Mesmo sem saber rezar, podemos exercitar a gratidão.
Há parte de nós que reconhece que mesmo diante das
turbulências, ainda há motivos agradecer e reconhecer os presentes diários.
Que minha gratidão seja maior que meu ressentimento diante
das adversidades.
Que meu espírito saiba reconhecer os presentes por trás da
rotina, e que na correria do dia a dia eu ainda possa me encantar diante dos
pequenos gestos.
Que eu esteja grato desde o primeiro espreguiçar da manhã, e
que possa entender os desfechos do meu dia com serenidade ao cerrar os olhos.
Que o meu semblante carregue não somente o pesar pelos
infortúnios diários, mas que encontre motivos para sorrir ao primeiro vestígio
de benevolência e paz.
Que haja fé, apesar das tempestades.
Que haja serenidade, apesar das turbulências.
Que haja gentileza, apesar dos tropeços.
E que permaneça a gratidão, sempre e em todo lugar.
O Universo devolve o que recebe.
E ao demonstrar gratidão, um recado de amorosidade é
enviado.
Um reconhecimento pelas colheitas nos campos e em nossas
vidas.
Que nenhuma penumbra impeça nosso espírito de se sentir
acolhido e abraçado.
Talvez a gratidão seja um sentimento que necessita ser
exercitado.
E praticá-lo requer analisar nossa colheita diária buscando
algo que possa ser devolvido com carinho ao Universo.
Mesmo um dia puxado, carregado de dúvidas e frustrações tem
sua parcela de bênçãos.
E a gente tem que se esforçar para tirar aquela gotinha de
gratidão num mar salgado de inquietação.
Esta noite não haverá uma ceia onde nos daremos as mãos e
agradeceremos juntos as bênçãos em nossas vidas.
Mas poderemos sim, no silêncio de nosso quarto, lembrar com
gratidão o que temos de fato.
O teto sobre nossas cabeças, a saúde que nos possibilita
estar de pé, nossas amizades, a oportunidade de estudar ou trabalhar, nossa
capacidade de amar, os pequenos trunfos que acontecem diariamente, as
conquistas que nos fazem sorrir e enchem nosso peito de alegria.
Nem sempre haverá um circo dentro da gente.
A maioria dos dias não tem banda animada nem soldadinhos
marchando alegremente.
Mas ainda assim, é possível agradecer pelo dom de ter um
espírito livre, que nos garante uma boa safra no fim do dia.
Dormir em paz, sabendo que nosso rio flui sem grandes
desvios, é um milagre.
E milagres têm que ser celebrados. Reconhecidos também.
Que a gente possa reconhecer nossas dádivas, presentes
miúdos que garantem a construção de nossa existência.
E que cada dia arrecade a sua porção de fé e gratidão…
Amém.
(Fabíola Simões)
* * *
Fonte: http://www.asomadetodosafetos.com/2015/11/acao-de-gracas.html
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