Que sempre existam
almas para as quais o amor seja também o contacto de duas poesias, a
convergência de dois devaneios.
O amor, enquanto amor,
nunca termina de se exprimir e exprime-se tanto melhor quanto mais
poeticamente é sonhado.
Os devaneios de duas
almas solitárias preparam a magia de amar.
Um realista da paixão
verá aí apenas fórmulas evanescentes. Mas não é menos verdade
que as grandes paixões se preparam em grandes devaneios.
Mutilamos a realidade
do amor quando a separamos de toda a sua irrealidade.
(Gaston Bachelard, in "A Poética do Devaneio")
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