13 agosto 2017

O Convite



Não me importa o que fazes para sobreviver.

Quero saber qual a tua dor e se tens coragem de encontrar o que o teu coração anseia.

Não me importa saber a tua idade.

Quero saber se arriscarias parecer um louco por amor, pelos teus sonhos, pela aventura de estar vivo.

Não me importa saber que planetas estão quadrando a tua lua.

Quero saber se tocaste o âmago da tua tristeza, se aprendeste com as traições da vida, ou se te omitiste por medo de sofrer.

Quero saber se consegues sentar-te com dores, minhas ou tuas, sem te mexeres para escondê-las, diluí-las ou fixá-las.

Quero saber se podes conviver com a alegria, minha ou tua, se és capaz de dançar com selvageria e deixar o êxtase preencher-te até o limite, sem lembrares as tuas limitações de ser humano.

Não me importa se a história que me contas é verdadeira.

Quero saber se és capaz de desapontar o outro para ser verdadeiro contigo próprio, se podes suportar a acusação da traição e não trair a tua própria alma.

Quero saber se podes ser fiel e consequentemente fidedigno.

Quero saber se consegues reconhecer a beleza mesmo que não sejam bonitos todos os dias, e se podes perceber a presença de Deus na tua vida.

Quero saber se podes viver com as falhas, tuas e minhas, e ainda estar de pé na beira do lago, e gritar para o prateado da lua cheia. "Sim"!

Não me importa saber onde moras ou quanto dinheiro tens.

Quero saber se consegues levantar-te depois de uma noite de pesar e desespero, exausto, e fazer o que tem de ser feito para as crianças.

Não me importa saber quem és, ou como vieste aqui parar.

Quero saber se estarás ao meu lado no centro do fogo sem recuar.

Não me importa saber onde, o quê, ou com quem estudaste.

Quero saber o que sustenta o teu interior, quando tudo o resto desaba.

Quero saber se consegues estar só contigo próprio, e se verdadeiramente gostas da companhia que carregas nos teus momentos vazios.




(Oriah Mountain Dreamer  - um ancião nativo americano)




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