19 outubro 2014

Sobre o destino da Alma Humana...


O homem é produto das estrelas e para as estrelas retornará um dia, quando puder alçar voo rumo ao país da eternidade.

Lá é onde moram os sonhos, onde vivem os Imortais, onde as luzes se fazem gente e onde os seres são feitos de pura luz.

É onde fica a cidade habitada pelas consciências que despertaram para a vida além dos limites demarcados por fronteiras, estandartes ou bandeiras; onde cessam os partidarismos políticos, ideológicos ou religiosos.

Esse é o mundo onde não há medo, nem culpa, nem cobrança. Essa é a Amanda de todos os povos, de todas as gentes, a cidade dos espíritos.

O país das estrelas pode ser cantado em prosa, em verso, ao som de atabaques ou entre melodias refinadas de instrumentos mil.

A cidade dos espíritos ou, simplesmente, Aruanda é o céu, o orum, o paraíso, para muitos.

Pode ser também o fulgor das estrelas, o cantar dos pássaros ou, então, a habitação de pais-velhos, a terra de caboclos, de brancos e negros, asiáticos, índios, de peles vermelhas, pretas ou amarelas; afinal, essa metrópole é a pátria daqueles que não se sujeitam mais aos acanhados comportamentos exclusivistas e sectários das sociedades humanas.

Ali, entre as estrelas, é onde o espírito se retempera, onde é capaz de haurir forças para as tarefas de redenção, auxílio ou intervenção no mundo dos homens.

Cidade dos agentes da justiça divina — essa é a realidade da Aruanda. Onde a justiça e a equidade se aliam para estabelecer o Reino nos corações humanos e na Terra, em todas as dimensões.

Dela partem guardiões, caravanas que interferem no mundo em nome da divina justiça.

É onde me encontrei, aonde fui conduzido pela espada flamejante de um guerreiro que descortinou, ante minha visão estreita, as luzes e os caminhos de Aruanda, também conhecida por alguns como Ilha Sagrada, por outros, como Shamballa; para mim, somente Aruanda, a cidade dos Imortais.

Um estilo de vida, um conceito de paz, uma filosofia, uma política divina — tudo isso faz da cidade dos espíritos um lugar mítico, uma escola onde se preparam espíritos, forjam-se heróis anônimos, que lutam pelo progresso da humanidade.

Onde residem encantos e encantados, onde lendas encontram sua explicação e onde o tipo encontra o antítipo.

Da Amanda, onde me encontrei depois de abertos os portais da morte e onde até hoje me inspiro e respiro, quando posso, a fim de retornar à Terra dos meus encantos e dos meus antigos amores, é de onde trago, na bagagem da alma, a poesia da imensidade.



(in “Cidade dos Espíritos”, de Robson Pinheiro, pelo Esp. Ângelo Inácio)


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