29 novembro 2012

O homem prudente



O homem prudente deve ser obrigado a lutar, mas não com jogo sujo: cada um deve agir como quem é e não como o obrigam.
Na competição, a elegância é plausível: deve-se lutar não somente com poder, mas também com decência.
Vencer com maldade não é vitória, mas rendição. A generosidade sempre foi superior.
O homem de bem nunca usa armas proibidas. Como, por exemplo, usar os conhecimentos sobre um amigo com quem brigamos para alimentar o ódio recém-nascido. Não se deve usar a confiança para a vingança. Tudo o que cheira a traição contamina o bom nome.
Nas pessoas de espírito elevado, qualquer átomo de baixeza é muito estranho. É melhor pensar que, se a elegância, a generosidade e a fidelidade se perdessem no mundo, deveriam ser procuradas em seu peito.

(Baltasar Gracián in “A arte da prudência”)

*  *  *


Nenhum comentário:

Postar um comentário