28 fevereiro 2014

Trabalhando no Carnaval


A caridade não tem hora nem lugar.
Por isso estava eu ali presente,
Pronto para trabalhar,
Em meio àquela festa incoerente.

Cantorias, bebidas e dança sensual!
Esta era a ordem para toda gente!
Estava num baile de carnaval,
Para cumprir missão diferente.

Deveria ajudar um rapaz,
Não acostumado com aquele tipo de ambiente.
Era de boa família e era de paz,
Mas, à energia sexual, não estava indiferente.

Fora levado por amigos,
Todos ainda adolescentes.
Contudo, Roberto devia ser bem protegido,
Através de meus esforços ingentes.

Em outra vida, eu o havia prejudicado,
Tornando-me seu devedor.
Agora, o Jesus abençoado
Proporcionava-me um momento redentor.

Deveria bem inspirá-lo,
Superando a presença de um obsessor.
No entanto, como poderia ajudá-lo
Num lugar tão perturbador?

Tudo estimulava aos sentidos!
O baile era um teste para Roberto.
Seguiria os ensinos de seus pais queridos,
Ou se entregaria a rumo incerto?

Felizmente ele não gostava de beber.
Porém alguém, agora, lhe oferecia uma droga.
Hesitou, mas preferiu não ceder.
Queria, mesmo, uma namorada de última hora.

O obsessor atuava na sua mente,
Intensificando o desejo sensual.
Eu, invisível à entidade insistente,
Lembrava ao rapaz a sua prática espiritual.

Roberto freqüentava um centro,
Juntamente com os pais.
Já era seu intento,
Dedicar-se a boas causas sociais.

Recordei-lhe a nobre luta,
Que deve se travar no íntimo,
Para que, nesta dura disputa,
O Cristo Interno vencesse o ser humano ínfimo.

O jovem, agora, dava sinais de remorso.
No fundo, sabia do iminente desvio.
Num arroubo pensou: resistir eu posso!
Este lugar não é um bom caminho!

Naquele momento, grande confusão se formou.
Uma briga estava configurada.
O sangue de Roberto gelou,
Frente aos socos, pontapés e garrafadas.

A refrega começara no Plano Astral,
Devido aos choques de falanges contrárias.
Logo se refletiu no mundo material,
Por entre aquelas quase-crianças alcoolizadas.

Para mim, foi ótima oportunidade.
A Providência Divina se fazia presente,
Naquele momento de insanidade.
Inspirei uma rápida retirada a sua mente.

Roberto desvinculara-se do obsessor
De forma abrupta, de repente.
Saiu da festa com horror,
Entendendo que ali não era bom ambiente

Vencida estava uma batalha,
Mas não toda a guerra.
Hoje Roberto trabalha,
Na boa seara fraterna.

Ainda luta interiormente,
Contra vícios de outrora.
Porém, sua alma já sente
Grande e real melhora.

De vez em quando o visito
Na escola do mundo material,
Que é um jardim com espinhos, mas bendito,
Para este Trabalhador do Umbral.


(Extraído do livro "O TRABALHADOR DO UMBRAL" - médium Pablo de Salamanca) 



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