São fantasmas dos outros e também de si mesmos, pois têm medo
do encontro consigo mesmos.
Vagam pelos ambientes, "encostados" na aura das
pessoas e vivendo sensações por empréstimo.
Usam roupas antigas e gritam palavras perdidas na noite dos
tempos.
São soturnos e lamentosos, presos a monoideísmos estranhos.
Arrastam "correntes emocionais" por onde passam.
Formam um séqüito de seres atormentados e a doença espiritual que os aflige é a
tristeza.
Acostumaram-se à melancolia quando encarnados, e agora, fora
do "escafandro carnal", sofrem a inexorável repercussão energética do
clima mental cinzento que acalentaram na Terra.
Não lhes falece, porém, a ajuda invisível dos benfeitores
espirituais. Com paciência e grande carinho, eles inseminam energias
renovadoras na mente desses espíritos infelizes, levando-os, gradativamente, a novos
climas extrafísicos.
Por isso, é de grande importância a emanação de ondas mentais
sadias por parte de espiritualistas encarnados, pois a irradiação de suas
energias é "vivificadora" para esses espíritos sofredores, que vivem
atrelados às imediações energéticas do próprio plano físico.
Que as pessoas lutem bravamente contra a doença da
melancolia!
Muitas vezes, espíritos sofredores entram em lugares
abandonados e casas em ruínas e se instalam ali - e, também, nas fábricas
abandonadas e prédios obscuros.
Eles gostam de ambientes assim, sem claridade, porque sabem que
outras pessoas não irão até lá. E por que eles ficam nesses locais?...
Porque eles sabem que ali poderão ficar nas sombras,
recolhidos em si mesmos, da mesma forma que já o faziam quando encarnados,
quando não enfrentavam os próprios problemas; quando se recolhiam com medo da
luz do esclarecimento e fugiam para dentro de si mesmos, nas sombras de seu
ego.
Desencarnados e de frente consigo mesmos, ainda tentam fugir,
e se escondem em locais estranhos - como já faziam nos locais obscuros de sua
própria mente, quando encarnados.
Eles ficam escondidos, com medo da Luz, com medo do encontro
consigo mesmos, presos em campos psíquicos cheios de formas mentais estranhas,
relativas ao passado, ao apego e ao pesar de tantas coisas não resolvidas e não
encaradas, de frente.
E, por isso, sofrem nos lugares obscuros...
Em contrapartida, outros preferem lugares frequentados por
multidões; locais onde o cheiro do álcool é abundante, locais com cheiro de
fumo e, quiçá, locais com atmosfera de drogas. Eles fluem para ali porque esta
também é uma forma de fugir de si mesmos, inalando o vapor que dopa os seus
sentidos astrais, nas energias dos encarnados correspondentes aos seus próprios
vícios.
Muitas vezes, encontramos estas entidades sofredoras nos
lares das pessoas "aparentemente de bem", mas que brigam muito e não
têm ambiente de harmonia.
Infelizmente, encontramos esses ambientes obscuros também nos
lares, assim como os encontramos nas ruínas...
Porém, esses espíritos sofredores não suportam permanecer em
ambientes pacíficos, luminosos e serenos, porque a quietude os força a ir para
dentro. E, aí, encontram-se consigo mesmos - e é esse encontro que eles tentam
evitar.
Naturalmente que os ambientes serenos, tranquilos e elevados
espiritualmente estão protegidos da entrada de entidades sofredoras.
Por isso, a importância da irradiação de energias positivas
no lar, a realização de preces, ou a concentração nos mantras benfeitores; a
audição de músicas virtuosas e a emanação de pensamentos sadios e de harmonia
no lar...
A importância de lembrar-se diariamente do próprio Espírito,
da própria Luz; a importância de não se deixar engolfar pelo materialismo
alienante e envolvente, e de não se deixar levar pelas emoções circunstanciais
e por aquilo que a multidão fala ou pensa naquele momento...
A importância de ter um centro próprio de referência e
consciência, um centro de vontade plena, que decida por si mesmo o próprio rumo
da vida; a capacidade de ponderar e se disciplinar naturalmente nas coisas da
Luz.
E, também, a noção correta da participação em reuniões
virtuosas, que formam campos luminosos (egrégoras), que se propagam no
Invisível e chegam aos lugares escuros e, gradativamente, vão expondo aquilo
que está escondido.
Energias que fluem, por Amor... Que seguem por entre os
diversos planos, limpando, lavando, iluminando, elevando, e abrindo portais
espirituais que recolhem os sofredores, aqui mesmo, ou em outros lugares,
sempre sob o comando do Alto, pela ação de seres de Luz que jamais aparecem e
que sempre sustentam o trabalho de assistência espiritual.
E ninguém os vê, porque são consciências elevadíssimas e que
operam em níveis altamente sutis.
Eles é que são os verdadeiros sustentadores de todos os
trabalhos, sempre em nome do Alto, sempre em nome do "Poder Maior Que Gera
a Vida" - o Amor que Gera o Amor, e faz a Vida acontecer...
Há entidades nas ruínas, nas multidões e nos lares, e tudo
isso é sintonia...
Ponderem sobre isso e observem o clima de disputa que há nos
próprios lares, onde, às vezes, estão reencarnados antigos desafetos do
passado, como filhos e parceiros, sob o mesmo teto.
