A morte nos amedronta e
ponto final. Mas dizem que o antídoto para ela é viver intensamente
todos os dias, tendo a coragem de experenciar uma vida honesta com
nós mesmos.
Este é o grande
segredo do livro “Antes de partir”, que traz lições preciosas
dos relatos de dezessete pacientes terminais, transformando a
experiência daqueles que estão prestes a dar seu último suspiro
num alento para todos nós.
A responsável por
reunir essas histórias inspiradoras foi a australiana Bronnie Ware,
que passou a trabalhar como cuidadora apenas para sobreviver, mas
que, aos poucos, foi se apaixonando pela profissão, tendo a
sensibilidade de aprender filosofia com os últimos suspiros de seus
pacientes.
“Cada casa era uma sala de aula diferente”, diz
Bronnie em sua obra “Antes de partir”, cujo título original é
“The top five regrets of the dying: a life transformed by the
dearly departing”, algo como “Os cinco maiores arrependimentos
dos que estão morrendo: a vida transformada (revista) na hora da
partida.”
A obra fica ainda mais
interessante quando acompanhamos a trajetória da própria escritora
em busca da felicidade, não antes de passar por pensamentos suicidas
e uma forte depressão, justamente no momento em que estava prestes a
colher os frutos de anos de trabalho.
As vidas e as lições vão se
entrelaçando. As lições da morte vão dando lugar à vida, a uma
consciência maior sobre esta preciosidade que temos dificuldade de
entender.
Baseada nos relatos de
seus pacientes, Bronnie nos ensina, por exemplo, que ser quem somos
exige muita coragem; que o valor verdadeiro não está no que
possuímos; que o que importa é como vivemos as nossas vidas; que
podemos fazer alguma diferença positiva; que a vida não nos deve
nada, nós é que devemos a nós mesmos; que a gratidão por todos os
dias ao longo do caminho é a chave para reconhecer e curtir a
felicidade agora; que a culpa é tóxica; que a solidão não é a
falta de pessoas, mas de compreensão e aceitação; que é possível
inventar vidas e demolir prisões criadas por nós mesmos.
Enfim, ao
falar da morte, a escritora nos revela que a percepção do tempo
limitado pode aumentar a nossa consciência pela vida e nos induzir a
tratá-la como uma preciosidade, que, realmente, ela é.
Esta obra mostra que a
morte é a nossa grande conselheira por uma vida melhor. Vamos
ouvi-la com atenção, em vez de temê-la.
Editora Jardim dos
Livros.
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