Tenta esquecer-me…
Ser lembrado é como
evocar um fantasma…
Deixa-me ser o que sou,
O que sempre fui, um
rio que vai fluindo…
Em vão, em minhas
margens cantarão as horas,
Me recamarei de
estrelas como um manto real,
Me bordarei de nuvens e
de asas,
Às vezes virão a mim
as crianças banhar-se…
Um espelho não guarda
as coisas refletidas! E o meu destino é seguir… é seguir para o
mar,
As imagens perdendo no
caminho…
Deixa-me fluir, passar,
cantar…
Toda a tristeza dos
rios
É não poder parar!
(Mário Quintana)
* * *
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