A morte chegou
devagar.
Passei horas, talvez dias aguardando o que seria certo e deixaria meu
corpo sepultado para sempre no fundo do oceano gelado.
Nem uma chance de
rever os filhos e a esposa.
Quantas chances
desperdicei de dizer a eles um simples mas verdadeiro "eu te amo"?
Tive todo o tempo do mundo para relembrar todas estas e outras oportunidades
perdidas. Perdidas por puro orgulho e desatenção.
Ali, no negro silêncio
que me envolvia, vi e revi toda a minha vida e muitas vezes me questionei o
porque de tamanho castigo.
Como suportar a idéia
de não ver meus filhos crescerem, de não estar ao lado deles na longa jornada.
Minha esposa recomeçaria a vida? Eu estava vivo ainda, mas ao mesmo tempo minha
vida já havia acabado.
Tormento após
tormento, minhas forças foram se esvaziando, os rostos em minhas lembranças
foram se distorcendo.
As imagens em minha
mente começaram a me pregar peças, até que, de muito longe, ouvi minha mãe me
chamar, como era seu costume à hora do almoço ou do jantar.
A princípio relutei,
pois aquilo me remetia a minha mais tenra infância.
Entreabri os olhos e ,
ao invés de escuridão, via a casa de minha mãe exatamente como era a 30 ou 40
anos atrás.
Uma força divina me
fez levantar e correr até lá, e lá fiquei abraçado a minha mãe.
Graças a Deus hoje, ao
lado de minha velha mãe, vou trabalhando e me recuperando.
Graças ao Bom Deus
pude compreender o que aconteceu comigo.
Um abraço forte a
todos.
Estou sempre ao lado
daqueles que amo inspirando-lhes amor e força para continuar e seguindo passo a
passo o crescimento dos meus filhos.
Dieter
(Psicografado por: Cleber P. Campos)
* * *
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