Saúde pressupõe educação, alimentação, transporte, moradia, trabalho, lazer, meio ambiente saneado, além de equilibrio emocional e espiritual, constituindo aquilo que se denomina “qualidade de vida”.
O médico-médium precisa ter a coragem de se enfrentar, de se autoconhecer, de fazer a síntese entre o conhecimento adquirido na universidade e o conhecimento adquirido no centro espírita.
Deve orientar as pessoas sobre a importância de cuidar do corpo e do espírito.
Ser médium é participar de um processo que reflexão permanente para entender e assimilar os princípios do Espiritismo e se comprometer em viver um contexto kardecista, assumindo uma postura de absoluta identidade com a Doutrina dos Espíritos.
O médico-médium precisa ter consciência do caráter essencialmente provisório de sua ciência, pois a compreensão não é obra da cultura nem do raciocínio, mas de um amadurecimento alcançado pela evolução espiritual.
Deve entender que os espíritos se manifestam para se alcançar um mundo melhor, mais saudável, e não para fazer “curas milagrosas” e nem para satisfazer as necessidades e curiosidades dos encarnados.
No exercício do mediunato espírita o médico-médium não pode aumentar a dor no mundo, seja por não dominar seu pensamento, sua palavra, seus atos, sua prática, seja por não entender a interligação entre ciência médica, filosofia e religião.
Hoje em dia cuida-se muito das afecções chamadas “doenças do homem moderno”, tais como a pressão alta, arterioesclerose, osteoporose, infarto do miocárdio, derrame cerebral, Parkinson, Alzheimer, depressão, através de exames sofisticados e tratamentos especializados.
Mas o número destes doentes aumenta continuamente. São respostas contra as agressões sofridas: alimentação com aditivos químicos, corantes, conservantes, hormônios; uso de álcool e drogas; sedentarismo; tabagismo ativo e passivo; poluição ambiental e mental.
Prevenir doenças sempre foi melhor do que tratá-las; não se pode mais imaginar que o corpo humano seja uma máquina que, quando avariada, o médico pode consertá-la independentemente do estilo de vida do doente.
A cura de uma doença nem sempre é possível, pois além de envolver uma complexa interação entre os aspectos físicos, mentais, sociais e ambientais da natureza humana, envolve a natureza espiritual (aura, perispírito, processo reencarnatório).
O exercício do mediunato não tem preço, mas tem valor: o valor do conhecimento, o valor da fé racional, o valor da caridade, o valor de se doar, o valor de ajudar na promoção humana, enfim, o valor moral e espiritual de cada médium.
Este exercício proporciona ao médico-médium, agente de saúde e capacitador por excelência, a oportunidade de se renovar para permitir sínteses mediúnicas que respondam às expectativas da população não sadia.
O mediunato exige do médium muita dedicação, muita pesquisa e estudo, leitura das obras espíritas e técnicas, com suas devidas contextualizações, momentos de reflexão e diálogo consigo mesmo, para que comece a ver um novo mundo, dentro de um paradigma no qual ciência, filosofia e religião possam estar unificadas pelo pensamento crítico.
O exercício do mediunato espírita não é uma questão de obediência, mas de consciência, pois ser médium é mudar comportamento.
(Ruddy Facci - médico especialista em Cirurgia Geral e Medicina do Trabalho e coordenador de grupos de estudos espíritas)
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