11 maio 2019

As mães nunca morrem




(...) Com o decorrer dos anos, a convivência mais harmoniosa com o luto e a domesticação da saudade, não ha um único dia sem bater ponto nos meus sentimentos, e passei a entender que as mães não morrem nunca. 

As mães jamais morrem. Pelo menos a minha mãe amada mãe. 

Ela é uma presença constante em todos os dias e noites da minha vida. 

Não há um segundo sequer em que eu não lembre de alguma frase dela...

Não há uma situação em que eu não imagine o que ela estaria fazendo se estivesse ali ao meu lado. 

Não há um dia do meu aniversário em que eu não acorde às 8h da manhã (isto é uma exceção já que sou dorminhoca) para esperar o telefonema de parabéns da minha mãe.

Ao fazer invenções de pratos na cozinha, é na minha mãe que penso e imagino a expressão de felicidade dela ao ver a filha mais avessa às panelas excursionando nos dotes culinários. 

Sempre que marco um café com alguma amiga no shopping que ela gostava de frequentar, costumo chegar uns minutinhos antes do agendando para ficar um pouco ali sozinha, e tenho a nítida impressão de que minha mãe dá uma espiada se estou abusando do açúcar para adoçar o líquido, como ela fazia. (...) 

Se tenho   qualquer indisposição de saúde, imediatamente penso no que a minha mãe receitaria para reduzir ou eliminar o problema. 

Quem sabe um chá, uma canja ou um banho quente e cama? 

Se brigo com alguém por motivos banais e que não deveriam motivar uma discussão, na mesma hora imagino a cara da minha mãe dizendo: 'filha, deixa de ser tão esquentada, tão explosiva e releva um pouco'. Às vezes, até sigo os seus conselhos e reverto a situação. (...)

E nos últimos anos, ao perceber que minha mãe está presente constantemente na minha rotina, que suas frases, conselhos, orientações, ensinamentos, educação e amor estão sempre no meu dia a dia e que seu coração continua pulsando e segue batendo na vida de cada filho e filha, encantei-me mais com um pensamento que encontrei nas redes sociais e cuja autoria é atribuída a Marcos Luedy. 

Ele diz: 'As mães nunca morrem, elas entardecem, tingem de nuvens os cabelos e viram pôr do sol'.

(Márcia Martin)



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