Como seria se nós pudéssemos saber quais foram nossas reencarnações anteriores? Pelo menos as mais significativas em relação à nossa evolução espiritual.
Neste livro, ao acompanhar a evolução de Eustáquio, é inevitável a reflexão sobre nossa encarnação atual e suas aparentes injustiças.
No livro "Eustáquio: Quinze séculos de uma trajetória" – de Abel Glaser/Espirito Cairbar Schutel, nós acompanhamos o desenvolvimento espiritual de Eustáquio, o general de Clóvis, o rei dos Francos, durante 17 encarnações.
No texto abaixo um resumo destas vidas, servindo como exemplo de que tudo o que vivemos e todo o sofrimento e as dificuldades que enfrentamos tem uma razão de ser.
Editora O Clarim.
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RESUMO DO LIVRO “EUSTÁQUIO - QUINZE SÉCULOS DE UMA
TRAJETÓRIA”
(pelo espírito Cairbar Schutel , através do médium Abel Glaser)
São 17 vidas narradas, do ano de 445 a 1945.
O espírito Eustáquio teve numerosas vidas antes da primeira vida
narrada neste livro.
Os nomes dos países natais estão atualizados.
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NA SENDA DO ERRO:
de 445 a 1080
-1ª EUSTÁQUIO ( FRANÇA) . De 445 a 500.
Pais amorosos e ricos. Dão-lhe boa educação. Desde criança
sente-se satisfeito por prejudicar seu próximo.
Aos 15 anos tem tuberculose, causada por obsessores. É
curado por intermédio de Genebaldo, médium cristão humilde que tem uma casa de
oração, de quem despreza bons conselhos.
Torna-se general. É impiedoso, cruel, arrogante, assassino,
ambicioso, ladrão, adúltero.
Saqueia e incendeia vila de seu próprio reino, determinando
a morte de todos os seus habitantes. Estes outrora foram romanos assassinos de
cristãos nas arenas.
Desencarna e sofre com a ação de seus obsessores. Conhece a
traição conjugal que sua esposa lhe fazia. Torna-se obsessor e, na disputa pelo
comando de outros obsessores, faz um inimigo, o capitão Tergot.
Um momento de reflexão
sobre o objetivo da vida proporciona seu resgate por bons espíritos da cidade
espiritual Alvorada Nova.
Fica 5 anos em sono profundo recordando os últimos 500 anos
de existência e 3 anos recordando os conselhos bons que ouviu nas últimas
existências. Sua mãe na última encarnação o auxilia.
- CARLO (ITÁLIA). De 600 a 635.
Sua mãe é o mesmo espírito que na vida passada foi mãe de
Eustáquio, vindo com a missão de ajudá-lo. Ela não precisava reencarnar mais na
Terra. Carlo é pobre, revoltado com a pobreza, rancoroso, vingativo, ladrão, assassino.
Sua esposa Ana é cruel e rude, obrigando-o a conseguir riqueza a qualquer
custo. É preso e morre de Hanseníase na prisão.
Desencarna e vê seu corpo se decompondo. Sofre pela ação de
obsessores. É resgatado para Alvorada Nova, onde relembra o passado e é
orientado para reencarnação compulsória (obrigatória).
- 3ª PIETRO (ITÁLIA). De 692-750.
É abandonado na infância. Sua mãe adotiva o maltrata,
levando-o a fugir e a viver como mendigo. Tem retardamento mental provindo da
desnutrição. Não consegue viver em trabalho honesto. Vive embriagado, revoltado
com a vida e perseguido por obsessores. Tenta suicídio.
Após a desencarnação é levado para Alvorada Nova, onde
prepara-se para reencarnação compulsória.
- 4ª GISCARD (FRANÇA) . De 770 a INÍCIO DO SÉCULO IX
Nobre, rico. Seduz várias jovens. É perseguido pela família
de uma jovem que ele engravidou. Para fugir, abandona sua esposa e filhos,
passando a viver num mosteiro beneditino com o título comprado de prior
(diretor) dos monges.
Compra o título de bispo. Manda assassinar a esposa que
fugiu e também uma amante que o abandonou. É materialista, ambicioso,
impiedoso, corrupto, usando seus títulos religiosos para conquista de riqueza e
poder.
Tem como inimigo o bispo Marcel. É assassinado por seu filho bastardo
que não perdoou o erro paterno. É levado por espíritos inferiores.
