08 setembro 2013

Apenas nas crises atingimos as nossas profundezas


Tudo o que o nosso corpo faz, exceto o exercício dos sentidos, escapa à nossa percepção.
Não damos conta das funções mais vitais (circulação, digestão, etc.)
O mesmo se passa com o espírito: ignoramos todos os seus movimentos e transformações, as suas crises, etc., que não sejam a superficial ideação esquematizante.
Só uma doença nos revela as profundezas funcionais do nosso corpo. 
Do mesmo modo, pressentimos as do espírito apenas quando estamos em crise.


(Cesare Pavese, in “O Ofício de Viver”)


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