Gabriel Delanne,
francês, engenheiro elétrico e importante personalidade Espírita,
cujo pai, o sr. Delanne, era editor das obras básicas da
Codificação, amigo íntimo de Allan Kardec e membro da Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas, quando tinha apenas 8 anos de
idade, vivenciou o seguinte fato:
"Um dia se achava
na casa de uma pessoa de seu conhecimento, jogavam no pátio da casa
com sua pequena prima, com idade de cinco anos, dois pequemos
garotos, um de sete anos outro de quatro.
Uma senhora moradora no
térreo, convidou-os a entrar em sua casa, e lhes deu bombons. As
crianças, como delas se pensa bem, não se fizeram de rogadas.
Essa senhora disse ao
filho do Sr. Delanne:
- Como te chamas, meu
filho?
- Eu me chamo Gabriel,
senhora.
- Que faz teu pai?
- Senhora, meu pai é
Espírita.
- Eu não conheço essa
profissão.
- Mas, senhora, isso
não é uma profissão; meu pai não é pago por isso; ele o faz com
desinteresse e para fazer o bem aos homens.
- Meu homenzinho, não
sei o que quereis dizer.
- Como! jamais ouvistes
falar das mesas girantes?
- Pois bem, meu amigo,
eu muito gostaria que teu pai viesse aqui para fazê-las girar.
- É inútil, senhora,
tenho a força de fazê-las girar eu mesmo.
- Então, queres
tentar, e me fazer ver como se procede?
- De bom grado,
senhora.
Dito isto, sentou-se
junto de uma mesinha de salão, e fez colocar seus três pequenos
companheiros, e hei-los todos os quatro pousando seriamente suas mãos
em cima.
Gabriel fez uma evocação de um tom muito sério e com
recolhimento; apenas terminou-a, com a grande estupefação da
senhora e das crianças, a mesa se levantou e bateu com força.
- Perguntai, senhora,
disse Gabriel, quem vem responder pela mesa.
- A vizinha interroga,
e a mesa soletra as palavras: teu pai. Essa senhora torna-se pálida
de emoção.
Ela continua:
- Pois bem! meu pai,
quereis me dizer se devo enviar a carta que acabo de escrever?
- A mesa respondeu:
Sim, sem falta.
- Para me provar que és
bem tu, meu bom pai, quem está aqui, gostaria que me dissésseis há
quantos anos morrestes?
- A mesa bateu logo
oito golpes bem acentuados. Era justo o número de anos.
- Gostarias de me dizer
teu nome e o da cidade onde morreste?
- A mesa soletrou esses
dois nomes.
As lágrimas jorraram
dos olhos dessa senhora que não pôde continuar, tanto foi alterada
por essa revelação e dominada pela emoção."
(Fonte: Revista
Espírita, Outubro de 1865)
O interessante é notar
a naturalidade com a qual Allan Kardec fala a respeito deste caso,
onde crianças se ocupam dos fenômenos mediúnicos.
Em sua época,
esta era uma ação comum entre os membros das sociedades e centros
espíritas.
Atualmente, porém, é tomado como ação perigosa,
alegando que as crianças não devem se ocupar com os Espíritos. Em
verdade, o que falta é instrução.
Não era pela condição moral
de Gabriel, mas por sua instrução espírita, pois desde pequeno
ouvia falar do Espiritismo e foi isso o que lhe deu as noções
justas e precisas acerca do Espiritismo, desde tão jovem, tomando-o
de segurança no trato com os Espíritos.
Jesus já nos ensina
isso a mais de dois mil anos, ao afirmar: "Vossos filhos e
vossas filhas profetizarão" (Atos dos Apóstolos, cap. II, v.
17.)
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