"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

13 abril 2018



E mais tarde, surgiram novas vidas em outros planetas.

E eles descobririam que os homens que viveram na terra haviam morrido de uma doença estranha chamada de 'falta de sentir'.

Eles descobriram que a vida da humanidade que habitava a terra havia se tornado fria e seca demais para que sobrevivessem.

Contudo, ao contrário do que todos cogitavam, não foi frieza por falta do brilho do sol ou a secura da falta da água.

O fim chegou porque o mundo havia se tornado sem valores, os homens se matavam e se isolavam para proteger seu dinheiro, tudo porque haviam perdido o sentido da felicidade e em busca do dinheiro não tinham tempo para quase nada que era essencial.

Foi a maior guerra fria e silenciosa de todos os tempos.

Muitos foram morrendo e pouco se percebia.

Assim, a vida havia se tornado tecnológica e automática demais no planeta terra.

As pessoas já não sabiam o que era felicidade.

Não se falavam mais, não tinham tempo para sentar-se à mesa, mal faziam as refeições com os filhos, faltava tempo para apreciar as paisagens, para olhar nos olhos, para o diálogo, não havia tempo para estar uns com os outros e muito menos tempo para Deus.

Tudo havia ficado tão automático que as pessoas foram perdendo a capacidade de sentir e, assim, não tiveram a capacidade de sentir a sua própria infelicidade, tendo que procurar pessoas que lhe explicassem o que era aquela sensação estranha que tanto lhes afligia.

Acredita-se que a maioria começou a tomar remédios para aliviar o que tinham sem saber que aquilo era causado pela necessidade de reaprender a sentir...de reaprender a falar, de reaprender a viver, de recomeçar e assim de novo serem felizes.

Mas não havia mais tempo.



(Dinamar Fonseca)



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