24 novembro 2012

Porque eu? Porque isso? Porque agora?



Na verdade, na vida, quando pensamos que estamos a escapar, estamos frequentemente, ainda que não o saibamos, a correr o mais que podemos para nos envolver precisamente naquilo que tememos.

Nas relações, em particular, parecem existir correntes submersas ocultas que utilizam os nossos desejos e intenções conscientes, para produzir o efeito oposto ao que pretendemos.

De fato, parece que qualquer relação significativa tem uma vida própria independente, com um propósito oculto à nossa percepção consciente.

Nunca sentiu que os seus maiores esforços de navegar para porto seguro e se afastar da catástrofe serviram simplesmente para o fazer naufragar nos próprios baixios que tanto tentava evitar?

Quando faço uma retrospectiva de quase cinqüenta anos de vida, apercebo-me de que tentei sempre descobrir a chave elementar, que explicasse porque razão nós, seres humanos, suportamos tanto sofrimento no envolvimento com os nossos iguais...

O que acabei por entender foi que as nossas relações mais marcantes existem por uma razão muito diferente daquela em que acreditamos, quer pessoalmente enquanto indivíduos, quer coletivamente como sociedade.

O seu verdadeiro objetivo não é fazer-nos felizes, não é satisfazer as nossas necessidades, não é definir o nosso lugar na sociedade, não é manter-nos seguros...mas sim fazer-nos crescer para a Luz.

A questão de base é que, juntamente com as pessoas a quem nos encontramos ligados por laços de sangue, de casamento ou de afinidades profundas, seguimos uma rota definida com riscos e obstáculos, concebida para nos levar de um ponto de evolução para outro.

Na realidade, só teríamos a ganhar se, ao procurar entender a natureza frequentemente perturbada das relações humanas, nos recordássemos que existe uma eficiência impecável e implacável no Universo, cuja meta é a evolução da consciência.

E o que sempre, sempre impele essa evolução é o desejo...


(Texto extraído do livro "Porque eu? porque isso? porque agora?", de Robin Norwood.)


*  *  *

Um comentário:

  1. Muito Bom!...Se permitíssemos tudo fluir naturalmente o que vem do coração, quem sabe não tivéssemos os atritos do querer ser e fazer aquilo, que por vontade está vinculado ao nosso exterior, mas seriamos simplesmente o que flui de nosso Ser, de nosso Coração.

    Abraço amiga que a luz e amor estejam presentes.

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