Este é, antes de qualquer coisa, o assunto que mais custa e mais dói.
Batalhamos e lutamos por uma imensidão de coisas todos os dias, e muitas são as vezes em que ganhamos e perdemos.
Somos educados para saber lutar, e tal como qualquer ser humano, as adversidades da vida, endurecem-nos, mesmo que muitas vezes nem demos conta.
Um sábio dizia que o que não nos mata, endurece-nos e muitas vezes essa é a realidade.
Aprendemos a lamber as nossas próprias feridas e tornarmos a lutar.
A vida coloca-nos obstáculos que conseguimos sempre ultrapassar, mas existe uma dor que é contra-natural; a maior dor que se possa imaginar.
Perder um filho.
Estamos habituados a ter a certeza que morreremos primeiro que os nossos filhos, mas se nos passa pela idéia o contrário, aperta-nos a garganta e imediatamente mudamos o pensamento para qualquer outro assunto. Dói só de pensar, certo?
Mas infelizmente acontece.
Perder um filho causa uma dor aguda, infinita e abre-se um buraco sem fundo no meio do peito. Um buraco que nunca, nunca mais vai voltar a fechar e disso, julgo que ninguém terá a mínima duvida. Custa-se a respirar; e comer é coisa quase impossível.
A dor de perder um filho é em muitos casos impossível de se ultrapassar, e deste peso, ninguém que tenha perdido um se livra. No entanto, existem algumas medidas que devem ser tomadas para que se consiga sobreviver a isto e trazer uma certa paz interior.
Naturalmente que isto dito desta maneira pode parecer frio, mas ninguém está a pedir a uma mãe que esqueça, estamos só a pedir que reaja.
Existem outras pessoas na vida destes pais, para além do filho que lhes morreu, pelo que é importante sair da inércia.
Falar com outros pais que tenham passado pelo mesmo é essencial. Existem associações [...] de pais que perderam os seus filhos que se entre-ajudam; pelo que conversas assim, nunca vão ser demais.
Arranje uma atividade que goste. Ninguém lhe está a pedir que sorria compulsivamente e que desperte para a folia, mas faça o seu luto de forma diferente.
Associe-se ou faça voluntariado. Ajude os outros da melhor forma, ocupando também o seu tempo.
Altere algumas coisas em casa, inclusive a disposição da mesa á hora do jantar. Na vez de se sentar à cabeceira, troquem de lugares, para não dar lugar a um vazio.
Por último (entre tantas outras coisas), consulte um psicólogo se achar necessário.
Esta dor é quase impossível de ultrapassar e vai sempre sentir um vazio dentro de si.
No entanto, saiba que o vazio pode ficar menor, sem nunca se esquecer que ele lá está.
Olhe para o céu e lembre-se que o seu filho gostaria que fosse feliz.
(Carla Horta)
Fonte: http://www.ruadireita.com/outros/info/a-dor-de-perder-um-filho-e-possivel-ultrapassar/#ixzz1UOoyVtnV
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