Depois de se libertar
deles, passa 20 anos no Posto de Socorro ligado à Alvorada Nova. Rememoriza
erros e acertos da última vida.
- 5ª TATUÍ-PIABA ( BRASIL). De 900 a ?
Nasce em tribo indígena.
Esta vida objetiva o aprendizado da
simplicidade, o desapego aos bens terrenos e o refúgio à ação dos inimigos do
passado desencarnados.
É pajé, orientando e curando com bondade os índios.
Promove intrigas para exercer maior poder, levando sua tribo
a assassinatos e confrontos violentos.
Perde a pajelança e termina sua vida
corporal abandonado. Ao desencarnar, é resgatado por espíritos de Alvorada
Nova.
- 6ª SAMUEL ( ESLOVÊNIA). De 970 a 1030.
Vida de expiação. Deficiente físico e mental. Triste e
revoltado. Somente se alegra quando se desprende pelo sono e contata espíritos
bons ou maus. É mais feliz quando se encontra com a que foi sua mãe na 1ª e na
2ª vida narrada, então desencarnada , recebendo dela orientações.
São anos de reflexão.
- 7ª PATRICK (FRANÇA) . De 1080 a 1137.
Epiléptico, empregado de um nobre, inconformado com sua
situação, orgulhoso. Encontra-se com inimigos do passado mas não se reconcilia
com eles. Promove intrigas. Assassina uma mulher.
Torna-se alcoólatra, adúltero, maledicente, entregando-se às
farras.
Após a desencarnação, é obsidiado por anos pela mulher que
assassinou, cujo espírito também estava reencarnado na 2ª vida narrada e teve
seu corpo morto por Carlo . Depois de liberto, é levado para Alvorada Nova.
- 8ª CHARLES (FRANÇA) . De 1147 a 1216.
Pais sem amor. Tem educação moral e cultural por professor
dedicado, que é a reencarnação de Genebaldo (1ª vida narrada). Casa-se por
interesse financeiro, sem amor, sendo sua esposa reencarnação de uma filha que abandonou
na 4ª existência narrada. Despreza a esposa e os seus 2 filhos.
Não segue
conselho do professor de infância, e vai à Cruzada (guerra “santa”) em 1189. É
materialista. No caminho, recebe aviso para desistir da ação militar. A
mensagem é dada por um menino, logo morto pelos cruzados, sendo ele a reencarnação
da esposa de
Eustáquio (1ª vida narrada) que resgata o erro de ter traído
o esposo naquela existência.
Saqueia um templo com bandidos locais, sendo um
deles uma mulher que houvera sido Ana ( 2ª existência narrada).
Volta da
cruzada desanimado e com maus pensamentos que atraem seus inimigos
desencarnados. Estes o inspiram a suicidar-se, o que acaba fazendo.
Sofre intensamente por 70 anos no umbral (vale dos
suicidas). É socorrido depois de ter o primeiro pensamento de arrependimento e
oração. Cientifica-se de ter abreviado apenas 8 meses de sua existência.
- 9ª ÁDILA (ISRAEL). De 1291 a 1333.
Nasce pobre e franzina. Filha de um ladrão e mau caráter que
a tenta seduzir constantemente. É raptada por 3 jovens, sendo que 2 deles a
estupram, deixando-a grávida. Tem ódio aos agressores, mas não busca se vingar.
Doa o filho. É rejeitada pela família. O pai a vende como escrava.
Depois de
vários anos, é vendida para um casal que a liberta. Permanece com sua
ex-“dona”, agora patroa, por receber dela amizade e otimismo.
Quando a patroa desencarna,
passa a viver só, fazendo pequenos trabalhos e favores aos vizinhos.
É triste, arrependendo-se de ter doado seu filho que lhe
serviria de companhia. Após a desencarnação é levada para Alvorada Nova.
- 10ª MIRANDELA
(ITÁLIA). De 1339 a 1393.
Filha de casal grosseiro, materialista e miserável. Sua irmã
mais velha a desperta para a religião cristã. Casa-se, e seus três primeiros
filhos são as reencarnações dos que a raptaram na vida anterior. Tem uma filha
que é a reencarnação do filho que abandonou na vida como Ádila.
O marido é adúltero e irresponsável, terminando por abandoná-la.
