Quando eu me for deste planeta,
Abandonando quem você acha que fui
Mas que em nenhum momento disse ser,
Pois apenas estava, não era,
Fique feliz.
Não me procure numa sepultura, nem chore para sempre por
isso.
Não chore nunca por isso.
Eu não estarei lá. Eu nunca estarei lá.
Eu estarei nos ventos que se fundem,
Na chuva dos dias de março,
Nas folhas que da árvore caem no outono,
Na luz do sol que
aquece a grama verde orvalhada.
E quando você acordar, você me sentirá
Na brisa da manhã que tímida se inicia,
No vôo do pássaro liberto que grita,
No pulsar da luz matutina.
E a sensação da presença da vida, em tudo
Fará você se
lembrar dos momentos que juntos vivemos.
Mas não quero que você chore por isso,
Quero que sorria e sinta o amor que está em tudo,
E que lhe
envolve sem cessar.
Sinta o entardecer da vida,
Onde o sol se despede, feliz por mais uma jornada,
E a lua
chega ainda tímida, de mansinho,
Sinalizando que ali eu estarei.
E quando olhar para as estrelas pregadas
Naquele céu
aveludado e macio,
Perceba que também ali estarei, brilhando por você
E
vibrando pela felicidade do mundo.
E olhe todas às estrelas do céu,
Que não passam de amor que cintila,
E perceba que esse amor também lhe envolve
E lhe remete para
nossos momentos bons.
Então, meu amor, quando eu me for,
Não esteja em minha sepultura e não grite por mim para
sempre.
Eu não estarei lá.
Eu não morrerei.
Eu estarei mais vivo do que nunca,
Mais liberto do que posso imaginar,
Unindo-me aos outros que lá estão
Com o Criador.
Para que juntos possamos vibrar, inclusive
Para aqueles que
na sepultura se encontram
A esperar que alguém volte dali,
Ou a esperar que
alguém chegue para visita-los.
Eu apenas me unirei ao amor do Criador
E lá estarei, até que ele me escolha
Para uma nova jornada.
( Fernando Golfar )
Fonte:
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