Observem o clima de competição entre casais e ponderem bem: o
que isso atrai? E observem o medo, que, muitas vezes, leva as pessoas a
deixarem de amar, ou de se abrirem para um grande amor, ou mesmo de deixarem
passar a vida...
Tudo isso por medo do Amor, assim como, as entidades
sofredoras têm medo da Luz - e também do Amor -, e, por isso, jamais se
encontram.
E, como vocês mesmos sabem, os iniciados espirituais de todas
as eras sempre trabalharam nas iniciações para se encontrarem com sua própria
essência, por dentro, e, por conseguinte, o TODO, neles mesmos.
Por isso, não fujam do encontro real, aquele consigo
mesmos...
Sigam apaziguando as emoções, por dentro, e abrindo os sentimentos
reais, fazendo, então, com que eles dissolvam as camadas emocionais grosseiras,
que bloqueiam o Amor, para dissolução do medo de amar e do medo da Luz.
E que, na jornada de cada um, a Luz esteja sempre presente,
iluminando as trilhas dos corações.
Num planeta sofrido como este, de provas e expiações, quem já
anda com um pouco de Luz em si mesmo, já consegue iluminar o caminho para os
outros que estão nas ruínas - de fora e de dentro.
Os espíritos viciados em energias sujas, que se drogam em
ambientes noturnos, densos, fazem isso porque a verdadeira droga é o vazio
existencial deles mesmos. Isso os leva a consumir as energias dos viciados
encarnados. E os outros que estão nos lares aproveitando o clima de brigas,
também denotam a falta de espiritualidade que já existe dentro deles mesmos.
Então, o que nós temos? Uma humanidade sofrida - e uma
humanidade extrafísica sofrida, atrelada espiritualmente -, ambas em ruínas,
externas e internas. E a cura é a reconstrução da Luz, no físico e no
extrafísico.
Ou seja, projetar Luz e construir um novo prédio, luminoso,
consciente, sensato, coerente e benfeitor...
E isso está ao alcance de todas as pessoas que se dispõem a
trabalhar, a estudar e a enfrentar a própria inércia, como deve ser; como
iniciados na Luz, como estudantes espirituais corajosos, que enfrentam a si
mesmos e, assim, enfrentam o medo do Amor e iluminam as ruínas de dentro; que
constroem novos prédios e seguem em frente, na direção das cidades luminosas,
que não existem apenas extra fisicamente, mas, também dentro dos corações.
E só o Alto é que sabe o que cada um tem dentro do próprio
coração. Só o Alto é que sabe o valor de cada um, ninguém mais. E é a Luz a
parceira de cada um.
Na noite escura da alma, um facho de Luz representa muito;
nas ruínas, um toque de Amor representa muito e, juntos, vocês potencializam
essa Luz, e os caravaneiros do Alto distribuem-na, somada com a Luz deles
mesmos, que, por sua vez, é somada com aquilo que Deus dá e manda em apoio.
São esses benfeitores espirituais vão recolhendo os espíritos
infelizes da jornada, levando-os para a devida regeneração... E vocês também
têm parte nisso, pois são caravaneiros encarnados, que, mesmo sem saber de
tudo, participam do trabalho do Alto.
E que isso seja assim, sempre...
Luz na senda!
Amor nos caminhos...
Os Iniciados
(Recebido espiritualmente por Wagner Borges - São Paulo, 05
de novembro de 2008.)
* * *
Amigo leitor, atente para o seguinte:
* Cada vez que alguém adoece de tristeza, espíritos
sofredores são atraídos, por sintonia, para sua atmosfera psíquica,
engendrando, então, os climas mentais cinzentos que carregam as mentes para os
abismos sombrios da obsessão.
* O tempo passa e as coisas mudam! É melhor se conscientizar
disso agora, do que sofrer por isso após a morte.
* Não arraste consigo as correntes da tristeza, pois há
muitos espíritos sofredores agarrados a elas.
* Entenda isso literalmente: "Os espíritos soturnos se
alimentam espiritualmente de pessoas soturnas!"
* * *
Sugestões oportunas para quem quer vencer as "energias
cinzentas" com o brilho espiritual:
* Fortaleça sua "casa mental"; exorcize os maus
pensamentos e aumente seu discernimento com a leitura de bons livros.
* Venere as coisas positivas; sua ação presente determina seu
futuro.
* Aprenda o essencial: TUDO É LUZ!
* Não dê desculpas; você tem que brilhar!
* Dissolva a mágoa, pois ela é a mãe da maioria dos bloqueios
energéticos.
* Eleve o pensamento aos seres de luz dos nove mundos
celestiais, e comungue com eles o brilho que advém dos nobres objetivos do TAO.
* Manipule bem as energias benfeitoras.
* Não se apoquente: LUZ, LUZ, LUZ...
* Técnica de meditação bastante eficaz: de olhos fechados,
saboreie lentamente uma xícara de chá de ervas, enquanto escuta uma música
agradável inspiradora, que eleve a alma. Imagine que o chá e a música são
energias enviadas pelo TAO à sua alma.
PAZ E LUZ!
Wagner Borges
(Texto extraído do livro "Viagem Espiritual III" –
Ed. Universalista – 1998).
* * *
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