04 dezembro 2012

Grandes homens



Quem faz jus ao título de "grande homem"?
Não sei... O homem inteligente?
Não basta ter inteligência para ser grande...
O homem poderoso?
Há também poderosos mesquinhos...
Não basta qualquer forma de religião.
Podem todos esses homens possuir muita inteligência, muito poder, e certo espírito religioso e nem por isso serem grandes homens.
Pode ser que lhes falte certo vigor e largueza, certa profundidade e plenitude, indispensáveis à verdadeira grandeza.
Podem os inteligentes, os poderosos, os virtuosos não ter a necessária liberdade de espírito...
Pode ser que as suas boas qualidades não corram com essa vasta e leve espontaneidade que caracteriza todas as coisas grandes.
Pode ser que a sua perfeição venha mesclada com um quê de acanhado e tímido, com algo de teatral e violento.
O grande homem é silenciosamente bom...
É genial, mas não exibe gênio...
É poderoso, mas não ostenta poder...
Socorre a todos, sem precipitação...
É puro, mas não vocifera contra os impuros...
Adora o que é sagrado, mas sem fanatismo...
Carrega fardos pesados, com leveza e sem gemido...
Domina, mas sem insolência... É humilde, mas sem servilismo...
Fala às grandes distâncias, mas sem gritar...
Ama, sem se oferecer...
Faz bem a todos, antes que se perceba...
O grande homem "Não quebra cana fendida, nem apaga a mecha fumegante, nem se ouve o seu clamor nas ruas..."
Rasga caminhos novos sem esmagar ninguém...
Abre largos espaços, sem arrombar portas...
Entra no coração humano, sem se saber como...
Tudo isto faz o grande homem, porque é como o sol, esse astro assaz poderoso para sustentar um sistema planetário, e assaz delicado para beijar uma pétala de flor...
Assim é, e assim age o homem verdadeiramente grande, porque é instrumento nas mãos de Deus...
Desse Deus de infinita potência e de supremo amor...
Desse Deus, cuja força governa a imensidade do cosmos - e cuja paciência tolera as fraquezas do homem...
O grande homem é, mais do que ninguém, imagem e semelhança de Deus.

(Huberto Rohden)

(Extraído do livro "De Alma Para Alma", de Huberto Rohden; Editora Martin Claret.)

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