08 abril 2014

Tenta esquecer-me


Tenta esquecer-me…
Ser lembrado é como evocar um fantasma…
Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um rio que vai fluindo…
Em vão, em minhas margens cantarão as horas,
Me recamarei de estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e de asas,
Às vezes virão a mim as crianças banhar-se…
Um espelho não guarda as coisas refletidas! E o meu destino é seguir… é seguir para o mar,
As imagens perdendo no caminho…
Deixa-me fluir, passar, cantar…
Toda a tristeza dos rios
É não poder parar!


(Mário Quintana)


* * *


Nenhum comentário:

Postar um comentário