E mais tarde, surgiram novas vidas em outros planetas.
E eles descobririam que os homens que viveram na terra
haviam morrido de uma doença estranha chamada de 'falta de sentir'.
Eles descobriram que a vida da humanidade que habitava a
terra havia se tornado fria e seca demais para que sobrevivessem.
Contudo, ao contrário do que todos cogitavam, não foi frieza
por falta do brilho do sol ou a secura da falta da água.
O fim chegou porque o mundo havia se tornado sem valores, os
homens se matavam e se isolavam para proteger seu dinheiro, tudo porque haviam
perdido o sentido da felicidade e em busca do dinheiro não tinham tempo para
quase nada que era essencial.
Foi a maior guerra fria e silenciosa de todos os tempos.
Muitos foram morrendo e pouco se percebia.
Assim, a vida havia se tornado tecnológica e automática
demais no planeta terra.
As pessoas já não sabiam o que era felicidade.
Não se falavam mais, não tinham tempo para sentar-se à mesa,
mal faziam as refeições com os filhos, faltava tempo para apreciar as
paisagens, para olhar nos olhos, para o diálogo, não havia tempo para estar uns
com os outros e muito menos tempo para Deus.
Tudo havia ficado tão automático que as pessoas foram
perdendo a capacidade de sentir e, assim, não tiveram a capacidade de sentir a
sua própria infelicidade, tendo que procurar pessoas que lhe explicassem o que
era aquela sensação estranha que tanto lhes afligia.
Acredita-se que a maioria começou a tomar remédios para
aliviar o que tinham sem saber que aquilo era causado pela necessidade de
reaprender a sentir...de reaprender a falar, de reaprender a viver, de
recomeçar e assim de novo serem felizes.
Mas não havia mais tempo.
(Dinamar Fonseca)
* * *
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