Há obsessores terríveis do homem, denominados "orgulho", "vaidade", "preguiça", "avareza",
"ignorância" ou "má-vontade", e convém examinar se não se é vítima dessas energias perversas que, muitas vezes, habitam o coração da criatura, tornando-a cega para a compreensão da luz de Deus. Contra esses elementos destruidores, faz-se preciso um novo gênero de preces, que se constitui de trabalho, fé, esforço e boa-vontade.
(Emmanuel)
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As causas da obsessão variam, de acordo com o caráter do Espírito.
Na maioria das vezes é uma vingança, contra um indivíduo de quem se guardam queixas da vida presente ou outra existência.
Muitas vezes, também, não há mais do que o desejo de fazer mal: o Espírito, como sofre, entende que deve fazer que os outros sofram.
Encontra uma espécie de gozo em atormentar, em os vexar, e a impaciência que a vítima demonstra mais o exacerba, porque esse é o objetivo que deseja, ao passo que a paciência o leva a cansar-se.
O perseguido ao irritar-se e mostrar-se despeitado, faz exatamente o que quer o seu perseguidor. .
Esses Espíritos agem, não raro por ódio e inveja do bem; daí lançarem suas vistas malfazejas sobre as pessoas mais honestas.
Um deles se apegou […] a uma honrada família do nosso conhecimento, à qual, aliás, não teve a satisfação de enganar.
Interrogado acerca do motivo por que se agarrara a pessoas distintas, em vez de o fazer a homens maus como ele, respondeu: “estes não me causam inveja.”
Outros são guiados por um sentimento de covardia, que os induz a se aproveitarem da fraqueza moral de certos indivíduos, que eles sabem incapazes de lhes resistirem.
Um destes últimos, que subjugava um rapaz de inteligência limitada, interrogado sobre os motivos dessa escolha, respondeu:
-”Tenho grandíssima necessidade de atormentar alguém. Uma pessoa criteriosa me repeliria; ligo-me a um idiota, que nenhuma força me opõe.” [...]
Há pessoas repletas de boas intenções e que não deixam de ser obsidiadas.
O melhor meio de nos livrarmos dos Espíritos obsessores é cansar-lhes a paciência, nenhum valor lhes dar às sugestões, mostrar-lhes que perdem o tempo.
Em vendo que nada conseguem, afastam-se.
A prece é em tudo um poderoso auxílio. Mas, não basta que alguém murmure algumas palavras, para que obtenha o que deseja.
Deus assiste os que trabalham, não os que se limitam a pedir.
É, pois, indispensável que o obsidiado faça, por sua parte, o que se torne necessário para destruir em si mesmo a causa da atração dos maus Espíritos.
Os meios de se combater a obsessão variam, de acordo com o caráter que ela reveste.
Duas coisas essenciais se têm que fazer nesse caso: provar ao Espírito que não se está iludido por ele e que lhe é impossível enganar; depois, cansar-lhe a paciência, mostrando-se mais paciente que ele.
Desde que se convença de que está a perder tempo, retirar-se-á, como fazem os importunos a quem não se dá ouvidos.
Isto, porém, nem sempre basta e pode levar muito tempo, pois há Espíritos persistentes, para os quais meses e anos nada são.
Além disso, portanto, deve-se dirigir um apelo fervoroso ao seu anjo bom, assim como aos bons Espíritos que lhe são simpáticos, pedindo-lhes que o assistam.
Quanto ao Espírito obsessor, por pior que seja, deve-se tratá-lo com severidade, mas com benevolência e vencê-lo pelos bons processos, orando por ele.
Se for realmente perverso, a princípio zombará desses meios; porém, moralizado com perseverança, acabará por emendar-se.
E uma conversão a empreender, tarefa muitas vezes penosa, ingrata, mesmo desagradável, mas cujo mérito está na dificuldade que ofereça, se bem desempenhada, dá sempre a satisfação de se ter cumprido um dever de caridade e, quase sempre, a de ter-se reconduzido ao bom caminho uma alma perdida.
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