Desde aquele dia, o mundo para mim parecia estar mergulhado na escuridão.
Por certo eu estava morto... E ao mesmo tempo me sentia muito vivo!
Mas onde estariam as pessoas? Onde aqueles que se foram antes de mim? Sempre quis rever minha esposa querida e sempre acreditei que iria revê-la na eternidade.
Mas a eternidade para mim, ao menos o que me parecia, seria a de um condenado a pegar pena sempre por seus pecados.
O fato de ter relegado muito a religião o segundo plano agora me atormentava e me fazia crer que eu não merecia o perdão de Deus.
E continuava a vagar cada vez mais enlouquecido, em meio a trevas e a criaturas estranhas, me arrastando pelos umbrais.
Na verdade, não sabia que era prisioneiro da minha própria consciência. Meus pensamentos negativos me atormentavam e se repetiam sucessivamente, como num filme que não tem fim.
Não posso precisar quanto tempo passei assim, até que um dia, tão escuro quanto aos outros, tropecei e caí, batendo com força o rosto numa pedra.
Chorei, chorei muito de dor, de amargura e por fim de arrependimento e com sincera vontade de redimir meus pecados.
Foi então que senti o toque conhecido de uma mão num ombro. Era minha querida esposa que finalmente tinha vindo em meu socorro e me levou dali, para onde pude não só recuperar aprender a trabalhar por mim e pelo próximo.
Juvenal
(Psicografado por: Cleber P. Campos)
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