06 novembro 2012

A realidade do amor



Que sempre existam almas para as quais o amor seja também o contacto de duas poesias, a convergência de dois devaneios.

O amor, enquanto amor, nunca termina de se exprimir e exprime-se tanto melhor quanto mais poeticamente é sonhado.

Os devaneios de duas almas solitárias preparam a magia de amar. 

Um realista da paixão verá aí apenas fórmulas evanescentes. Mas não é menos verdade que as grandes paixões se preparam em grandes devaneios.

Mutilamos a realidade do amor quando a separamos de toda a sua irrealidade.

(Gaston Bachelard, in "A Poética do Devaneio")


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