Existe uma hora na vida em que a mulher mais fraca do mundo
se torna a mais forte e a mais pobre se sente absolutamente rica e onipotente.
É o
momento em que, mãe, ela segura no colo seu filho recém-nascido. Se até ali era
escrava, transforma-se em rainha.
Acabou de fazer um pacto de amor que, entre todas as
alianças da Terra, é o único que não se desfaz.
Adquiriu um poder jamais superado por qualquer outro. Em
luta por seu lugar na sociedade, buscando seus próprios caminhos a mulher é, hoje,
um ser com projetos autônomos.
Mas há um projeto que continua sendo permanentemente seu, do
qual não abre mão e no qual nenhum homem a iguala, podendo apenas olhar para ela
com espanto: o da maternidade.
Para melhor desempenhá-lo, a mulher se quer
livre: livre, até mesmo para ter consciência de que seu filho deve crescer.
E precisava sair do ventre para o colo, do colo para a rua,
da rua para o mundo.
Mundo que ele há de transformar, na medida em que teve uma
mãe digna deste nome.
(Heloneida Studart)
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