No alvorecer de um novo
milênio e de uma Nova Humanidade, a velha humanidade passa por
grandes e profundas transformações, tanto internas como externas.
A Nova Humanidade está
aí, constituída pela maioria de nossas crianças, nossos jovens e
de muitos adultos.
Desde o princípio do
século XIX ela está nascendo, com maior predominância na segunda
metade.
Das cinzas deste caos
que tem assolado o mundo, ela está surgindo na maioria das nações,
mais sensível, intuitiva, mais inteligente e consciente, com as
energias masculinas e femininas mais equilibradas e harmonizadas, o
que tem acarretado interpretações errôneas tanto para o novo homem
como para a nova mulher.
Hoje, a velha e a nova
humanidade ainda estão muito misturadas, mas no decorrer do terceiro
milênio a separação entre “o joio e o trigo” será marcante.
Este novo ser humano
está mais preocupado com a natureza e seus ecossistemas, com a
poluição das águas, do ar, dos oceanos, com a extinção dos
animais, buscando, por vezes, desesperadamente,
formas alternativas
para corrigir os erros das gerações passadas, para salvaguardar o
futuro das próximas gerações e do próprio planeta.
Mais espiritualizado,
procura aprender novas técnicas que tragam uma maior expansão dos
sentimentos, da mente, da consciência e da alma, e que lhe
possibilite encontrar seu verdadeiro
caminho interior,
aquele que está além de todos os sistemas humanos e que lhe ajude a
atingir a sua realização material e espiritual.
Este novo homem busca
retornar ao Caminho da Luz , procura encontrar os meios para penetrar
no imenso “portal interior”, que o conduzirá a estágios
superiores da mente e da consciência e o possibilitará abrir seus
canais de comunicação com outros seres que se encontram em outros
planos dimensionais.
O novo ser humano não
se deixará arrastar por correntes emocionais religiosas que,
movimentando ainda a alma animal presente em torno do plexo solar
(chakra umbilical), arrastam multidões para “o cercado”, onde
todos devem obedecer às determinações do pastor ou do padre, se
desejam ir para “o céu” do imaginário religioso ou para não
serem punidos com o inferno das fantasias das crenças humanas.
As religiões se
tornaram impotentes para conduzir este novo homem, que luta para não
deixar que sua consciência e também seu subconsciente e
inconsciente sejam invadidos por dogmas absurdos, por ordens
escravizadoras e manipuladoras.
Se as religiões
tivessem cumprido suas verdadeiras funções de “re-ligar”
as almas às suas personalidades, o eu inferior ao eu superior, se
cada ser humano tivesse alcançado o enorme manancial que reside em
sua alma para, assim, tornar-se livre, certamente, não estaríamos
neste caos e violência, criados à imagem e semelhança dos egos e
carências humanas; tantos povos não teriam caminhado para a miséria
e para a fome, tantas injustiças não teriam ocorrido, tantas
ilusões não seriam mascaradas de verdades.
Por sua vez, cada um
dos sistemas político-econômicos vigentes, apresenta suas “fórmulas
mágicas” para resolver os problemas humanos, cada um julga ter a
melhor fórmula mas, só
privilegiam alguns,
mesmo falando em nome do povo.
Esquecem-se que os
povos também têm espírito, alma, mente, consciência e
sentimentos, se lhes derem seus direitos, as mesmas oportunidades e
igualdade de condições, eles são suficientemente inteligentes para
direcionar suas próprias vidas, não precisando de tuteladores.
Do caos do velho mundo,
uma nova humanidade está surgindo e, certamente, renovará e inovará
a política, a economia, a ordem social, as ciências e as religiões;
será mais justa, com mais amor e menos egoísmo, mais igualitária,
mais libertária, mais fraternal e mais verdadeira; ultrapassará a
barreira dos sentidos humanos e se fixará muito além dos sentidos.
Se observarmos o
cenário mundial em todos os setores da vida, constataremos que,
gradualmente, um novo ser humano está surgindo, trazendo uma Nova
Luz que está despertando as mentes e os corações de todos os
outros homens, fazendo com que questionem os velhos sistemas e lutem
para renovar e inovar a própria vida.
