O homem é
produto das estrelas e para as estrelas retornará um dia, quando
puder alçar voo rumo ao país da eternidade.
Lá é onde moram os
sonhos, onde vivem os Imortais, onde as luzes se fazem gente e onde
os seres são feitos de pura luz.
É onde fica a cidade
habitada pelas consciências que despertaram para a vida além dos
limites demarcados por fronteiras, estandartes ou bandeiras; onde
cessam os partidarismos políticos, ideológicos ou religiosos.
Esse é o mundo onde
não há medo, nem culpa, nem cobrança. Essa é a Amanda de todos os
povos, de todas as gentes, a cidade dos espíritos.
O país das estrelas
pode ser cantado em prosa, em verso, ao som de atabaques ou entre
melodias refinadas de instrumentos mil.
A cidade dos espíritos
ou, simplesmente, Aruanda é o céu, o orum, o paraíso, para muitos.
Pode ser também o
fulgor das estrelas, o cantar dos pássaros ou, então, a habitação
de pais-velhos, a terra de caboclos, de brancos e negros, asiáticos,
índios, de peles vermelhas, pretas ou amarelas; afinal, essa
metrópole é a pátria daqueles que não se sujeitam mais aos
acanhados comportamentos exclusivistas e
sectários das sociedades humanas.
Ali, entre as estrelas,
é onde o espírito se retempera, onde é capaz de haurir forças
para as tarefas de redenção, auxílio ou intervenção no mundo dos
homens.
Cidade dos agentes da
justiça divina — essa é a realidade da Aruanda. Onde a justiça e
a equidade se aliam para estabelecer o Reino nos corações humanos e
na Terra, em todas as dimensões.
Dela partem guardiões,
caravanas que interferem no mundo em nome da divina justiça.
É onde me encontrei,
aonde fui conduzido pela espada flamejante de um guerreiro que
descortinou, ante minha visão estreita, as luzes e os caminhos de
Aruanda, também conhecida por alguns como Ilha Sagrada, por outros,
como Shamballa; para mim, somente Aruanda, a cidade dos Imortais.
Um estilo de vida, um
conceito de paz, uma filosofia, uma política divina — tudo isso
faz da cidade dos espíritos um lugar mítico, uma escola onde se
preparam espíritos, forjam-se heróis anônimos, que lutam pelo
progresso da humanidade.
Onde residem encantos e
encantados, onde lendas encontram sua explicação e onde o tipo
encontra o antítipo.
Da Amanda, onde me
encontrei depois de abertos os portais da morte e onde até hoje me
inspiro e respiro, quando posso, a fim de retornar à Terra dos meus
encantos e dos meus antigos amores, é de onde trago, na bagagem da
alma, a poesia da imensidade.
(in “Cidade dos
Espíritos”, de Robson Pinheiro, pelo Esp. Ângelo Inácio)
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