-Então, doutor, descobriu algo?
Era o quarto médico que procurava, desde que seu filho de cinco anos começara a sofrer agitados desmaios.
O menino debatia-se e espumava, apavorando os familiares.
Diagnóstico unânime: epilepsia, um distúrbio intermitente da função encefálica que pode provocar variadas reações, como desmaios, perda de consciência, lassidão, dificuldade de raciocínio ou, como ocorre freqüentemente, as convulsões.
-Não chegamos a nenhuma conclusão. O eletroencefalograma registra pequena disritmia, mas insuficiente para justificar o mal. A tomografia não acusou nenhuma lesão ou massa tumoral.
Fisicamente ele está ótimo, como confirmam os exames de laboratório.
-Mas certamente há uma causa.
-Sem dúvida. Em toda anomalia física forçosamente há um agente determinante.
-Como ficamos?
-O importante agora é evitar as convulsões. Elas poderão comprometer seu desenvolvimento mental. Deverá fazer uso de anticonvulsivos. Ajustaremos uma dose ideal evitando, tanto quanto possível, efeitos colaterais.
O pai não se conforma.
-Não sou rico, doutor, mas tenho algumas economias. Diga-me, por caridade: há algum recurso que eu possa buscar, ainda que em outro país?
-Bem, para ser franco, existe sim. Se fosse meu filho eu o encaminharia.
-Fale, doutor. Não importa quanto deva gastar. Venderei minha casa, meu automóvel, o que for preciso. A saúde do menino está em primeiro lugar.
-Não vai custar absolutamente nada.
-É um serviço de saúde pública?
-De certa forma está ligado aos poderes que nos governam.
-Como chegar lá?
-Não será difícil. Há vários núcleos de atendimento em nossa cidade.
-Mal posso esperar. Onde é esse abençoado centro de tratamento?
-Você disse bem. É um Centro Espírita.
-Ora, doutor, o senhor, um médico, um homem de ciência, encaminhando-me para o Espiritismo?
-Exatamente. Não sou espírita, mas tenho suficiente experiência para compreender que casos como o de seu filho não são resolvidos pela medicina da Terra. Seu problema é, como dizem os adeptos de Allan Kardec, espiritual. Eles lhe explicarão detalhadamente o porquê dessas crises.
* * *
Surpreendente, não é mesmo, amigo leitor?
Mas não é novidade.
Médicos espíritas e até mesmo aqueles que têm apenas vagas noções de Espiritismo, sabem que há males de etiologia indevassável sob o ponto de vista orgânico, porquanto sustentam-se de influências espirituais inferiores. Isso ocorre com muita freqüência na subjugação.
A agressão espiritual deprime o sistema nervoso, provoca uma "tempestade" nos neurônios e dispara a convulsão e até problemas mais graves, sem que exista uma causa física, como no caso que abordamos no capítulo anterior.
Médicos materialistas sorriem destas conceituações, sem se dar ao trabalho de analisá-las, atitude anti-científica.
Mas não escondem sua perplexidade diante de alienados mentais, vítimas de subjugação,
perfeitamente saudáveis neurologicamente.
Atribuem seus males a perturbações nascidas de acidentes hereditários ou influências ambientais, sem que consigam detectar quaisquer disfunções nos circuitos nervosos ou cerebrais.
Empregam vasta e complexa terminologia, que define, mas não esclarece e prescrevem complicados tratamentos que acalmam sem jamais recuperar o paciente.
Um dia, que não vai longe, a classe médica descobrirá, como já o fizeram alguns de seus representantes, que cada paciente é um Espírito eterno, cujos males possuem raízes no Plano
Espiritual, em estreita relação com influências obsessivas.
Então poderão auxiliar de forma mais eficiente destrambelhadas vítimas da subjugação, porquanto terão chegado onde o Espiritismo começou.
E afixarão um aviso em seus consultórios:
"O atendimento médico não dispensa o tratamento espiritual."
(Onde o Espiritismo Começou - in “Quem tem medo da obsessão?”- de Richard Simonetti)
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