Aquele ser humano que
ainda pertence à velha humanidade, normalmente, está mais
centralizado abaixo do diafragma, ou seja, sua vida ainda gira em
torno de seu próprio prazer, suas energias
estão voltadas para
comer, beber e se reproduzir, utilizando mais os centros energéticos
do umbigo, do baço e os relacionados ao sexo.
Além disso, há outro
fator perturbador: sua vida também está girando em torno do
dinheiro como se fosse a questão principal a ser conquistada.
É mais fácil seguir
fantasias; o homem ainda dá muito crédito e atenção a elas, muito
mais do que à verdade que transforma, sublima e o ajuda a se tornar
verdadeiramente livre e eterno.
Enquanto a vida for
encarada como uma fantasia, algo que morre com o corpo físico e não
como algo eterno em nós, continuaremos a nos distanciar das nossas
verdadeiras origens, sem saber de onde viemos, o que estamos fazendo
aqui na Terra e para onde vamos.
Disso decorre a enorme
violência do homem, as inúmeras guerras e o caos que provocou e
continua a ocasionar injustiças de todos os tipos, o egoísmo, o
ódio, o desamor.
O homem continua
gerenciando a sua vida, abaixo do diafragma, seu lado instintivo e
emocional ainda está falando
mais alto, por isso, é facilmente arrastado por tudo que movimenta a
parcela mais inferior do seu emocional, seja o que for. É fácil
observarmos os grandes movimentos de massa e como eles atuam, seus
processos e suas técnicas; as emoções mais inferiores são
provocadas e movimentadas, as fantasias facilmente correm soltas
dentro e fora deles.
O novo ser humano está
cada vez mais resistente às emoções inferiores, muito embora, às
vezes, se sinta arrastado por elas, porém, luta para se centralizar
acima do diafragma e hoje já começa a saber ouvir e falar de uma
forma mais justa e amorosa, a saber expor e não impor; dialoga
porque não quer a guerra mas sim a paz, não quer a justiça apenas
para um pequeno grupo selecionado
mas para todos, não
quer o ódio mas o amor.
O trabalho grupal para
este novo ser humano chega a ser mais importante que ele próprio.
Compreende que a vida é
algo muito sério e transcendente, muito mais do que a maioria
imagina, que a vida não é o corpo mas sim a habitante do corpo, ou
seja, não é a forma mas sim a alma que, temporariamente, habita uma
forma.
Existem múltiplos
problemas para o novo homem enfrentar.
Um deles é que a sua
vida interior e espiritual foi invadida pelos antigos “vendilhões
do templo”, que são mais numerosos do que na antigüidade.
Hoje, eles negociam
aquilo que é verdadeiramente sagrado, ou seja, a alma e a
consciência.
Vendedores de ilusões
e fantasias estão por toda a parte, basta ligar a televisão para
constatar que eles invadem imediatamente nossos lares e, mesmo contra
nossa vontade, se instalam em nossos inconscientes, o que é mais
perigoso.
O novo homem e a nova
mulher começam a saber sentir e ouvir, estão aprendendo a discernir
aquilo que é mais útil para a sua evolução material e espiritual,
procuram ouvir e seguir mais a voz de seu coração, de sua alma,
como também a voz de seus irmãos mais velhos, os Mestres de Luz,
que lhes ensinam que:
“Só o amor pode
unir, só a verdade pode libertar.
Só o coração e a
mente podem libertar o Cristo Interno prisioneiro e crucificado nas
personalidades, fruto do casuísmo religioso do passado.
Só o presente
constrói o futuro.
Só a expansão da
mente, do sentimento e da consciência libertará a alma e traçará
seus novos rumos.
Só o amor elimina a
violência.
Só a união combate
a fome.
Só a libertação
do Cristo Interno, no Santuário Cardíaco de cada ser, reacenderá a
Chama Trina que iluminará outros Santuários Internos.
Em cada um reside o
sagrado e o divino, sois o Templo do Deus Vivo e não do Deus morto.
Se não houver
renovação, o novo não poderá surgir, as idéias mortas e
cristalizadas dirigirão a vida, e então, não haverá expansão,
progresso, evolução e não podereis chegar à parcela da verdade
que reside na vossa
alma.
Assim, estareis
impossibilitados para saber de onde viestes, quem fostes, o que
fazeis na Terra, para
onde ireis e também
não podereis ser livres.”
