No país de minh’alma há um rio sem mágoas,
Um rio cheio de ouro e de tanta harmonia,
Que se cuida escutar no marulhar das águas
Do sussurro de um beijo a doce melodia.
Este rio é o meu sonho, um sonho azul e puro,
Como um canto do Céu, como um braço do Mar;
Loura réstia de sol a rebrilhar no escuro,
Casta luz que cintila em torno de um altar.
De um altar que palpita e que sofre e que sonha,
Soletrando a cantar a linguagem do Amor…
Do altar do Coração, a paisagem risonha
Onde brotam sorrindo as ilusões em flor.
Vem beber, meu amor, neste rio que é fonte,
É fonte de esperanças e lago de quimera…
Vem morar n’um país que não tem horizonte,
Onde não chora o Inverno e só há Primavera.
Auta de Souza
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