Ama seus filhos, perdoando assim os seus algozes da vida anterior . É
resignada, buscando apoio no cristianismo. Adota algumas crianças abandonadas,
inclusive uma deficiente física. Após a desencarnação, é levada para Alvorada
Nova.
-11ª JEAN PAUL (FRANÇA). SÉC. XV (vive 45 anos).
Família pobre. O pai abandona a família. Ingressa no
exército para sobrevivência e não para conquistas de poder e fortuna. Convive
com Joana D'Arc e procura seguir seu exemplo de cristã.
Tem como companheiro um inimigo da 4ª encarnação narrada ( o
bispo Marcel), a quem tem antipatia . Mas, por conselhos de Joana, procura não
ter atritos com ele.
Desencarna e é levado para Alvorada Nova.
A CAMINHO DA
REGENERAÇÃO: DE 1502 A 1945.
-12ª MAXIMILIANO (ITÁLIA). De 1502 a 1572.
Nasce em família modesta e simples. Torna-se culto pela
leitura. Faz-se monge beneditino. Abandona o convento por discordar das
torturas ali praticadas aos infiéis. Vai para o Vaticano, encontrando-se com
inimigo de vida passada, o cardeal Ubaldo, que foi o capitão Tergot da 1ª vida
narrada. Este, lhe demonstra ódio.
Desgostoso com a prepotência da estrutura católica, conhece
o protestantismo e se converte a ele. Sofre, por isso, condenação do Vaticano,
fugindo para não ser preso.
É capturado e reafirma sua opção pelo
protestantismo, ficando 7 anos na prisão do Vaticano. É liberto por
protestantes e desencarna na Noite de São Bartolomeu, massacre que os católicos
fizeram aos protestantes em 1572.
É levado para Alvorada Nova.
-13ª LUVI (BENIN-África). Fins do séc. XVI- início do
séc. XVII.
Desde cedo, órfão de mãe. É abandonado pelo pai. Tem bons
sentimentos. Cuida com amor da irmã deficiente física, que é a reencarnação do
seu inimigo da vida anterior, o cardeal Ubaldo, também presente n 1ª vida narrada
(capitão Tergot).
Esta irmã faz tudo para magoá-lo, mas ele continua amando-a e cuidando dela com carinho.
É feito escravo por inimigo da 4ª encarnação narrada. Vem
para o Brasil juntamente com outro escravo, que é o inimigo do passado bispo
Marcel (da 4ª e da 11ª vidas narradas). Por compartilharem muitos anos na mesma
vida de sofrimentos da escravidão, tornam-se amigos.
Seu “dono” era um sacerdote português que o humilha e o
tortura sempre, tendo sido uma mulher assassinada por Carlo e, em outra vida,
por Patrick ( 2ª e 7ª encarnações narradas).
O sacerdote guarda ódio de causa inconsciente por não
perdoar essas agressões recebidas nas vidas passadas.
Após a desencarnação, fica 2 anos de sono profundo se
recuperando da difícil vida recém findada.
-14ª FREDIANO (FRANÇA). De 1621 a 1648.
A mãe desencarna prematuramente. É abandonado pelo pai e
adotado por um casal amoroso. Quando adulto, perdoa o pai biológico e se torna
amiguíssimo dele.
Seu pai é a reencarnação do filho bastardo de Giscard,
parricida na 4ª encarnação narrada (assim se dá a reconciliação de dois
inimigos após mais de 800 anos).
Torna-se protestante e participa da Guerra dos Trinta Anos
contra os católicos. É preso por eles, desencarnando na prisão pela fome e pela
fraqueza do corpo físico, causadas pela perversidade de seus opressores.
-15ª LIZANDRO (FRANÇA). De 1737 a 1794.
Nasce rico. Defende as idéias iluministas que combatem a
pena de morte, que pregam que Deus é acessível sem a Igreja, e que as leis
devem ser justas.
Crê em Deus e na vida após a morte. Um irmão é amigo de
vidas passadas. Um inimigo do passado agora faz-se passar por amigo. Não sofre
muita perseguição espiritual, pois seus mais cruéis obsessores estão
reencarnados. Não se casa, preocupado em ajudar seu país em difícil situação
política.
Assessora um dos deputados que colabora na Constituição da
Revolução Francesa. Desencanta-se com a política.
Refugia-se em mosteiro beneditino desvinculado do Vaticano,
que pratica o amor e a caridade. Doa seus bens materiais. Ao desencarnar, é
conduzido à Alvorada Nova.
