Um texto antigo encontrado no papiro de Ani, o
chefe dos escribas do faraó Seti I, diz o seguinte:
“...Leia, tu que
descobrirás nas eras futuras, se Deus lhe der o poder de ler.
Leia,
criança do futuro, e aprenda os segredos do que é superior a tudo
mais e que está tão longe de ti, ainda que na realidade esteja tão
próximo.
Os homens não vivem apenas uma vez e depois desaparecem
para sempre...
Vivem inúmeras vidas em diferentes lugares, mas nem
sempre neste mesmo mundo e, em meio a cada vida, há um véu de
sombras.
As portas finalmente se abrirão e veremos todos os lugares
que nossos pés percorreram desde o princípio dos tempos.
Nossa
religião nos ensina que vivemos para a eternidade.
No entanto, como
a eternidade não tem fim, não pode ter um começo; é um circulo.
Consequentemente, se a unidade é verdadeira, isto é, vivemos
eternamente, o contrário também deve ser verdadeiro, ou seja,
sempre existimos.
Aos olhos dos homens, Deus tem muitas faces e cada
um jura que viu a verdade e o Deus único.
Mesmo que não seja assim,
todas essas faces são apenas faces de Deus. Nosso Ka, que é nosso
duplo, nos revela tais faces de diferentes modos.
Das profundezas
ilimitadas da fonte de sabedoria, que está oculta na essência de
cada Homem, percebemos grãos da verdade, que conferem o poder para
realizar coisas maravilhosas àqueles dentre nós que têm o
conhecimento.”
* * *
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