Pela primeira vez na
história da humanidade, está surgindo um novo ser humano que, cada
vez mais, está centralizando sua vida acima do diafragma ou seja, no
autêntico sentimento e cada vez menos nas emoções, na
racionalidade e não na irracionalidade.
Ele usa mais sua
intuição, está permitindo que a alma assuma o comando de sua
evolução, trabalha e luta para ultrapassar a barreira dos cinco
sentidos que criou um espesso e grande bloqueio do
qual se encontra
prisioneiro.
Ele quer renascer para
uma outra realidade da vida mais aberta, mais livre, sublime e
transcendente, por isso, procura
partir a casca do materialismo, muitas vezes disfarçado de religião,
para voar como um grande pássaro com as asas de sua mente,
consciência e de sua alma, por outros mundos e planos dimensionais da
vida e da evolução universal.
O novo homem e a nova
mulher preocupam-se com a natureza e buscam uma união mais profunda
e real com todos os seus aspectos, a fim de melhor auxiliar àqueles
que ainda não compreendem porque o planeta e sua
natureza devem ser preservados.
São conscientes de que
novas ações conscientizam mais do que muitas palavras. Essas ações
estão voltadas para o respeito para com os semelhantes e para com
todos os seres vivos.
Sua consciência
ecológica não fere ninguém, apenas tenta reeducar aqueles que
estão alienados quanto à importância da vida em todos os reinos da
natureza.
Suas atitudes
demonstram paciência e tolerância.
São verdadeiros
amantes da natureza e sabem manifestar isso zelando por ela, seja
recolhendo o lixo que outros deixaram, incentivando sua preservação
aonde quer que estejam e, principalmente, integrando-se a ela.
Eles sabem que é
preciso que ocorra uma grande transformação na velha humanidade,
que todos devem se sublimar, transformar e expandir seus sentidos,
seus sentimentos, sua consciência e sua mente.
Sabem que o ser humano
necessita remover de dentro de si mesmo os dogmas, os tabus, o medo,
os preconceitos e as velhas teorias que sempre limitaram e continuam
limitando a sua expressão e expansão espirituais.
Tanto o novo homem como
a nova mulher estão voltados para uma contínua expansão interna e
externa, ou uma evolução real.
A nova mulher é mais
dinâmica e mais guerreira na conquista de seus objetivos como pessoa
e de sua realização interna.
É uma mãe consciente
da necessidade dos filhos de possuírem a própria experiência, sabe
respeitar o direcionamento interno de cada um dos filhos sem deixar
de cumprir a função de orientar. E isto não tem nada a ver com a
concessão demasiada e falta de limites que se vê muito hoje em dia
e que, fatalmente, resulta em desastre nas relações entre pais e
filhos.
A nova mulher é firme
e sabe disciplinar sem guerrear com os filhos porque dialoga com
amor, incentivando a inteligência e a coerência.
Valoriza-se como mãe,
como mulher e como pessoa porque dignifica a vida e seu lugar no
mundo.
Busca o amor real, a
união de almas e não apenas de corpos ou de personalidades. Quer se
unir com quem tenha afinidades de alma e de espírito.
Seus valores
transcendem aos interesses materiais e superficiais, sua visão dos
horizontes da vida é mais ampla e mais profunda.
O novo homem possui
esta mesma visão. Ele é mais sensível, mais compreensivo e mais
voltado para a alma e o
espírito de todos e de todas as coisas.
Mais humanista, busca a
essência das coisas e de todos os seres.
Luta contra o machismo e
tenta preservar a igualdade entre os sexos. É companheiro da mulher,
incentivador de seus projetos e parceiro incondicional.
Realiza-se sexualmente
apenas numa união de amor, em que hajam afinidades muito fortes,
principalmente de alma.
Ama sua família e
procura crescer com ela. É um bom amigo dos filhos e jamais um
repressor,
presa o diálogo e o
respeito acima de tudo.
Busca expandir sua
espiritualidade e seguir o caminho de sua alma, de seu espírito.
A Nova Humanidade traz
uma Nova Luz que é libertadora, renovadora, inovadora e que, gradualmente, está
despontando no interior de todos os que com o coração estão
buscando se libertar e iluminar.
O novo ser humano está
num grande processo de mutação e renovação da vida, em todos os
sentidos. Aos poucos, um novo estado de consciência está surgindo
nele, despertando sua mente e
ampliando seus níveis
de consciência.
