23 abril 2013

Dica de livro: "A linguagem de Deus", de Francis Collins






O biólogo americano Francis Collins é um dos cientistas mais notáveis da atualidade. 

Diretor do Projeto Genoma, bancado pelo governo americano, foi um dos responsáveis por um feito espetacular da ciência moderna: o mapeamento do DNA humano, em 2001.

Desde então, tornou-se o cientista que mais rastreou genes com vistas ao tratamento de doenças em todo o mundo.

Collins também é conhecido por pertencer a uma estirpe rara, a dos cientistas cujo compromisso com a investigação do mundo natural não impede a profissão da fé religiosa.

Alvo de críticas de seus colegas, cuja maioria nega a existência de Deus, Collins decidiu reagir. No livro The Language of God (A Linguagem de Deus), o biólogo conta como deixou de ser ateu para se tornar cristão aos 27 anos e narra as dificuldades que enfrentou no meio acadêmico ao revelar sua fé.

"As sociedades precisam tanto da ciência como da religião. Elas não são incompatíveis, mas complementares", explica o cientista.



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Abaixo alguns trechos interessantes para nossa apreciação:


[...] Os milagres não se afirmam como um conflito inconciliável para quem acredita na ciência como uma forma de investigar o mundo natural e para quem enxerga que esse mundo é regido por leis.

Se, assim como eu, você admite que possa existir algo ou alguém fora da natureza, não acredita que haja motivo lógico para essa força não poder, em raras ocasiões, representar uma invasão.

Entretanto, para que o mundo evite cair gradualmente no caos, milagres precisam ser bastante incomuns. 

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Como C. S. Lewis escreveu:

Deus não agita milagres na natureza de forma aleatória, como se os jogasse com um saleiro. 
Milagres surgem em ocasiões especiais: são encontrados nos grandes tumores da história — não na história política ou social, e sim naquela história espiritual que não pode ser totalmente conhecida pelos homens.
Se sua vida não se assemelha a esses grandes tumores, como você espera presenciar algum?

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Vemos aqui não somente um argumento sobre a raridade dos milagres, mas também um argumento de que estes devem ter alguma finalidade em vez de representar os atos sobrenaturais de um mágico extravagante, simplesmente elaborados para impressionar.
Se Deus é a personificação definitiva da onipotência e da bondade, sua função não é a de trapacear.

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Citando  Lewis:

Se houve um poder controlador fora do universo, este não poderia apresentar-se a nós como um dos fatos que fazem parte do universo — assim como o arquiteto de uma casa não é, de fato, uma das paredes, ou a escada, ou a lareira dessa casa.
A única maneira pela qual podemos esperar que ele se mostre é dentro de nós, como uma influência ou um comando tentando fazer com que nos comportemos de determinado modo. E é isso que encontramos dentro de nós.
Sem dúvida, isso não deveria levantar suspeitas.


(extraído do livro  “A linguagem de Deus”, de Francis Collins)


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