“... Amai, pois, vossa alma, mas cuidai também do corpo,
instrumento da alma; desconhecer as necessidades que são indicadas pela própria
Natureza é desconhecer a lei de Deus.
Não o castigueis pelas faltas que o vosso livre-arbítrio
fê-lo cometer, e das quais ele é tão irresponsável como o é o cavalo mal
dirigido, pelos acidentes que causa...”
* * *
Ele se densificou moldado por nossos pensamentos, obras e
crenças mais íntimas.
Extensão da própria alma, ele é a parte materializada de nós
mesmos e que nos serve de conexão com a vida terrena.
Há quem o despreze, dizendo que todas as tentações e desastres
morais provêm de suas estruturas intrínsecas, e o culpe pelas quedas de ordem
sexual e pelos transtornos afetivos, esquecendo-se de que ele apenas expressa a
nossa vida mental.
Foi considerado, particularmente na Idade Média, como o próprio
instrumento do demônio, que impunha à alma, nele encarcerada, o cometimento dos
maiores desatinos e desastres morais.
Se cuidado e bem tratado, era isto atribuído aos vaidosos e concupiscentes;
se macerado e flagelado, era motivo de regozijo dos tementes a Deus e
cultivadores da candidatura ao reino
dos céus.
Essas crenças neuróticas do passado afiançavam
que, quanto maiores as cinzas que o cobrissem e quanto mais agudas as dores que o afligissem,
mais alto o espírito se sublimaria, alcançando assim os píncaros da evolução.
Porém, não é propriamente nosso corpo o responsável pelas intenções,
emoções e sentimentos que ressoam em nossos atos e atitudes, mas nós
mesmos, almas em processo de aprendizagem e educação.
Nossos pensamentos determinam nossa vida e,
conseqüentemente, são eles que modelam nosso corpo. Portanto, somos nós, fisicamente, o produto do
nosso eu espiritual.
A crença em anjos rebeldes destinados eternamente a induzir as
almas a pecar, tira-nos a responsabilidade pelas próprias ações, e ficamos
temporariamente na ilusão de que os outros é que comandam nossos feitos, atuações e inclinações, e não
nós mesmos, os verdadeiros dirigentes de nosso destino.
Corpo e alma unidos a serviço da evolução, eis o que
determina a Natureza.
Nosso físico não é apenas um veículo usável, mas também a parte
mais densa da alma.
Não o separemos, pois, de nós mesmos, porque, apesar de sua
matéria ficar na Terra no processo da morte física, é nele que avaliamos as sensações do abraço de
mãe, do ósculo afetivo e das
mãos carinhosas dos amigos.
Através dele é que podemos identificar angústias e aflições,
que são bússolas a nos indicar que, ou quando, devemos mudar nossa maneira de agir e
pensar, para que possamos percorrer caminhos mais adequados do que os que vivemos no
momento.
A lei divina não nos pede sofrimento para que cresçamos e evoluamos;
pede-nos somente que amemos cada vez mais.
Cuidemos, pois, de nosso corpo e o aceitemos plenamente.
Ele
é o instrumento divino que Deus nos concede para que possamos aprender e amar cada vez
mais.
(in "Renovando Atitudes" - Francisco do Espírito Santo Neto / ditado pelo Espírito Hammed)
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