De todas as teorias do universo materno, as que me assustam
são: não dar colo para o bebê, regular a amamentação em horários cronológicos e
deixar o bebê chorando. Elas me pegam na alma.
Bebes não sabem falar, nasceram em um ambiente aquático,
escuro, cheio de movimento e calor e estão do lado de fora.
Precisam ser alimentados, estranham. Descobrem no peito uma
maneira de ter o aconchego pleno.
Basta ver uma cadela: quando o filhote chora a mãe corre e
aconchega. Bebês não choram a toa e se choram estão pedindo:
- Por favor me ajude
Ajude a dormir, a enfrentar a solidão, a lidar com a
temperatura que oscila.
Quando um bebê pede colo ele está reconhecendo que você é
uma segurança.
Quando você nega esse colo ele pode se acostumar com a
negligência e resignar-se. Mas ele não está feliz.
Eu adoro o conceito: permita que as crianças sejam
dependentes no momento em que podem ser, para que sejam independentes para toda
a vida.
O que mais vejo neste mundo são pessoas dependentes e
resignadas.
Dependentes de comida, de medicamentos, de sexo, de
necessidade de aceitação.
São, algumas vezes, sobreviventes de pequenos ou grandes
abandonos.
Algumas vezes vendo esses programas que difundem a idéia da
Torturadora de bebês eu sinto algo inexplicável: eu choro com a mãe que chora,
com o filho que dorme soluçando.
Não há nada mais fácil e prazeroso para mãe e bebê do que
deitar junto com o bebe e dormir agarradinho.
É tão rápido que eles crescem. O que são 3 anos diante de
uma vida toda?
Queremos tanto a independência precoce, exaltamos isso como
troféu e depois questionamos onde se perdeu esse fio.
Eu vejo idosos abandonados com cuidadores ou em asilos e
vejo ali o reflexo de uma sociedade que fecha os olhos para os dependentes
trocando o amor por tecnologia, chupeta, mamadeira, berço que balança e no fim,
uma cama fria e olhos de uma profissional contratada.
Assim começa a vida, assim ela termina. No meio um grande
vazio que tentamos preencher. Um vazio cultivado em nome dessa ilusória
independência precoce.
Espiritismo Brasil Chico Xavier.
* * *
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