Declaro-me vivo.
Saboreio cada momento.
Antigamente preocupava-
me quando os outros falavam mal de mim. Então fazia o que os outros
queriam. E a minha consciência me censurava.
Entretanto apesar do
meu esforço para ser educado, alguém sempre me difamava.
Como agradeço a essas
pessoas que me ensinaram que a vida é apenas um cenário.
Desse momento em diante
atrevo-me a ser como eu sou.
A árvore anciã
ensinou- me que somos todos iguais.
Sou guerreiro: minha
espada é o amor, o meu escudo é o humor.
O meu espaço é a
coerência. O meu texto é a liberdade.
É possível que
tenhamos de ser apenas humanos.
Sem amor nada tem
sentindo. Sem amor estamos perdidos, sem amor corremos o risco de
correr de costas para a luz.
Por essa razão é
muito importante que apenas o amor inspire nossas ações.
Anseio que descubras a
mensagem por detrás das palavras: não sou um sábio, sou apenas um
ser apaixonado pela vida.
A melhor forma de
despertar é deixar de questionar se nossas ações incomodam aqueles
que dormem ao nosso lado.
A chegada não importa.
O caminho e a meta são a mesma coisa.
Não precisamos correr
para algum lugar. Apenas dar cada passo com plena consciência.
Quando somos maiores
que aquilo que fazemos nada pode nos desequilibrar.
Porém quando
permitimos que as coisas sejam maiores que nós, o nosso
desequilíbrio está garantido.
É possível que
sejamos apenas água fluindo: o caminho terá que ser feito por nós.
Porém não permita que
o leito escravize o rio ou então ao invés de um caminho terá um
cárcere. Amo minha loucura que me vacina contra a estupidez.
Amo meu amor que me
imuniza contra a infelicidade que prolifera, infectando almas e
atrofiando corações.
As pessoas estão tão
acostumadas com a infelicidade, que a sensação de felicidade lhes
parece estranha.
As pessoas estão tão
reprimidas, que a ternura espontânea as incomoda e o amor lhe
inspira desconfiança. Peço-lhes perdão: mas declaro-me vivo!!
Texto de Luis (Chamalu) Espinosa, índio Quechua.
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