Este novo ser humano,
que faz parte da Nova Humanidade, está surgindo em todas as nações,
em decorrência da Nova Luz que está despontando naqueles que,
realmente, buscam o Espírito da Verdade, o Espírito Libertador, o
Espírito da Paz.
Uma grande revolução
da mente e da consciência está surgindo na humanidade e muitos
buscam com o coração, a mente e a alma abertas se elevar aos novos
patamares da vida e da evolução.
Não podemos ficar
presos a dogmas e teorias fundamentadas em hipóteses criadas pelos
homens, mesmo que estes tenham sido grandes personagens históricas
do passado. Muitos só foram “grandes” nas fantasias dos próprios
homens.
É preciso buscar o
Cristo vivo no coração e na alma, e isto está além de qualquer
religião, crença ou organização criada pelos homens.
É preciso mergulhar
nas Forças do Terceiro Aspecto da Trindade, o Espírito Santo, a
Grande Mãe Universal. Só através de Suas energias amorosas e
revolucionárias a Nova Humanidade poderá
surgir em sua
plenitude. Estas energias são transmutativas, transformativas,
libertárias e unificativas, disto não podemos esquecer.
Sem renovação não
haverá inovação e sem essas não haverá libertação,
estagnaremos na vida e na evolução.
Não podemos ter medo
de nos renovar interna e externamente, nem de olharmos para o futuro
com o coração e a mente abertos.
Na alma de cada ser
humano existe um imenso tesouro espiritual para ser descoberto; só
através de um mergulho interno, na busca do nosso universo interno,
é que poderemos desvendar os
incontáveis mistérios
da eterna sabedoria que não é propriedade de ninguém.
A Luz da Alma,
gradualmente, está procurando abrir caminho nas mentes e nos
corações. Seus raios já se notam na grande mutação que se opera
no interior do ser humano, com reflexos na vida de todos os povos.
Com a ajuda das Forças
do Espírito Santo, que oculta o Aspecto de Deus Mãe, a Luz da Alma
está tendo a oportunidade, como nunca teve, de despontar e de descer
às mentes, sentimentos e consciências para que o novo homem possa
despertar, crescer e se expandir, e o velho homem se transformar e
pertencer também à nova humanidade.
Deste trabalho mundial
de conscientização e de reeducação espiritual participam todas as
almas de boa vontade que já despertaram ou que estão em processo de
despertar para uma nova realidade da vida e da evolução, o que é
mais transcendente do que até agora imaginamos.
Sri Aurobindo, hoje um
Mestre de Luz, já no princípio do século XIX ensinava que:
“Emergirá uma
espécie de humanidade superior — um intermediário entre a
presente humanidade degradada, mais ou menos animal, e a humanidade
divina do futuro. As duas humanidades podem muito bem viver
amigavelmente juntas e ser de ajuda e utilidade uma à outra.
Podemos mencionar
aqui também a outra possibilidade extrema. Por exemplo, pode
acontecer que a velha humanidade no todo rejeite o Novo Homem e não
lhe ceda nenhuma polegada de terreno na terra, que agora mantém como
seu feudo e domínio, como pode muito bem acontecer, em vista da
evidência que temos da inveja, do ciúme, do ódio, da incompreensão
que movem os homens normais, quando entram em contato com homens que
não seguem seu modo de vida, que parecem se preocupar com coisas que
são sem sentido e até mesmo injustas a eles.
Se tal for o caso,
então, dizemos, significará o fim da humanidade, da mesma forma que
algumas espécies se extinguiram, ou mesmo sua reversão a um estado
de feroz selvageria, algo como aquele (ou talvez pior) do qual ele
veio.”
O Novo Homem e a Nova
Mulher buscam abrir os canais espirituais de comunicação com outros
planos dimensionais, a fim de expandirem a experiência e a vivência
de parcelas cada vez mais transcendentes da eterna sabedoria.
A Nova Humanidade não
será prisioneira de sistemas baseados no materialismo e no egoísmo.
Ela implantará
sistemas baseados na alma e no coração e que não atuarão na
limitação dos cinco
sentidos mas sim, no
desenvolvimento deles.
(Extraído do livro
“Muito além dos sentidos”, de Henrique Rosa & Lourdes Rosa)
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