Jesus, quando esteve na terra, trouxe uma mensagem
totalmente inovadora, baseada no perdão, no amor e na caridade.
Para aquele povo ainda tão materialista e primitivo foi
difícil aceitar um novo Messias manso e pacífico, quando esperava um líder
guerreiro e libertador da escravidão.
Os governantes da época temeram ser ele um revolucionário
que ameaçaria o poder por eles constituído.
Por esses motivos, Jesus foi condenado à morte, crucificado,
maneira pela qual os criminosos eram executados. Como um ser de elevada
evolução, reapareceu em espírito - não em corpo material - aos apóstolos e a
várias pessoas.
Assim ele comprovou a existência do espírito, bem como a
sobrevivência após a morte física e incentivou a continuidade da divulgação de
sua mensagem, missão essa desempenhada pelos apóstolos e seus seguidores.
A ciência já comprovou a impossibilidade da ressurreição, ou
seja, voltar a viver no mesmo corpo físico após a morte deste, pois poucos
minutos após a morte os danos causados ao cérebro são irreversíveis, já se
iniciando o processo de decomposição da matéria.
Jesus, portanto, só se mostrou com o seu corpo
perispirítico, o que explica o fato de só ter sido visto pelos que ele quis que
o vissem. Se ele ressuscitasse em seu corpo carnal estaria contrariando as leis
naturais, criadas por Deus.
Sabemos que para Deus nada é impossível, portanto poderia Ele
executar milagres.
Mas iria Ele derrogar as leis que Dele próprio emanaram?
Seria para atestar seus poderes?
O poder de Deus se manifesta de maneira muito mais imponente
pelo grandioso conjunto de obras da criação e pela sábia previdência que essa
criação revela, desde as partes mais gigantescas às mínimas, como a harmonia
das leis que regem o universo.
Através do Espiritismo compreendemos que não existem
milagres, nem fatos sobrenaturais.
A Doutrina codificada por Allan Kardec não possui dogmas,
rituais, não institui abstinências alimentares, nem possui comemorações
vinculadas a datas comerciais e cívicas. Por isso os espíritas não comemoram a
morte nem o reaparecimento de Jesus.
O Espiritismo nos ajuda a entender os acontecimentos da
passagem de Jesus no plano terra e esclarece que a Páscoa é uma festividade do
calendário adotada em nossa sociedade por algumas religiões.
Para os espíritas a Páscoa, como qualquer outro período do
ano, deve ser um momento de reflexão, estudos e reafirmação do compromisso com
os ensinamentos do mestre, a fim de que cada um realize dentro de si, e no meio
em que vive, o reino de paz e amor que ele exemplificou.
O maior milagre que Jesus operou, o que verdadeiramente
atesta a sua superioridade, foi a revolução que os seus ensinamentos produziram
no mundo, apesar da exigüidade dos seus meios de ação.
(Texto Publicado no Boletim informativo do Grupo Espírita
Seara do Mestre.)
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