O biólogo americano Francis Collins é um dos cientistas mais
notáveis da atualidade.
Diretor do Projeto Genoma, bancado pelo governo
americano, foi um dos responsáveis por um feito espetacular da ciência moderna:
o mapeamento do DNA humano, em 2001.
Desde então, tornou-se o cientista que mais rastreou genes
com vistas ao tratamento de doenças em todo o mundo.
Collins também é conhecido por pertencer a uma estirpe rara,
a dos cientistas cujo compromisso com a investigação do mundo natural não
impede a profissão da fé religiosa.
Alvo de críticas de seus colegas, cuja maioria nega a
existência de Deus, Collins decidiu reagir. No livro The Language of God (A
Linguagem de Deus), o biólogo conta como deixou de ser ateu para se tornar
cristão aos 27 anos e narra as dificuldades que enfrentou no meio acadêmico ao
revelar sua fé.
"As sociedades precisam tanto da ciência como da
religião. Elas não são incompatíveis, mas complementares", explica o
cientista.
* * *
Abaixo alguns trechos interessantes para nossa apreciação:
[...] Os milagres não se afirmam como um conflito
inconciliável para quem acredita na ciência como uma forma de investigar o
mundo natural e para quem enxerga que esse mundo é regido por leis.
Se, assim como eu, você admite que possa existir algo ou
alguém fora da natureza, não acredita que haja motivo lógico para essa força
não poder, em raras ocasiões, representar uma invasão.
Entretanto, para que o mundo evite cair gradualmente no
caos, milagres precisam ser bastante incomuns.
*
Como C. S. Lewis escreveu:
Deus não agita
milagres na natureza de forma aleatória, como se os jogasse com um saleiro.
Milagres surgem em ocasiões especiais: são encontrados nos grandes tumores da
história — não na história
política ou social, e sim naquela história espiritual que não pode ser
totalmente conhecida pelos homens.
Se sua vida não se
assemelha a esses grandes tumores, como você espera presenciar algum?
*
Vemos aqui não somente um argumento sobre a raridade dos
milagres, mas também um argumento de que estes devem ter alguma finalidade em
vez de representar os atos sobrenaturais de um mágico extravagante,
simplesmente elaborados para impressionar.
Se Deus é a personificação definitiva da onipotência e da
bondade, sua função não é a de trapacear.
*
Citando Lewis:
Se houve um poder
controlador fora do universo, este não poderia apresentar-se a nós como um dos
fatos que fazem parte do universo — assim como o arquiteto de uma casa não é,
de fato, uma das paredes, ou a escada, ou a lareira dessa casa.
A única maneira pela
qual podemos esperar que ele se mostre é dentro de nós, como uma influência ou
um comando tentando fazer com que nos comportemos de determinado modo. E é isso
que encontramos dentro de nós.
Sem dúvida, isso não
deveria levantar suspeitas.
(extraído do livro “A
linguagem de Deus”, de Francis Collins)
* * *
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