O sábio indiano
passava com um discípulo, às margens do Ganges.
Em dado momento, viu um
escorpião que se afogava.
Pressuroso, estendeu a
mão e o retirou das águas.
Previsivelmente, o
escorpião deu-lhe uma ferroada.
Não obstante a dor, o
sábio, cuidadoso e paciente, o depositou em terra firme.
Teimoso, o bicho voltou
ao rio.
O discípulo, admirado,
viu seu mestre salvá-lo novamente, submetendo-se a nova agressão.
O escorpião, que
parecia orientado por vocação suicida, retornou às águas.
Repetiu-se a cena.
A mão do sábio
intumescia, lancinante dor.
– Mestre –
balbuciou, confuso, o discípulo, – não estou entendendo. Esse
escorpião o atacou três vezes e o senhor continua empenhado em
socorrê-lo?!
Ele sorriu.
– Meu filho, é da
natureza dele picar; a minha é salvar!
* * *
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