- l6ª EDUARDO (FRANÇA) Fim do séc. XVIII-1852
Escritor e jornalista, publica artigos e livros sobre
política e filosofia. Doa sua herança para se dedicar aos ideais da democracia,
das liberdades individuais e das igualdades sociais.
Teve vários relacionamentos extraconjugais, desgostando
profundamente sua esposa, que, por isso, desencarna prematuramente. Com
remorsos, redobra atenção às duas filhas.
Promove comícios e passeatas protestando contra um golpe de
estado, sendo assassinado durante uma dessas passeatas. É levado para Alvorada
Nova.
- 17ª JOSÉ (BRASIL). De 1890 a 1945.
Recebe dos pais orientação espírita. Desde jovem, já pensa
em fazer caridade. Vai para França, ainda moço, para estudar medicina.
Dedica-se a auxiliar os enfermos pobres enquanto estuda.
Encanta a todos colegas pela inteligência e bondade. Sua
vida é dedicada a atender pela Cruz Vermelha enfermos das 2 grandes guerras mundiais,
da Revolução Russa de 1917 e aos pobres. É poliglota, interessa-se pela arte e
literatura.
Permanece solteiro para se dedicar mais a seu próximo. Faz
reuniões espíritas nas tendas militares recebendo orientações de seus
protetores de Alvorada Nova. Doa a herança que recebe. Expõe sua vida nos
combates para salvar os feridos.
Pergunta-se por que existe tanto ódio e ferocidade no mundo.
Reencontra-se com inimigos do passado, ora como doentes, ora como companheiros
de trabalho, resgatando suas dívidas passadas por seu proceder cristão.
*
Tipos de
reencarnações de acordo com o grau de evolução do espírito endividado:
1ª- Reencarnação
alternativa: é um apoio ao espírito endividado para se desligar de
laços do passado. Realizada em local diverso das passadas existências. Nela, o
reencarnante não convive com conhecidos de outras vidas. Tem mais expiações do
que provas. Exemplos: 5ª e 9ª vidas narradas.
2ª- Reencarnação
preparatória: tem um pouco mais de expiações do que de provas. Prepara
o espírito para as reencarnações-chaves. Os exemplos são a 6ª, a 10ª e a 14ª
vidas narradas. O fracasso nessa reencarnação o sujeita a outra reencarnação
semelhante, ou até à reencarnação alternativa.
3ª- Reencarnação-chave:
destina-se aos maiores e mais importantes resgates que se tenha a enfrentar.
Tem mais provas que expiações. É realizada nos locais onde o espírito cometeu
os erros a resgatar, na convivência de pessoas a quem prejudicou. Exemplos: a
8ª , a 15ª, a 16ª e a 17ª vidas narradas.
*
ALGUMAS CONCLUSÕES
( de acordo com O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, 2ª parte):
- o espírito Eustáquio, biografado em 17 vidas, ainda terá
muitíssimas outras vidas para prosseguir sua evolução até atingir a perfeição,
mas em vidas cada vez mais cheias de felicidade e paz, não necessariamente
neste mundo;
- todos passamos por numerosas encarnações para a nossa
evolução moral e intelectual. A inteligência se desenvolve sempre, mas a moral
pode ficar estacionada em uma ou mais vidas;
- podemos encarnar em corpo masculino ou feminino, em raça ,
país e condição social diversos;
- teremos que resgatar todos os débitos do passado,
reconciliando com os inimigos; as leis divinas coloca-nos em relação com eles
em ocasiões aparentemente casuais mesmo após séculos do início da inimizade.
- o caminho para a evolução espiritual é o que Jesus e
outros grandes missionários ensinaram: desapego aos bens terrenos, amor a Deus
e amor ao próximo levando à prática da caridade moral e material com
devotamento e abnegação;
- Deus orienta o homem para o bom caminho através de
ensinamentos de sábios e bons missionários encarnados em várias regiões e em
épocas diversas (Jesus, Buda, Confúcio, etc), através de amorosos conselhos
dados por nosso próximo e através das inspirações dos espíritos protetores.
Quando o homem não atende a esses convites ao bem, grandes sofrimentos o levam
a ser mais humilde, piedoso, crente em Deus e consciente da responsabilidade que
tem em cada ação praticada.
AUGUSTO DE OLIVEIRA
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