Alguns momentos de nossas vidas, indiscutivelmente, vamos
presenciar partidas inesperadas, realizar algumas despedidas não autorizadas,
sofrer perdas não consentidas e ainda ter que extirpar dores incompreendidas.
O choro vai parecer sem fim e a dor vai persistir e fazer
morada longa em nossas lembranças.
Neste dia não haverá o que remediar, vai ser impossível
retroceder, quiçá uma negociação haverá de existir; e a negativa por respostas
vai ser a realidade mais dura a se apresentar, por dúvidas que sequer saberemos
formular o questionamento.
Apenas um desejo ardente será latente, que venha ser tão
somente um pesadelo, e dali vir a despertar abrupta, mas aliviadamente.
Mas a hora final não tardará e o nosso mais sincero ato vai
ser o de colocar as mãos piedosas sobre o ente querido e erguê-lo junto ao
peito, no abraço mais amoroso que nossa alma puder dar. E dali conduzir aquele
corpo inerte ao sono mais profundo e ao descanso do silêncio eterno...
A maioria tem crença e acredita que este é o derradeiro fechamento
das cortinas da vida, e vai guardar pra si uma inquietude infinita, aliada não
menos das dores das perdas sofridas; lançando pesadas correntes àqueles que
tanto ama.
Poucos percebem com lucidez, a partir daí e do outro lado da
vida, o espírito daquele que animou o tão estimado ente que partiu, a ser prontamente
socorrido por almas benfeitoras, amparando-o amorosamente.
Um sono pesado entorpecerá aquela alma que recém
desencarnara. As faces perispirituais vão poder espraiar uma expressão venturosa
de paz e serenidade a todo aquele que no seu âmago já vertia tais virtudes.
Se for merecedor, além da acolhida dos espíritos auxiliares,
entidades veneráveis, aquelas com cabelos níveos e faces ternas nimbadas de
luz, vão se fazer presentes e se curvarem junto ao corpo perispiritual que ali
se apresenta.
Numa visão clarividente, e poucos talvez entenderão, diante
de tão nobre assistência, aquela moribunda alma nos fará um aceno de despedida
e alçará seu vôo angélico; sendo conduzida por aquelas mãos fulgentes em
direção a alguma morada feliz, transportada como uma verdadeira carga preciosa!
Algum tempo decorrerá, e esse espírito irá despertar
bastante surpreendido, diante de um ambiente sereno e reconfortante; todo
iluminado por suave luz cor de topázio com reflexos róseos. Sentir-se-á
eufórico e recuperado em suas forças vitais.
E assim reiniciará sua vida no astral, recuperará sua
memória integral, reconhecerá antigos amigos e parentes consanguíneos terrenos
e pouco a pouco se reintegrará a verdadeira vida.
Contudo, vai haver momentos que regressará à Terra para
partilhar das boas e mágicas lembranças, com os quais aqui ainda estejam a
trilhar os caminhos mais densos.
As doces memórias o trarão como num instantâneo, pois o
pensamento é um poderoso catalisador das aproximações duradouras.
Vai bastar darmos um gostoso sorriso como aqueles dados em
dias gloriosos, na sólida e estreita parceria firmada, para que ali bem ao
nosso lado, invisível aos olhos, mas muito presente aos arrepios
incompreendidos, esteja aquele querido e amado ser que tanto nos alegra.
Que saibamos cultivar a vida que liberta e não o desejo da
posse que constrange e acorrenta.
Liberte e liberte-se, este o melhor conforto às almas que se
amam, independente de planos onde residam!!!
∆ J Chagas
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