que há males de etiologia indevassável sob o ponto de vista orgânico, porquanto sustentam-se de influências espirituais inferiores. Isso ocorre com muita freqüência na subjugação.

A agressão espiritual deprime o sistema nervoso, provoca uma "tempestade" nos neurônios e dispara a convulsão e até problemas mais graves, sem que exista uma causa física, como no caso que abordamos no capítulo anterior.

Médicos materialistas sorriem destas conceituações, sem se dar ao trabalho de analisá-las, atitude anti-científica.

Mas não escondem sua perplexidade diante de alienados mentais, vítimas de subjugação,
perfeitamente saudáveis neurologicamente.

Atribuem seus males a perturbações nascidas de acidentes hereditários ou influências ambientais, sem que consigam detectar quaisquer disfunções nos circuitos nervosos ou cerebrais.

Empregam vasta e complexa terminologia, que define, mas não esclarece e prescrevem complicados tratamentos que acalmam sem jamais recuperar o paciente.

Um dia, que não vai longe, a classe médica descobrirá, como já o fizeram alguns de seus representantes, que cada paciente é um Espírito eterno, cujos males possuem raízes no Plano
Espiritual, em estreita relação com influências obsessivas.

Então poderão auxiliar de forma mais eficiente destrambelhadas vítimas da subjugação, porquanto terão chegado onde o Espiritismo começou.

E afixarão um aviso em seus consultórios: 
"O atendimento médico não dispensa o tratamento espiritual."


(Onde o Espiritismo Começou - in “Quem tem medo da obsessão?”- de Richard Simonetti)



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