Duas mãos, unidas sob
divino álamo
Teceram um pacto:
Honrariam o ouro de
seus corações em cada ato,
Decantando lírico
balsamo,
Tesouro de sutis
emoções.
Apartaram-se as duas
palmas.
Mas para sempre uma
promessa
Escrita em suas almas,
Fosse o quão fosse a
sorte adversa.
Despediram-se os dois
destinos.
Entre eles abismos,
lonjura amarga.
As distâncias, feras
perversas.
Não mais gêmeos
traços íntimos,
Desenhando a mesma
saga.
Entre suas façanhas,
pontes falsas...
Fugiu da lembrança o
velho pacto.
Tanto solo percorrido,
Tão aparte os dois
idílios;
Cada coração, agora,
um desconhecido.
Duas estradas e nenhum
atalho.
Mas todo laço sob
estrelas tecido,
Pela lira de sutil
canção,
Não se dissolve.
Se é frágil a mera
lembrança
Em fuga ao passar de
hora,
Que no tempo voa e
revolve.
É eterna a Memória
Não é fruto do tempo
e tampouco o teme,
É Mestra da Vida.
Perene, constante
aurora.
E em seu nobre enredo
uma herança:
O reencontro em hora
mágica.
Quando, em qualquer
caminho,
Sagas apartes se vêem
sob a mesma lógica
E apartes sonhos se
vêem sobre o mesmo ninho.
Agora, longe, em noite
profunda,
As duas mãos se
procuram.
No peito um fulgor,
Pois a lembrança se
inunda
Com o que se figuram
Alquimias de um velho
atanor.
As duas mãos, de
linhas tão simples
Em ocaso, sob estrelas
mil;
Tateando estradas tão
ímpares,
Forjam um abraço
Nas fibras do manto
anil.
Agora, com a lonjura
desfeita
Nas palmas calejadas, a
vitória e louros.
O velho pacto sorriu.
Ainda guardavam suas
almas os intactos tesouros.
Pois não há distância
aceita
Por um juramento que
jamais se partiu.
(Mariana Lopes - Nova Acrópole Goiânia
- Setor Universitário)
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário