Park So-nyo, 69 anos, mãe de cinco filhos, desapareceu.
Ao chegar a Seul para visitá-los, saindo de sua aldeia com o
marido, com quem é casada há mais de 50 anos, ela é deixada para trás em meio à
multidão em uma plataforma da estação de metrô.
Como fez a vida toda, ele simplesmente supôs que a esposa o
seguia.
Essa é a última vez em que Park é vista.
Começa então a procura, liderada pelos filhos e o marido,
que se transforma em uma exploração emocional repleta de remorso e marcada pela
triste descoberta de uma mulher que ninguém nunca conheceu.
Narrado pelas vozes de uma filha, de um filho, do marido e
da própria mulher desaparecida, "Por favor, cuide da Mamãe" é, ao mesmo tempo, um
retrato da Coréia do Sul contemporânea e uma história universal sobre família e
amor.
Editora Intrínseca.
* * *
O título do livro nos comove e chama a atenção, e logo no
início da leitura somos tocados pelos diálogos familiares, que nos tornam quase que mais um participante daquela família em
busca da mãe que desapareceu.
No livro, o desaparecimento da mãe, Park So-Nyo, quase não notada
pela família, um membro quase invisível no dia a dia, provoca sentimentos diversos como remorso,
culpa, tristeza e saudade.
Somos levados a refletir sobre nossa própria postura frente a
nossa família, nossas vidas, nossas prioridades.
Inevitavelmente fazemos um paralelo com a nossa própria
trajetória.
Como estamos tratando nossa mãe, nosso pai, nossos irmãos?
Emoção da primeira à última página.
E nós precisamos disso.
Pensar nisso é o que faz desse livro tão especial.
Recomendadíssimo.
* * *
Abaixo um pequeno trecho inicial.
Faz uma semana que
Mamãe sumiu.
Reunida na casa do seu
irmão mais velho, Hyong-chol, a família troca idéias.
Você decide preparar
panfletos e distribuí-los onde Mamãe foi vista pela última vez.
A primeira coisa a
fazer, todos concordam, é rascunhar o panfleto.
Obviamente, um panfleto
é um recurso antiquado para a situação, mas não há muito que a família da pessoa
desaparecida possa fazer, e a pessoa desaparecida é ninguém menos que
sua mãe.
Tudo o que
você pode fazer é registrar o desaparecimento, vasculhar a área e perguntar ao maior
número possível de pessoas se uma senhora parecida com ela foi vista.
Seu irmão mais novo,
dono de uma loja on-line de roupas, diz que postou na internet que a mãe sumiu,
descreveu o local onde ela foi vista pela última vez, adicionou sua foto e
pediu para que as pessoas entrassem em contato com a família, caso a vissem.
Você quer procurá-la
onde acredita que ela possa estar, mas sabe que ela não conseguiria chegar sozinha a
nenhum lugar nessa cidade.
Hyong-chol diz que é você
quem deve redigir o panfleto, já que seu trabalho é escrever.
Você fica vermelha, como se tivesse sido pega
fazendo algo que não devia.
Não tem certeza se
suas palavras ajudariam a encontrar Mamãe.
* * *
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