– Parem o Mundo
que quero descer! – dizia um amigo, horrorizado com o panorama
desolador da atualidade em que, aparentemente, gênios das trevas
abriram uma caixa de iniquidades para torturar a nós outros, pobres
mortais.
Filhos que matam pais;
pais que agridem filhos; homens que se vestem de bombas para dizimar
inocentes; traficantes que viciam incautos para ampliar a freguesia;
políticos que atuam como aves de rapina sobre o erário;
sequestradores que apavoram famílias para extorquir-lhes dinheiro;
assaltantes que não vacilam em matar; promiscuidade sexual,
promovendo a dissolução dos costumes e a disseminação de
enfermidades; adultério banalizado, sugerindo normalidade; práticas
abortivas amparadas por leis equivocadas.
Alguém dirá que
ocorrências dessa natureza sempre existiram e que, com a população
da Terra chegando aos sete bilhões de habitantes, tendem a ser muito
mais numerosas. Nunca, porém, nessa proporção. É como se as
pessoas estivessem disputando um campeonato de maldades.
Poderíamos justificar
essa situação, atribuindo-a à reencarnação compulsória de
Espíritos de evolução primária, vida instintiva, sem o senso
moral a que se referia Kardec.
Não é bem isso, ou
não é apenas isso, já que esses Espíritos não vieram para gerar
confusão no Mundo. Estão aqui em empenho de aprendizado, que lhes
permita superar suas limitações, como todos nós.
Considere-se, ainda, a
reencarnação de Espíritos de razoável desenvolvimento
intelectual, cujas maldades não podem ser atribuídas à
incapacidade de distinguir o bem do mal.
Há algo mais, leitor
amigo, que podemos constatar reportando-nos à preleção de
Telésforo, no livro Os Mensageiros, de André Luiz, psicografia de
Francisco Cândido Xavier. Por economia de espaço, limito-me a
transcrever apenas algumas de suas reveladoras observações:
… A mente humana
abre-se, cada vez mais, para o contato com as expressões invisíveis,
dentro das quais funciona e se movimenta. Isto é uma fatalidade
evolutiva.
…A humanidade
terrena aproxima-se, dia a dia, da esfera de vibrações dos
invisíveis de condição inferior, que a rodeia em todos os
sentidos. Mas, segundo reconhecemos, esmagadora percentagem de
habitantes da Terra não se preparou para os atuais acontecimentos
evolutivos.
…vemos agora a
criatura terrestre assoberbada de problemas graves, não só pelas
deficiências de si própria, senão também pela espontânea
aproximação psíquica com a esfera vibratória de milhões de
desencarnados, que se agarram à Crosta planetária, sequiosos de
renovar a existência que menosprezaram, sem maior consideração aos
desígnios do Eterno.
Estamos cada vez mais
ligados ao mundo espiritual e sensíveis à sua influência.
O problema é que não
estamos preparados para lidar com esse desafio. Ainda estamos mais
perto da animalidade do que da angelitude. Por isso sintonizarmos
mais facilmente com as forças das sombras, assimilando sua
influência.
Dá para entender por
que há tanta confusão no Mundo hoje.
Mais do que nunca,
impõe-se a recomendação de Jesus: orai e vigiai.
Vigiar nossos
pensamentos, nossos impulsos e orar muito, com o fervor do cristão
autêntico, que busca o equilíbrio necessário para enfrentar os
desafios da atualidade, sem nos deixarmos envolver pelas pressões da
espiritualidade inferior.
Em meio às ardências
do deserto, o viajor busca o conforto do oásis, onde pode saciar a
sede e descansar.
Em meio às
perturbações da sociedade atual, há oásis abençoados de
espiritualidade, que podemos buscar na atividade religiosa, no lar
orientado pelo Evangelho e, em última instância, na intimidade de
nossas almas, superando os enganos do mundo.
Se o reino de Deus que
Jesus veio trazer está longe de ser instalado no Mundo, podemos
instalá-lo em nosso próprio coração, com os valores de uma
dedicação total ao Bem, eximindo-nos, por mera questão de sintonia
vibratória, das influências nocivas que nos cercam, habilitando-nos
ao equilíbrio e à paz, mesmo em meio às turbulências do mundo
atual.
(Richard Simonetti)
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário